c i n q u a n t e - s e p t

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Meses depois

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Meses depois

— Voltem para a cela, andem — o carcereiro falava de forma rude e desgastada, empurrando os presidiários de volta para o corredor.

Taurus Shimizu levantou-se da mesa e foi caminhando com calma. Ainda estava algemado depois da briga que arrumou, mas pelo menos tinha o direito de caminhar pelo pátio.

A noite estava quente e as estrelas brilhavam forte no céu. Quando chegou a vez de colocar Taurus no corredor, o carcereiro não gritou e nem empurrou, apenas deixou-o ir no próprio tempo. Todos lá sabiam muito bem do que aquele brutamontes era capaz.

Em passos lentos, Shimizu suspirou e seguiu reto no corredor. Olhando para o lado, encarou o corredor da outra ala, justamente a que ele não tinha acesso. Os olhos dele encontraram os de Tobias Tanaka, o capitão da Canis Major que estava no mesmo presídio. Com um sorriso de desgosto, Taurus cuspiu no chão e virou o rosto, continuando no próprio caminho.

Que Taurus e a Canis Major não se davam bem, isso já não era segredo para ninguém. O brutamontes jamais se esqueceria de como alguns capitães da Canis foram capazes de destruir o clube de luta dele e mandá-lo para a cadeia. Especialmente Satoru Kawakami. Aquele vermezinho desagradável.

— Não vai tirar? — Taurus perguntou para o carcereiro, exibindo os punhos algemados após entrar na cela.

— Só amanhã de manhã. Boa noite — de forma rude, o carcereiro apenas virou as costas e saiu, deixando Shimizu a ponto de quase rosnar. Dormir algemado era uma das piores sensações da vida.

Ele se sentou na cama de concreto e depois se deitou vagarosamente. Queria poder deitar e dormir o quanto antes, assim, não passaria tempo demais pensando nas malditas algemas.

Entre sonhos e sussurros, Taurus deixava a mente fluir para bem longe, num cenário onde ele era capaz de se vingar da Canis Major, principalmente, de Satoru Kawakami.

[...]

Os gritos acordaram o brutamontes.

Confuso, mas já em estado de alerta, levantou-se com certa dificuldade por conta das algemas e correu até as grades. Da cela em que ele estava podia ver o pátio no andar abaixo, completamente revirado e com presos correndo para todos os lados. Brigas aconteciam e ele não fazia ideia de que tipo de pandemônio havia acontecido para causar aquele caos.

— Santo Deus...— sussurrou, agarrando as grades com as duas mãos.

Um estrondo alto veio de longe, fazendo com que todos se encolhessem com o grande impacto. Quando Taurus abriu os olhos novamente, encontrou um buraco no muro da prisão. Muitos entraram correndo com armas brancas e armas de fogo, mas não atacavam os presos, apenas destruíam tudo e...

— Estão abrindo as celas? — Taurus perguntou, agarrando os ferros da grade mais uma vez.

— Só viu agora? — O presidiário da cela ao lado riu ao ver a surpresa de Shimizu. — Esses malucos começaram a tacar um monte de coquetéis molotovs aqui dentro. Depois saíram tacando tudo. Tá com o sono pesado, hein?!

Alizarina - Sablier RougeWhere stories live. Discover now