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Acho que todo mundo está feliz

Você pode olhar para mim? Porque eu estou azul e cinza

O significado das lágrimas refletidas no espelho

Escondidas com um sorriso, minhas cores, azul e cinza

                          ⚠ Alerta de gatilho, contem cenas com crise de ansiedade

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                          ⚠ Alerta de gatilho, contem cenas com crise de ansiedade.

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Abro os olhos e o vejo correr atrás de mim com um lindo sorriso, acelero meu movimento para tentar escapar do homem que me persegue, mas sou rapidamente pego e preso por seus braços fortes.

 — Te peguei querido! Não fuja mais de mim ok — escuto sua doce voz ecoar em meus ouvidos, me viro um pouco e vejo parte de seu rosto como um borrão, aos poucos vou tendo a visão de seu rosto por completo.

— Você é lindo, tão lindo — passo meus dedos sob suas bochechas que são surpreendentemente macias, encaro seus olhos escuros por um tempo e o vejo suspirar baixinho, nos aproximamos e sinto o roçar de seu nariz no meu. A ansiedade em sentir seus lábios junto aos meu é demais, as borboletas em minha barriga estão tão alegres e ansiosas quanto eu. Aos pouco ele se aproxima e finalmente...

— Jimin? Minie, você está bem? — escuto a voz do doutor ecoar pelo local, lentamente abro meus olhos percebendo que foi apenas mais um sonho, um sonho novamente.

— Doutor Jung? Oque aconteceu, por que está aqui? — sento na cama e passo a mão no rosto tentando expulsar os resquícios do sono.

— Vim fazer sua checagem, e vi você se debatendo na cama, fiquei preocupado, estava tendo um pesadelo?.

— Não, eu estava sonhando — e novamente a tristeza invade meu peito.

— Bom minie, eu estava checando seu estado atual, e você não tem se alimentado bem, por isso o vomito excessivo e as dores de cabeça. Vou te passar uma receita com uma dieta nutritiva, tudo bem? — apenas concordo com um aceno breve, isso vai causar mais despesas a mamãe, fazendo assim com que ela trabalhe mais ainda.

— Ah, já ia esquecer, seu psicólogo antigo não trabalha mais nesse hospital, então hoje chegara um novo, tudo bem, acho que lá pelas três da tarde o senhor Jeon chega Ok. Agora eu preciso ir Jimin, até logo.

E assim fico sozinho no quarto novamente, olho ao redor do quarto branco sem graça alguma, e fico imaginando o quão melhor não seria se essas paredes fossem coloridas, eu me sentiria melhor. Saber que agora o senhor Chung não irá me acompanhar mais me deixou deveras nervoso, isso significa começar de novo, contar tudo novamente, reviver tudo novamente, e chorar mais um pouco.

Levanto da cama e vou até o banheiro, pego minha escova de dentes e começo a limpeza, após terminar faço uma conchinha com a mão para pegar água e levar até meu rosto, passo os dedos sob meus olhos e me olho no pequeno espelho onde minha imagem abatida é refletida, fico observando cada detalhe do meu rosto, as olheiras profundas deixam evidente a qualquer um as noites mal dormidas, mordo meu lábio sentindo aquela sensação voltar, firmo as mãos em volta da pia também branca, o aperto no peito já é presente, a respiração já está desregulada e as lagrimas caem em abundância. Olho novamente para o reflexo no espelho, é estranho depois de tanto tempo estar aqui e vivo, meus pensamentos nublam e só restam pensamentos tristes e cruéis. MORTE, ela quase me levou, mas teve piedade, eu me pergunto o porquê. Porque sentiu pena de mim, morte, talvez se eu estivesse morto não sentiria isso, esse medo sem motivo, essa tristeza, essa dor profunda.

Aos poucos consigo me acalmar e voltar a respirar calmamente, com as mãos ainda tremulas tiro cada peça de roupa existente em meu corpo, entro no box e começo o banho que seria rápido, pois logo mais o psicólogo chega. Saio do box e visto roupas limpas, deixando as sujas em um cesto que depois é levado para minha casa.

Volto para o quarto, vejo que o "café da manhã" está em cima da mesa, como um pouco do que tem, mas não consigo terminar tudo, decidindo então deixar de lado. Pego meu quadro, pinceis e tintas para retomar minha arte, sendo novamente na cadeira, fazendo com que eu fique de costas para a porta do comodo. Observo o trabalho já feito, começo a pincelar os detalhes do seu rosto que lembro, com movimentos leves termino mais da metade, mas não termino já que não lembro do rosto por inteiro. Sendo assim, pego outro quadro totalmente branco e começo um novo desenho, algo mais fácil, uma paisagem. Uma cabana em meio a um bosque que tinha um caminho de pedras, algumas árvores em volta. No céu resolvi por uma mistura de laranja, azul-escuro e amarelo, indicando o entardecer.

Totalmente inerte a tudo em volta, me assusto quando leves batidas na porta soam pelo ambiente, olho para trás e vejo uma enfermeira entrar e logo atrás um homem jovem e muito belo, a enfermeira olha para mim e então surge um lindo sorriso em seus lábios.

— Senhor Park, vim ver como está se sentindo e apresentar seu novo psicólogo.

— Estou bem nara, só um pouco enjoado ainda, não consegui comer todo café da manhã. — Levanto e vou até a maca para que ela possa me examinar.

— Vou lhe dar um remédio para o vômito, mas depois o senhor Jung passa aqui para lhe passar melhor as indicações, tudo bem. — ela me entrega um comprimido e um copo de água rapidamente aceito por mim, levo o remédio para boca e tomo um gole de água devolvendo o copo em seguida — Agora vou deixar que você converse com o senhor Jeon, até logo Jimin.

— Oi, Me chamo Jeon Jungkook, a partir de agora sou o responsável pelo seu acompanhamento psicológico. — sua voz é melodiosa e rouca, algo ótimo de se ouvir, vejo ele pegar a cadeira que antes era ocupado por mim e sentar em minha frente, olho bem para seu rosto e noto a familiaridade com alguém, só não sei quem.

— Eu Sou Park Ji-min, hum, não sei muito bem oque falar agora — sinto minhas bochechas corarem e vejo Jeon dar um sorriso de canto, um belo sorriso vale ressaltar.

— Fique tranquilo Jimin, vamos com calma, sei como é difícil uma mudança assim. — não falo nada, apenas concordo com a cabeça.

— Bem, hoje podemos falar sobre coisas simples como quais são seus passatempos, quais são seus sonhos. Me fale sobre você Jimin. — o encaro por alguns minutos, é difícil falar, ainda mais com seus olhos pretos, grandes e redondos me observando como soubesse de toda minha vida. Ah esses olhos, já os vi antes, eu tenho certeza.

— Hum, bem, eu gosto de Pintar, tenho alguns quadros em minha casa, acho que esse é meu único passatempo ultimamente, e sonhos... eu não sei se tenho sonhos, eu simplesmente vivo um dia de cada vez, a final não quero criar planos que possivelmente eu não vou poder realizar.

Falar aquilo doeu, mas é a mais pura verdade, não quero criar esperanças e me frustrar depois.

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