5 - Um novo plano 1.3

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Parte três

                     Não consegui escapar das garras do belo homem. Simplesmente aceitei seus braços me prenderem como garras e fiquei deitado ao seu lado. Suportei toda sua exuberante sensualidade mover-se junto ao meu corpo. Nunca pensei que fosse detentor de tamanha força de vontade. Descobri dessa forma. A pior forma.

                    Cansado de me obrigar a procurar quem quer que seja o tal Jon . O doce demônio que fiz questão de ajudar, prendeu-me sobre seu corpo e como me neguei a assediá-lo, ele resolveu me castigar. Sentado sobre mim, Pete, mais bêbado que qualquer ser humano, ficou nu, formalmente nu e masturbou-se. Não um ato infantil.

                      Pete praticamente fez amor consigo mesmo. Brincou com seus mamilos deixando-os tesos. Vagarosamente.

                     Acariciou a própria pele, lambeu toda parte que conseguia alcançar e tocou-se.

                    O que piorou tudo é que ele fez isso gemendo meu nome. Sua linda mão desceu até seu falo e ele o tocou ali, a princípio, devagar, depois foi aumentando o ritmo. Sentado sobre meu abdômen, olhando-me estranho. Suas mãos são hábeis e ele parecia saber o que fazia, tocando-se e gemendo meu nome, como se me visse não à sua frente, como se me trouxesse de sua memória.

               Sua voz me perguntava se era assim que eu gostava e de repente entendi que fazia isso com ele como se seu corpo fosse o meu!

               Segurar-me para que meu corpo meu corpo e mente não reagisse àquilo foi meu pior exercício mental e físico. Mas suportei. Suportei quando ele seguiu tocando suas bolas e toda a sua extensão ainda sobre mim. Todas as vezes que tentei reagir, tirando-o de cima de mim, era como se ele voltasse a perceber que eu era real e então ele abandonava seu corpo e tentava me despir e beijar-me. Por isso, desisti de o atrapalhar. Por isso suportei.

                Então, quando percebi que ele estava prestes a gozar, mordi meus lábios com força, esperando minha roupa receber seu sêmen e ele parou.

               Ergue o corpo de modo que sua mão o tocasse por trás e começou a manipular seu âmago, por trás das suas duas popas. Aquilo era o inferno na terra! O auge do meu    desespero. Minha pele suava tanto quanto a dele e ele alcançou sua próstata. Estendeu por uma eternidade sua busca e então, enfim, gozou, molhando-me todo.

              O corpo desceu cansado ainda sobre o meu e adormeceu por alguns segundo, despertando com sua mão em meu peito e olhou-me nos olhos, disse-me:

             — Eu poderia amá-lo, Vegas, se não estivesse procurando meu Petezinho.

             Resolvi responder, com receio de despertar seu desejo, mas ainda assim o fiz:

             — E eu desejaria ser amado por você, Pete.

              Ele tentou me beijar mais uma vez , sendo frustrado por mais uma de minhas rejeições e adormeceu, agarrado de novo ao meu pulso.

             Não sei quando adormeci. Só sei que despertei sem sono, a imagem do que vi pela madrugada ainda viva na mente. Abri os olhos devagar e me deparei com dois olhos raivosos me olhando:

           — Como você teve coragem de fazer isso comigo bêbado, Vegas?

           Fechei os olhos, perdido. Procurando um modo de me fazer claro, antes que seus olhos mortais me transformasse em pedra moída.

            — Pete, veja, eu estou vestido e só você está nu e em cima de mim. Acha mesmo que lhe fiz algo?

            — Acha que não sei que fui mexido? Meu corpo dói todo, seu idiota!

            — Porque você me segurou na cama e me usou como colchão. Você se tocou e sei lá mais o quê e gemeu feito louco.

            — Você está querendo me convencer que eu ... eu... eu me masturbei em cima de você?

            Seu rosto lindo se apagando me deu uma tristeza, mas ele voltou a ficar revoltado:

           — Não pode ser! Se eu fiz isso em cima de você, como não reagiu?

             Ergui meus pulsos roxos frente aos seus olhos, sem nada dizer. E de novo seu brilho foi se apagando lentamente.

            — Você é o tipo de bêbado que esquece o que faz, Pete? — Olhei-o dentro dos olhos e ele corou.

           — Sim e não. Esqueço até estar bem. Depois me lembro. O que eu falei?

            — ... Hum... Disse que vai me namorar depois que um estúpido aí disser onde está o Petezinho. Quem é Petezinho? Eu pensei que...

           Ele tapou minha boca, entendendo o que eu tinha pensado.

          — Não interessa a você... E vai embora da minha casa.

            Casa! Aquilo para gaiola não falta nem as grades, já que as duas peças de vidro que trazia luz para dentro, eram gradeadas. Mas não sou estúpido para afrontar o lar de um homem. Principalmente o homem que eu desejo.

          — Vou embora, mas antes preciso de duas coisas: tomar café e de uma promessa sua.

          Ele me olha curioso e eu digo:

          — Prometa-me que nunca vai trazer ninguém para casa se ficar tão bêbado como fez ontem.

          — É louco? Você acha que eu bebo assim sozinho? Tay sempre me traz para casa. E outra coisa, eu não me lembro ainda de nada que aconteceu, mas tenho certeza que você sabe porque eu ... eu... me... fiz isso na sua presença.

          Foi maravilhoso e sanador saber que mesmo sem lembrar, ele sabia que eu estava no pensamento dele enquanto se confortava. Suspirei aliviado.

        — Pete, só não fala que aquilo foi masturbar-se porque não foi.

         Levei um tapa ardido dele então, sem avisar, ele desceu os lábios sobre os meus e me beijou.

        — É meu pagamento por ter me trazido.

        Ele ergueu-se, abandonando o lençol que o cobria e foi tomar banho.

        Minutos depois eu fui expulso de seu quarto, como se não tivesse descoberto que nunca mais estarei com outro homem, porque ele destruiu tudo o que eu imaginava saber sobre sexo.

        Eu o desejo! É minha única certeza.

Dance Comigo, Vegas                #VegasPeteWhere stories live. Discover now