The stripper- Simone e Soraya

O meu lugar part 2

- Claro, podemos comer e ir começando.

Ela rapidamente pegou sua pasta tirando um grande volume de papéis, me lembrando do real motivo de estarmos ali. Logo após terminarmos, iniciamos os trabalhos, e passamos horas naquilo, a base de café e água para manter o foco. O que era impossível com aquela mulher na minha frente. Soraya tinha um jeito tão delicado e doce que me fazia perder o foco. Na verdade o que mais me fazia perder o foco era quando ela resolvia levantar e andar com sua calça que estava extremamente colada em seu corpo. Porra, que bunda era aquela?

- Entendeu, senhora?

- Hãm?

Perguntei confusa.

Soraya sorriu abertamente para mim.

- Perguntei se entendeu, Sra Tebet.

- Pode me chamar de Simone aqui, sério.

Ela sorriu como quem tivesse desistido de tentar.

- Entendeu, Simone?

- Eu entendi sim, Soraya, podemos recalcular os gastos dos materiais? Admito ter me perdido nisso.

- Claro, estão bem aqui.

Ela falou sentando ao meu lado para mostrar os papéis.

Continuamos naquele processo por longas horas. Pude perceber que ela era uma mulher inteligente e inteirada em todos os assuntos da empresa, conhecia de negócios e praticamente de todos os setores

Eu já estava cansada de tantos papéis e então lancei a seguinte proposta.

- Vamos dar uma volta no parque ao lado, e você fala um pouco de você.

-Mas e os balancetes?

- Temos tempo, Thronicke. Almoçamos juntas e voltamos ao trabalho, certo?

Ela concordou e se levantou. Avisamos a Irene que voltaríamos depois do almoço, a senhora assentiu e prometeu cuidar de nossas papeladas. Por algum motivo eu queria conhecer mais de Soraya, ela era diferente das outras pessoas.

- Você parece conhecer bem Brasília.

Ela falou caminhando ao meu lado.

- Moro aqui desde que me conheço por gente, então conheço esse lugar como a palma de minha mão.

- Sim, eu morei na Europa por alguns anos, e voltei para tomar conta da empresa agora.

A loira escutava tudo atentamente enquanto caminhavamos pelas passagens cobertas pelas enormes árvores do parque. Era um dos melhores de Brasília. No centro havia um enorme lago, áreas verdes, gramadas. Lá muitas famílias de divertiam, pessoas corriam, era tudo muito bom.

- E me salvar do Bolsonaro

Ela falou rindo.

- Como o aguentou por tanto tempo?

- Eu não tive escolha preciso muito dessa bolsa... Não era tão difícil conviver com ele, só quando ele tentava ficar comigo. Eu, às vezes, evitava ficar muito perto.

- É um velho babão. Não entendo porque os homens pensam que podem nos ter a qualquer momento.

Revirei os olhos

- Por isso não me envolvo com um.

Vi Soraya arquear a sobrancelha em confusão mas nada falei, apenas continuei nossa caminhada.

- Ah, Janja pediu para que eu falasse dela para você. Eu sei, ela é louca, mas ficou mesmo afim de você, Srta Thronicke.

A loira abaixou a cabeça, sem jeito.

- Eu nem sei se você fica com mulheres. Na verdade, você não tem cara de quem namoraria uma mulher.

Soltei um sorriso
- Mas ela fala muito de você.

- Você acha?

Ela perguntou me olhando.

- Acho... Mas quem sabe não é, nem tudo é o que parece.

- Exatamente, Simone.

- Preciso dizer a Janja que ela tem chances.

- É... quem sabe? talvez ela tenha mesmo...

Ela falou sem a menor vergonha. Soraya saiu andando na frente, me deixando parada. Pensar em minha aluna tendo um caso com minha melhor amiga poderia ser bom, certo? Ou talvez não. Por algum motivo desconhecido, imaginar Soraya e Janja era algo desconfortável. Mas porque eu estava com ciúmes? Se a única mulher que habitava em meus pensamentos era El jaguar. Mas Soraya era uma mulher muito interessante.

Voltamos e terminas tudo o que tinha para terminar.

Saímos do café e caminhamos até meu carro onde guardarmos nossas pastas

- Bom, Sra, eu vou pegar um táxi... Nos vemos amanhã!

- Srta Thronicke, fique tranquila, eu lhe levo até sua casa em meu carro.

- Não precisa, sério. Eu posso ir de táxi sem problema algum

Ela rapidamente falou.

- Eu faço questão, Soraya. Já está tarde, não vou aceitar um não como resposta