Duskwood: Verdades ocultas. Livro 2 (EM REVISÃO)

Capitulo 27: Skyler Donfort

O misto de sentimentos levou minha mente para um lugar que não visitava vazia um longo tempo. Pedi para tia Jessy ir embora e me deixar sozinha, foi assim que iniciei uma caminhada de duas horas pela praia. Me deparei com umas pedras com vista deslumbrante para o mar, me sentei em uma delas e me aconcheguei na brisa e som.

Cole continua lindo e irresistível como sempre, pensei que nessa altura ele jamais teria qualquer tipo de poder sobre mim, mas meu coração bateu forte e as borboletas voaram para além do meu estômago.

— Posso me sentar aqui? — Dei um salto com a voz dele. — Tomei a liberdade de seguir você — Explicou de imediato. — Sua reação me fez ter certeza de que te devo desculpas. — Esclareceu com cuidado.

Fiquei mais minutos que o esperado encarando os olhos dele.

— Tudo bem — Respondi distraída.

Ele se sentou ao meu lado e junto dele seu cheiro atingiu minhas narinas.

— Como estão as coisas?

Bateu no meu ombro de leve.

— Minha mãe vai se casar — Comecei sem olhá-lo. — Meu pai nos abandonou definitivamente... — Minha voz foi sumindo aos poucos.

— Continue... — Incentivou.

— Depois daquele e-mail vi seus story curtindo uma festa... — Lembrei. — Foi tão fácil assim me deixar ir?

— Não, claro que não. — Negou prontamente. — Mas foi fácil quando percebi que sua felicidade e conforto era o mais importante. Skyler, se deixei de ser seu lugar de conforto... não insistiria em algo que te machucaria. Eu sabia que te amava e se deixei você ir foi por puro amor.

"Te amava" por que me sinto incomodada com isso? Por que estou aqui falando com ele? Por que essa merda toda ainda mexe comigo?

— O que fez nesse tempo todo?

Me distrai com um pedrinha pequena.

— Me mudei de Duskwood... — Suspirou. — Comprei uma casa aqui, tenho feito viagens, trabalhado e investindo em minha carreira como chefe de cozinha. — Contou orgulhoso. — Arrumei uma boa forma de seguir em frente.

As vezes me esqueço que Cole também perdeu a mãe dele e foi pela mão do meu padrasto.

— Como seu pai está? — Não ouvia ou pensava sobre Alan Bloomgate há tempos.

— Reconstruindo a vida com meus irmãos — Respondeu pensativo. — Um passo de cada vez.

— Fico feliz... — Joguei a pedrinha para longe.

— Você está feliz? — Perguntou de maneira repentina. — Com o Bryan.

— Estou. — Nem precisei pensar para responder. — Ele é um bom namorado.

— Isso me deixa feliz e aliviado, Sky.

Meu corpo tremeu por completo assim que seus dedos passaram por minha bochecha e depois na mecha de cabelo que foi posta atrás da minha orelha.

— Você está namorando? — Senti enjoo com essa pergunta.

— Namorando não, mas estou conhecendo uma garota legal. — Diz com carinho.

Não consigo explicar de onde ou porque a vontade de chorar surge.

— Isso é ótimo... — Minha voz falha.

— Sky — Ele segura meu queixo me forçando olhá-lo. — Sinto do fundo do meu coração tudo que te causei.

Sempre senti verdade da parte dele e jamais duvidei do arrependimento ou mudança, minha escolha de terminar tudo foi por medo que acontecesse comigo o que aconteceu com minha mãe. Não me arrependo da escolha que tive, mas existe aquela parte dentro de mim "E se eu tivesse tentado"?, e nesse momento ela está me cutucando forte.