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                                                                                                                             Olhe para as estrelas

                                                                                                                Olhe como elas brilham para você

                                                                                                                           E para tudo o que você faz

                                                                                                                     Sim, elas eram todas amarelas

                                                                                                                     Sim, elas eram todas amarelas

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E novamente eu me vejo ali, sentado sobre a grama fofinha e verde, que brilha com a luz do sol, rodeado por lindas flores. A sensação de ter o sol queimando sob minha pele é algo indescritível, o vento fazendo com que meus cabelos voem e fiquem completamente bagunçados. Pego novamente um de meus pincéis e continuo pintando o quadro que um dia foi branco. Com pinceladas leves desenho cada traço do rosto dele, metade do rosto esbelto já se encontra pronto, contorno seus grandes olhos, lembrando de cada detalhe que não consigo esquecer, a cada dia um pouco de seu rosto é pintado em meus sonhos, todas as noites ele se revela um pouco para mim, não sei seu nome, sua idade ou de onde vem, só sei que és tão belo quando as pinturas de Vincent van Gogh. Me perco cada vez mais nos detalhes pintados, meu coração dita cada movimento, e meu corpo apenas obedece, minha mente se torna nublada e não consegue raciocinar, só é comandada por esse pequeno e frágil coração que Deus me deu.

— Meu querido, nós temos que ir, você já está aí há muito tempo, sabe que não pode pegar muito sol.

— Já, estou indo mãe.

Guardo meus preciosos pincéis dentro do estojo, fecho corretamente cada tampa das tintas que estava usando verificando se não irão se abrir e vazar, guardo tudo em minha bolsa de pano e me levanto pegando o quadro e minhas mãos, fico novamente observando, está ficando como em meus sonhos, lindo, perfeitamente lindo. Vejo mamãe me lançar um olhar repreensivo, caminho lentamente até ela abrindo um sorriso.

— Pronto, mãe, aqui estou, bem forte e saudável — falo vendo ela sorrir e me abraçar.

— Estou vendo meu amor, agora nós precisamos voltar para o hospital, tudo bem.

— Mas já mãe? Me sinto tão-só lá.

— Não fique assim, meu bem, hoje o doutor Jung irá cuidar de você, fiquei sabendo que ele estará de plantão — Ela sorri e começa a andar em direção ao carro que está no estacionamento do Park em que estamos.

Deixo minhas coisas nos bancos de trás do veículo e sento no banco do passageiro, vejo mamãe por o sinto e já ligar o carro. Ligo o rádio, pois sei que a viagem vai ser longa e entediante. Logo a música que estava tocando acaba, dando lugar a voz de Chris Martin que canta a canção yellow, minha música favorita da banda. Começo a cantarolar baixinho sendo seguido por minha mãe que também é uma grande fã da banda. Vejo a mesma me observar de canto e sorrir, sei que mamãe gosta quando eu tenho momentos assim, em que eu consigo me divertir e sorrir, nem que seja por breves segundos.

— Meu bem, quem é aquela pessoa em seu quadro? Faz dias que vejo você pintá-la, mas não lembro de ter a visto no hospital, é algum médico novo?.

— Na verdade, eu não sei que é, eu sonho com ele há algum tempo, então resolvi pintá-lo.

— Oh! Então é um homem, é muito lindo, e está ficando mais ainda sendo pintado por suas mão meu bem. Será que algum dia irá encontrá-lo?.

— Acho que não mamãe, possivelmente ele ficara apenas em meus sonhos e meus quadros—Minha voz sai baixa, é meio inevitável que eu não me sinta triste por saber que nunca irei encontrá-lo, a não ser enquanto durmo.

O resto da pequena viagem foi silenciosa, me perdi nas canções que tocavam no rádio, quando percebi já estávamos entrando na garagem do hospital. Solto um leve suspiro e saio do carro, abro a porta traseira, pego minha bolsa e meu quadro. Caminho lentamente ao lado de mamãe em direção à entrada do hospital, vendo alguns rostos muito conhecidos por mim, algumas pessoas me cumprimentam enquanto passamos pela recepção. Caminhamos até o quarto que também é muito conhecido por mim — afinal estou ali a três longos anos —. Abro a porta e vou para a "Cama", vejo mamãe por minhas coisas em cima da mesa e pegar roupas limpas que pagamos em casa, substituindo as sujas da semana passada, suspiro novamente e me deito de lado na cama.

— Meu bem, nós já conversamos sobre isso, você não precisa ficar assim Jimin, você não estaria aqui se não precisasse.

— Eu sei, mãe, eu só estou cansado de passar tanto tempo aqui, me sinto triste e sozinho, mamãe — deixo finalmente as lagrimas presas saírem, e sem dó elas rolam por todo meu rosto com agressividade.

— Oh, meu bem, você quer que eu chame seu psicólogo novamente?, não quero te ver tão triste de novo, meu filho, se eu pudesse passar mais tempo com você, mas não posso, preciso trabalhar para pagar as despesas do hospital e de casa — mamãe vem até mim e me abraça forte, me aconchego em seus braços e desabo novamente

— M-mãe, eu n-não quero sobrecarregar você, você parece tão cansada, m-mamãe — Deixo que toda a dor saia em forma de pequenas gotas salgadas.

— Meu bem, não diga isso, você não me sobrecarrega de forma alguma — suas mão fazem um carinho singelo em meus cabelos, fazendo com que aos pouco meu choro cesse e meus olhos pesem.

— Mãe, e-eu quero o psicólogo de novo, por favor — minha voz sai baixa e sonolenta, vejo mamãe concordar e me soltar aos poucos, me deixando deitado na cama.

— Tudo bem, meu querido, quando eu for embora falo com a enfermei Ok, agora a mamãe precisa ir tudo bem?.

— Tudo bem, mamãe, promete voltar rápido?.

— Claro querido, em breve mamãe volta para ver como vai ficar seu quadro novo, tudo bem?, agora durma, você está cansado, e daqui a pouco o doutor Jung aparece — já com os olhos fechados sinto o selar de seus lábios em minha testa — Te amo meu bebe — e assim ela se vai novamente, mas sei que volta, ela sempre volta.

Me entrego totalmente ao mundo dos sonhos esperando encontrar ele novamente.


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