CAPITULO 16

270 22 50
                                    

Agnes Hanson Donfort

Agnes quero que saiba que meu objetivo não é machucar você, mas só dependerá da sua cooperação. — Ofeguei pelo desespero. — Diante de você está dois homens que lhe infligiu dor, de maneira diferente, mas ainda assim lhe feriu. — Houve uma pausa.

Observei Jake e Phil desacordados com um corda no pescoço, estando apenas apoiados por um pedaço de madeira.

Meu coração trovejou no peito.

— Tera de escolher qual permanecerá vivo.

Não pude conter o enjoo seguido pelo vômito. Meu corpo inteiro doeu pela tremedeira.

Não... não....

Por muitos anos observei você e sua família — Continuou. — Você só teve o azar de cair na vida deles. Não te odeio, Agnes, longe disso. Odeio o que fizeram com você. Saiu de uma pessoa sensata, dona da própria opinião... Para alguém submissa ao um sentimento que hoje, lhe causa dor. — Uma facada direto no peito. — Estou aqui lhe dando a chance da escolha.

— Isso não é escolha! — Trinco os dentes. — É doentio.

— Sabe o que é doentio? — O suspiro ecoou pelas caixas de som. — Você se lançar de um barranco, entrar na mira do governo por alguém que sequer te merece. Doentio é se esquecer o que Hannah fez, engolir seus atos só para não perder a família que construiu. Quer saber um segredo, Agnes? Isso estava acabado antes mesmo de começar. — Nessa altura desacreditei que houvesse um coração batendo em meu peito. — As pessoas passaram por cima de você, sua honra, fizeram você seguir exatamente o que queria! Te domaram. Devo confessar, essa briga não é minha, mas não hesitei em entrar. Se quer ajuda para decidir quem merece viver, vou facilitar.

Um telão surgiu na parede.

Eram imagens do Bunker onde Phil nos deixou presas. O vídeos me mostra sentada na beira da cama velha, magra demais, sem vida ou esperança. Meu corpo marcado pelas agressões de quando decidi defender Hannah. Quase me esqueci como tinha ficado tão acabada.

Cortou para um outro vídeo do escritório de Jake, nele, Brianna e o mesmo se beijando de forma apaixonada e desejosa, tirando as roupas aos tropeços. Precisei desviar meus olhos para o chão tentando, de maneira inútil, não sentir o que estou sentindo agora.

— Acha que sou aquela garota fraca? — Olhei para câmera. — Está enganado. — Me levanto com dificuldade. — Não tenho medo de você que se camufla em uma voz distorcida, atrás de salas como essa, sequestros tão sujos quanto esse. — Gesticulo para Jake e Phil. — Não sou um monstro e você não vai me transformar em um. — Respirei fundo. Juntei o resto de coragem que tenho. — Quer jogar meu passado em minha cara? Vá em frente. Faça isso. Mas não sou Deus, e definitivamente, não vou brincar de ser justiceira.

— Justamente por não te achar coloquei-a aqui. — Ouvi. — Não é uma brincadeira de Justiça, Agnes, é o karma.

— Karma? — Solto uma risada vazia.

— O que acha que lhe espera?

— Quer outro segredo? — O meu silêncio foi suficiente para a voz prosseguir. — Sabia que Cole fez uma aposta junto com a mãe? Ele apostou oitocentos dólares que conseguiria conquistar sua filha, já Molly, apostou mil dólares que não conseguiria. — O sentimento de raiva me dominou. — Vocês só são o maldito pião no tabuleiro. — Engolir se tornou uma coisa difícil. — Pode tentar deixar seu passado oculto, mas sempre vai voltar. Por isso estou aqui! Vamos exorcizar os demônios de uma vez.

— VAI PARA O INFERNO! — Gritei.

Pude notar que Jake e Phil já estavam acordados, paralisados, eles não se moviam e obviamente não conseguem falar pelo tanto de fita sobre a boca.

Duskwood: Verdades ocultas.  Livro 2  (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora