CAPITULO 40

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A lua brilhava imensa e Adriel colou suas asas a parede. Os passos dela soavam calmos, ela conhecia o caminho e andava com confiança. A loira. Adriel sorriu, Simple era um arrogante que pensava que o conhecia, que o enganava. Se ainda fosse a negra com lindas pernas, ou a gordinha que gostou muito dos 'carinhos' dele!
Mas ele iria seguir a corrente, seria muito bom quando risse na cara dele. Adriel saiu das sombras e abriu as asas, ela arregalou os olhos. Tudo exatamente igual. Simple queria que ele desfrutasse de novo de estuprar a fêmea, ele queria ganhar tempo.
"Acha que eu serei tão burro assim?" Adriel disse para o ar.
"Quem é você? Meu Deus! Você tem asas!" A fêmea disse a mesma coisa de antes e Adriel se excitou. Ele sorriu, era tão real!
Ela deu um passo para trás se virou e correu, Adriel correu atrás dela e um segundo depois a segurava pelo braço.
"Não! Não! Me solte!" Ele sabia o que aconteceria a seguir, mas toda a sensação de poder, de ser mais forte, de tomar o que queria, do jeito que queria o tomou. Ele tinha coisas mais importantes a fazer, mas estava com um tesão tão grande!
Aquilo não era real, ele se dizia enquanto voava com a fêmea até seu covil no alto da montanha. Ela gritava desesperada, os ouvidos dele doíam, até aquilo era igual.
Ele subiu bem mais que o topo e a soltou, ela caiu, provavelmente quebrando a coluna, isso a faria calar a boca e ficar imóvel. Nesse dia Adriel não estava com vontade de lutar.
Ele desceu, ela gemia de dor. Ele rasgou suas roupas, o cheiro dela era delicioso. O medo e o pavor também tinham um cheiro e isso melhorava tudo.
Adriel se deixou esquecer que estava na mente de Simple buscando a localização da mente de sua mãe. Simple não tinha nenhum poder mental além de ser inteligente. Ele nem era o mais forte dos três, Adriel poderia reviver aquela noite deliciosa e ainda assim desbravar a mente dele. Simple não era páreo para ele.
Mas depois que se saciou e estrangulou a fêmea loira, ele se viu no mesmo local. Os passos da mesma fêmea, calmos, decididos, soaram nos ouvidos dele e ele colou as costas na parede e lamentou não ser outro episódio. E tudo aconteceu da mesma forma, dessa vez porém, Adriel não queria participar mais. Ele se viu fazendo tudo de novo e quando gozou não foi tão bom. Mas agora ele estava curioso. O que Simple pretendia?
Distraí-lo?
Na terceira vez, Adriel se negou a ir atrás dela e ficou parado observando ela ir embora. Ele olhou em volta, Adriel conhecia aquela cidade, ele vagou pelas ruas, vazias, não havia ninguém. Ele entrou nas lojas e se admirou dos detalhes, dos produtos nas prateleiras. Ele abriu uma embalagem de bombons e comeu um. Delicioso! Adriel olhou para a embalagem era uma das marcas que sua mãe gostava. Sua mãe! Ele tinha de encontrá-la!
Ele se concentrou, mas o lugar onde estava não mudou. Ele saiu da loja e ao longe viu a fêmea loira. Ela ainda andava despreocupada. Sua mãe, ou levar aquela fêmea bonita para seu covil, só mais uma vez?
Isso era o que Simple queria. Havia um erro de cálculo, Simple queria prendê-lo ali, mas não importava, o tempo não passaria no mundo físico.
Ele poderia passar semanas ali, fodendo e estrangulando a fêmea, comendo todas as mercadorias das lojas e ainda não passaria um único segundo no mundo físico.
E ele se preparou para ficar um tempo ali. Afinal, fazia tanto tempo que ele não tinha uma fêmea para brincar e chocolates para comer...

Depois de um bom tempo, ele resolveu sair dali. Era a hora de mostrar o erro a Simple, de mostrar que ele poderia encontrar sozinho a mente de sua mãe. Ele se concentrou e logo estava no apartamento de sua mãe, no dia em que tirou a matriz da mente dela, e a colocou no coelho.
"O que você vai fazer, meu amor?" Demian sorriu, e se ajoelhou a frente da mãe deles.
"Você precisa de proteção, mamãe. Esse corpo serve aos nossos propósitos, mas você está frágil." Ela alisou o rosto dele.
"Você pode mesmo ver o futuro?" Ela perguntou. Demian sorriu.
"Não muito claramente. O outro ainda está aqui, ele é muito forte. E o dom é dele. Eu só consigo ver o que ele já viu." Ela ergueu as sobrancelhas.
"Entendi. E você me viu num coelho preto e branco?" Ele riu.
"Não exatamente, mamãe. O coelho fica como uma apólice de seguro. Sua mente fica lá, mas você não vai ser um coelho, não vai comer cenoura." Ela riu.
"Sua parte sensorial ainda estará em seu corpo." Damien respondeu. Ela se ajeitou no banco.
"Você tem uma cara de mal, Damien!" Ele riu.
"Você gostou bem dessa cara de mal, mamãe!" Ela riu. Adriel não achou graça nenhuma.
"Vamos logo com isso." E o olhar inteligente e arguto de sua mãe se foi. Dali em diante, ela seria uma pessoa pela metade, mas não correria perigo.
Adriel estava perdendo a paciência. Ele voou, o céu estava tão azul, tão bonito! Mas não era esse o plano!
"Simple! Onde está a minha mãe? Diga ou vou começar a destruir esse lugar! Adriel se concentrou, mas não sentiu nada diferente.
"Simple!" Ele gritou.
"Simple!" Ele não sentia nada agora.
Ele desceu até o solo, tudo parecia igual, seus irmãos colocavam sua mãe para dormir.
Adriel resolveu terminar o dia e esperar Simple o tirar dali. Ele não poderia ficar ali. A mente era de Simple, ele devia estar em coma agora. Mas havia a questão do tempo não passar no mundo físico do mesmo jeito.
Adriel tocou no rosto de Damien, ele pôde sentir a textura, tudo.
"Sai." Seu irmão o afastou.
Os trigêmeos se acariciavam e até se beijavam nos lábios, eles se amavam. Adriel e seus irmãos, não. Não havia nem mesmo lealdade.
E a ira veio. Ele gritou, usando suas cordas vocais ao máximo um grito tão potente que rasgou aquela realidade, evaporou seus irmãos e mãe.
Ele não estava na mente de Simple.

FILHOTES DE VALIANT - HONOROnde histórias criam vida. Descubra agora