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Maktub; capítulo 8.
❝nervous, fisher?❞

No dia seguinte, acordo às 08:30 e Jeremiah e Steven já haviam saido pro clube, encontro apenas as mães na cozinha conversando sobre algo que suponho ser sério, pois logo que entro na cozinha, as duas mudam o assunto imediatamente. Apenas dou de ombros tentando conter a curiosidade que senti e começo a preparar meu café da manhã.

─ bom dia, querida. Dormiu bem? ─ minha mãe pergunta.

─ Maravilhosamente bem, Belly e o esquentadinho ainda estão dormindo? ─ pergunto.

─ ei, eu ouvi isso. Já estava com saudades? ─ Como se eu o tivesse invocado, olho para a entrada da cozinha e consigo ver o semblante de sono de Conrad.

─ longe disso, estava apenas pensando em quanto tempo eu teria de paz, mas parece que já acabou. ─ respondo.

─ não sei mais o que fazer pra esses dois pararam de se tratar como cão e gato. ─ ouço susannah dizer para minha mãe, que prontamente concorda.

─ talvez se nascesse outro, seria mais fácil. ─ provoco.

─ talvez se fosse menos insuportável, mandona, chata e tão insuportavelmente certinha, seria mais fácil. ─ ele retruca, possuindo um sorrisinho sarcástico nos lábios, o que me deixa mais irritada.

─ talvez se... ─ E quando eu estava prontamente disposta para rebater com alguns xingamentos, sou interrompida.

─ começaram cedo hoje, parem de chatisse que hoje estou no meu bom humor. ─ Belly entra na cozinha falando.

─ você sempre está de bom humor, bells. ─ digo sorrindo.

─ pelo menos uma, né. ─ Conrad murmura, mas decido ignorar pelo bem da minha paz.

─ pensei em dar um passadinha no clube, hoje não tem ensaio do baile, podem dar um trégua e irem comigo? ─ belly pede, sentando na mesa e fazendo um gesto implorando com as mãos.

─ Belly, você está praticamente pedindo por um replay da primeira guerra mundial. ─ Ouço susannah dizer e começamos a rir.

─ eu faço esse sacrifício hoje. ─ conrad diz, o que obviamente me surpreendeu.

─ bom, então não vou ficar sozinha aqui. Quer dizer, sem ofensas tia susannah e mamãe. ─ digo.

─ Belly, se certifique de que não haverá um afogamento entre esses dois, sei que pode ser difícil, mas não se deixe vencer pelo cansaço. ─ Minha mãe brinca.

─ não prometo nada. ─ belly dá de ombros, entramos em outra conversa aleatória enquanto tomávamos nosso café da manhã.

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─ Vamos, Merlia! Você está a uns 20 minutos aí em cima desde que eu desci. ─ ouço belly me gritar no andar de baixo.

─ calma, eu tava pegando minha câmera e procurando meu biquíni preto. Já tô aqui, feliz? ─ respondo descendo as escadas.

─ ah, porque um biquíni de outra cor não seria um biquíni de qualquer forma, né? ─ Conrad implica.

─ me deixa, queria usar o preto e aqui estou com o preto, agora vocês que estão demorando, vamos logo! ─ eu digo, andando rápido em direção a garagem e grito um "vou dirigir!"

─ eu que vou dirigir, sai fora. ─ Conrad diz e começa a correr, e assim assim começa uma mini corrida entre nós.

Como eu estava na frente, tive uma vantagem, mas conrad é rápido e logo me ultrapassou. Mas consigo chegar na porta do passageiro enquanto o mesmo dá a volta pra entrar no banco do motorista, entro no carro e com um esforço, me movo rapidamente pro banco do motorista no exato momento em que ele abre a porta.

─ Você é uma ninja ou algo assim? Sai logo Merlia, você já dirigiu no dia da festa. ─ ele diz.

─ é claro que dirigi, você estava ocupado demais enchendo a cara, não lembra? ─ provoco.

─ então vamos ver se você consegue dirigir sem isso aqui. ─ ele debocha, eu olho em sua mão e consigo ver a chave do carro, claro! Como eu não lembrei?

─ não começa não, olha, vamos evitar conflitos futuros e me passa logo essa chave. ─ digo.

─ saí do carro. ─ ele pede.

─ passa a chave! ─ eu insisto.

─ vem pegar, então. ─ ele diz.

─ acha que vou cair nessa, sair do carro pra pegar a chave e você entrar nele? Eu não nasci ontem, Fisher.

─ Vem pegar logo, Conklin. ─ Ele repete. E, eu não sei que loucura deu em mim, mas me levantei do banco e parti pra cima dele. Não sou baixa, amo meus 1,75 de altura mas parece que não se comparam com os mais de 1,80 de Conrad.

Me aproximo dele, mas não dou passe livro para a porta do carro, não sou burra e obviamente ele queria só me enganar para entrar.

─ tá difícil aí embaixo, Conklin? Vai ter que se esforçar mais, talvez se ficasse na ponta dos pés... ─ ele começa a provocar.

─ passa logo a merda dessa chave, caralho. ─ digo, e é nessa hora que eu toco nossos corpos e consigo pegar na mão dele, o que foi quase inútil, já que ele levanta a mão pro alto.

─ está com a boca muito suja, minha querida. ─ querida? Só pode ser piada.

Tive um idéia.

Paro de tentar pegar a chave ─ e não saio de frente da porta do carro, impedindo-o de entrar ─ e me aproximo ainda mais dele, fazendo nossos corpos quase se chocarem, olho em seus olhos, não vacilo em nenhum movimento.

─ estou mesmo, "querido"? Porque não me mostra? ─ digo.

─ O que está fazendo, Merlia? ─ ele recua um pouco, visivelmente nervoso. Me aproximo mais, desviando meu olhar dos seus olhos pros seus lábios.

─ Eu não sei, Fisher, acho que vai ter que descobrir. ─ respondo.

exatamente nessa hora, Conrad se aproxima de mim, ele cede, finalmente largando suas mãos próximas ao seu corpo, automaticamente, próximas a mim. E é nesse vacilo que eu consigo o que quero, num passe rápido, agarro sua mão e retiro a chave, segurando firme.

Não sei em qual momento aconteceu, mas meu coração estava acelerado, batendo forte. Não me pergunte o motivo.

─ isso não vale, foi trapaça, não pode fazer isso! ─ ele exclama exasperado no vidro do carro, mas como não sou besta, já subi o vidro para ele não tentar nada.

─ Ficou nervosinho, Fisher? Emociona não, vem aqui pro meu ladinho. Aliás, eu não sou sua querida. ─ Qual é? Eu nunca perderia essa chance de um deboche.

Ele finalmente desiste e, para minha terceira surpresa do dia, realmente entra no banco do passageiro, ao meu lado. E eu realmente não sei qual foi o momento em que Belly entrou no banco de trás, mas lá estava ela, pronta pra fazer algum comentário.

─ isso que eu chamo de tensão sexual, dirige logo, preciso atualizar o Jeremiah! ─ belly diz, e eu não deixo de notar a animação em sua voz.

Tensão sexual? O que? Belly está definitivamente pirando.

Mas... O que foi aquilo? O jeito como eu me aproximei sem nenhum vestígio de medo, pelo contrário, estava movida pela coragem. O jeito que o Conrad não hesitou em se mover em momento algum. O jeito como ele se aproximou. O jeito que ele ficou nervoso. A forma como meu coração ficou igualmente nervoso ao encarar o garoto em minha frente. Eu não tenho respostas pra nenhum desses questionamentos, e, sinceramente, não sei se quero ter.

ᴍᴀᴋᴛᴜʙ↬ᴄᴏɴʀᴀᴅ ғɪsʜᴇʀ Where stories live. Discover now