Eram exatamente dezoito horas. Bob colocou a travessa de rosbife à jardineira sobre a mesa. Marta estava acabando de encher de água as taças de cristal, quando Cris apareceu na porta, de vestido novo, azul, com acessórios prateados.
- Você está lindíssima, querida! – elogiou Marta. – Não acha que o cabelo dela ficou muito bem desse jeito, Bob?
- É, minha sobrinha, você vai abafar. Esse rapaz vai ficar tonto, quando olhar para você!
- Obrigada – disse Cris com um sorriso. – Adorei o vestido que você me deu. Foi muito legal.
Ao sentar à mesa, Cris comentou:
- Sabe, naquela festa que eu fui, todas as pessoas estavam com roupas desse jeito, e eu me senti péssima de jeans. Ainda bem que hoje estou com uma roupa legal.
Marta sorriu, contente consigo mesma.
- Que tipo de programa vocês vão assistir? – perguntou Bob, passando mais manteiga na batata.
- Sinceramente, não sei. Mas não se preocupe com o Ted. Ele é um cara bacana, e tenho certeza de que não me levaria a nenhum lugar impróprio.
Às seis e vinte e cinco, foram todos para a sala esperar o toque da campainha. Cris carregava um embrulho de presente, que deixou ao lado da porta.
- Que é isso? – perguntou Bob.
- É o blusão de moletom que comprei para o Ted em San Francisco. Hoje vai ser a ocasião perfeita para entregá-lo. Espero que ele goste!
- É claro que vai gostar! – asseverou Marta. – Ele deve estar chegando a qualquer instante.
Esperaram até cansar. Finalmente, às sete, Bob começou a cantar hipóteses para explicar por que Ted estaria atrasado.
- Talvez ele tenha parado para lhe comprar flores.
- Hoje em dia ninguém compra flores assim, tio.
- Então quem sabe ele ficou com medo e desistiu!
- Bob! Como é que você diz uma coisa dessa?! – repreendeu a tia. Os olhos de Cristina se encheram de lágrimas.
- Bem, eu estava só querendo ...
Naquele instante a campainha tocou. Cris piscou para evitar que a maquiagem borrasse. Correu para a porta, pegou o presente e concentrou-se em melhorar a expressão do rosto, mostrando um ar mais alegre. Afinal de contas, ele provavelmente tinha uma boa razão para estar atrasado.
Abriu a porta e, com seu sorriso mais simpático, cumprimentou-o.
Aí gelou. Ele estava de bermuda! Bermuda e camiseta! Por que fora pôr um vestido de festa?
Ted pareceu não notar que ela exagerara na roupa. Nem pediu desculpas pelo atraso. Sua voz era tranquila, natural.
- Olá, tudo bem? Vamos?
Cris gritou "tchau" e correu para fechar a porta, antes que a tia pudesse ver como Ted estava vestido. Tarde demais. Bob e Marta estavam no hall, e o tio estendia a mão para Ted.
- Prazer em vê-lo – disse. – Lembra-se de minha esposa, Marta, daquele dia no hospital?
- Ted – disse Marta com um sorriso. – É tão bom ver você novamente. – Virou-se então um pouquinho de lado e dirigiu a Cris um olhar apavorado. – Você tem certeza de que está pronta para sair, querida?
Cris entendeu a dica. Sabia que era a chance de correr para trocar de roupa, mas não sabia o que iria vestir. Só queria sair com o Ted. Agora mesmo! Antes que acontecesse mais alguma coisa e ela perdesse essa oportunidade.
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Série Cris: Promessa de Verão - Livro 1
RomanceTudo parecia perfeito: aquela garota de quatorze anos vai passar as férias na praia, na casa dos tios ricos, conhecer outras pessoas, lugares diferentes, e ainda por cima longe dos pais! Só que nem tudo sai do jeito que ela esperava. Ted, o rapaz ma...