CAPÍTULO DOIS

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TRÊS DIAS DEPOIS

Alessandro Del Rei Martinelli

Eu caminhava pelas ruas de Nova Iorque, observando o quanto a cidade era barulhenta.

Pessoas e carros iam e vinham com pressa.

Passei por um casal brasileiro que estava obviamente perdido naquelas ruas, mas eu não poderia dar informação para eles. Porque nem eu sabia andar muito pelas ruas daquela cidade.

O GPS era meu amigo quando eu me perdia.

Eu vestia uma roupa que deixava meu corpo quente e fones de ouvidos com uma música lenta tocando de fundo.

Eu realmente não sabia como algumas pessoas conseguiam morar naquela cidade. Provavelmente devem gostar de multidões.

Paro no sinal que estava verde. Uma multidão estava a minha frente esperando o sinal ficar vermelho para finalmente seguirem seu caminho.

Vejo mais uma pessoa parar ao meu lado e viro meu rosto para encarar o mesmo.

— Merda.

Falo quando vejo o mesmo homem do dia do funeral. Viro o olhar para frente novamente e a música que tocava no meu fone para.

Minha lista de músicas tinha acabado.

— É bom revê-lo. — Ouço ele dizer, mas o ignoro fingindo ainda estar ouvindo música — Vai me ignorar? Olha eu sei que-

Vejo o sinal abrir e todas as pessoas começam a andar, incluindo eu. Continuo andando normalmente até que vejo ele parar na minha frente e eu paro bruscamente.

Reviro os olhos, retirando o fone.

"O papai estaria orgulhoso da minha atuação"

Penso.

— O que você quer? — Pergunto colocando os fones na caixinha.

— Quero pedir desculpas.

— Tá bom. — Respondo, desviando do seu corpo e continuando meu caminho.

— Qual é. Eu sei que fui mal-educado, mas isso são águas passadas. — Ele diz alto atrás de mim e eu paro me virando para ele.

— Você disse que foi o quê?

— Me expressei mal novamente. Perdão. — Ele diz me encarando — Eu não deveria ter dado em cima de você naquele momento.

— Ainda bem que você sabe. — Respondo e volto a andar, virando a esquina.

— Mas você tem que entender.

— Oque eu teria que entender? — Pergunto percebendo estar finalmente chegando na empresa.

— Que é muito difícil encontrar caras bonitos como você. Se eu deixasse você escapar com certeza não te encontraria novamente.

— Aqui está você. — Falo parando em outro sinal.

— É meu caminho para o trabalho.

— Não perguntei.

— Você é malvado.

Suspiro e me viro para ele.

— Diga o que você quer de uma vez.

— Primeiro te levar para um encontro.

— E quem disse que eu quero sair com você? — Pergunto sério.

— Você não se arrependeria. Eu te levaria para jantar e-

— Não gosto de jantares.

— Baladas?

— Muito menos.

— Parque de diversões?

— Muito criança.

— Você tá de brincadeira? Isso tudo é só para não sair comigo?

— Não. E não.

A resposta era realmente verdadeira. Eu odiava tudo aquilo.

— Então você aceita sair comigo, mas você decide o lugar? — Ele pergunta e eu me viro sem responde, atravessando novamente.

— Você realmente gosta de me ignorar, né?

— Fale oque você quer, Sr..?

— Me chamo Ben. Benjamin Davillier.

— Foi um desagrado conhecê-lo, Sr.Davillier. E eu não sairei com o senhor porque eu não desejo nada com você.

— Devido à minha idade?

— Não. Sua idade não é um problema para mim, mas...

Paro minha fala quando chego em frente ao prédio e ele para também. Me viro e dou um sorriso mínimo para ele.

— Mas...?

— Você foi um imbecil. Se quer realmente que eu sair com você e lhe perdoe por agir daquela forma… me convença a fazer isso.

— E como vou fazer isso?

— O senhor terá que descobrir.

— Mas se eu conseguir, vamos sair para jantar?

— Não gosto de jantares, Sr.Davillier.

— Então do que gosta?

— Descubra.

— Você não tá facilitando para mim, lindinho.

— Não é para ser fácil. E eu tenho nome.

— Você ainda não me disse.

— Você poderia descobrir também.

— Isso não facilitaria. Como vou te mandar flores?

— Sou alérgico a uma flor específica. Se mandar a errada e eu for parar no hospital, não terá encontro.

Falo me virando para entrar no prédio, mas antes de entrar no mesmo me virei para ele.

— E meu nome é Alessandro. Alessandro Del Rei Martinelli.

— Você tem um nome-

— Me convença ou me esqueça.

É a última coisa que falo antes de passar pelas portas de vidro.

"Eu não vou facilitar para esse idiota"

FAZENDO DE TUDO PARA CONQUISTÁ-LO - OS MARTINELLI'S - LIVRO 2Where stories live. Discover now