O troco parte final

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- Eu não sei, você está estranha.

- Impressão sua,srta. Thronicke. Eu estou mais normal do que nunca.

- Literalmente esse não é o seu normal.

- Como pode ter tanta certeza?

- Bom, de todas as vezes, esse está sendo seu
pior humor.

- Eu devo ter motivos para isso.

Simone me olhou intensamente, seus olhos
estavam escuros, mas não era como ficava
quando olhava para El jaguar. Sua íris estava em uma tonalidade escura e sombria. Ela voltou os olhos para a estrada difícil. Ir com um sedan importado para aquele lugar não havia sido uma boa ideia.

- Merda!

Resmungou ela acelerando o carro.

-Se acalme.

- Meu carro está sendo maltratado nessa
porra de estrada, e ainda tem essa chuva
maldita. Desse jeito vamos chegar à noite!

E pelo jeito ela tinha razão, a estrada que
estávamos não era das melhores, a chuva era torrencial. O carro de Simone patinava no meio de tanta lama, e a situação só parecia piorar.

- Oh, meu Deus, isso não deveria acontecer.

- Não vamos morrer, Thronicke, fique
tranquila.Você vai voltar para seu encontro.

Revirei os olhos de forma tediosa. Já era
quatro e meia da tarde. Estávamos atrasadas
uma hora e meia para a tal reunião. E
Simone, no meio daquele estrago, ainda tinha mau humor suficiente para me jogar farpas.

- Sinceramente eu daria meia volta.

Simone falou irritada.

- Pois somos duas.

- Está com pressa, não?

- Sim, digamos que não é nada agradável
ficar dentro de um carro com uma mulher
mal humorada com essa chuva torrencial lá
fora!

Simone semicerrou os olhos em minha
direção de forma surpresa a me ver falar
assim.

- Creio que deve ter melhores companhias,
não é?

- Sabe que eu tenho mesmo?!

Falei brava, eu já estava cansada de todo aquele mau humor.

- Até imagino quem seja.

ela falou rude.

- Deve imaginar mesmo.

Falei cruzando os braços emburrada.

Ficamos em silêncio por longos minutos,
Simone bufava ao meu lado. O espaço parecia pequeno demais para nós duas.

Seguíamos em linha reta pela enorme
estrada. Talvez não estivéssemos tão longe,
a pista estava muito molhada, fazendo com
que Simone não corresse o suficiente em seu
carro. O mesmo parecia, a cada momento,
ficar cada vez mais lento.

- Se eu for correndo chego mais rápido...

- O que você quer que eu faça? Corra nessa
pista molhada? Se quer morrer me avise.

- Que acelere?!

Simone nada falou, apenas acelerou o carro e o mesmo não respondeu.

- Não, não...isso não pode estar acontecendo.

resmungou ela, me fazendo ficar confusa.

O sedan preto gradativamente foi parando.
Simone virou o volante aproveitando para
guiá-lo para o acostamento.

The stripper- Simone e Soraya Où les histoires vivent. Découvrez maintenant