penúltimo capítulo

248 20 9
                                    

Ela sentiu a primeira lágrima antes que escorresse pelo rosto pálido. À primeira seguiu-se outra e mais outra, silenciosas, comovidas.

— Não chore — ele sussurrou, beijando-lhe as lágrimas. — Se quer mesmo partir, não impedirei, mas precisamos ao menos nos ver.

Os braços dela envolveram-lhe o pescoço com tanta força que ele receou que se machucasse. Agarrou-se a ele aos prantos, completamente à mercê das emoções.

— Enamorada — sussurrou, penalizado e os lábios deram-lhe beijos suaves, carinhosos no rosto molhado. — Não chore. Não suporto vê-la chorar.

— Achei que me odiasse — soluçou.

— Sim, precisei fazê-la acreditar nisso. Seria uma desonra admitir tais sentimentos. Eu era casado. Em minha religião, o casamento é eterno.

— Eu sei. — Anahí esfregou o rosto molhado contra o dele. — Por isso eu pretendia partir. Não queria que ficasse preso a mim depois que recuperasse o juízo. Achei que sentia pena de mim.

Ele a abraçou.

— Eu amo você. Nunca falei tão sério. Quero passar o resto da vida ao seu lado. Quero ter filhos com você.

— Eu também quero ter filhos com você — confessou. — Estava tentando ser nobre.

— Melhor deixar a nobreza para os santos — Alfonso deixou claro. Ele ergueu a cabeça e fitou os olhos marejados. — Acho que devemos nos casar o mais rápido possível.

— Acha?

— Você tem o hábito de fugir. Talvez se casando comigo, contente-se em ficar em casa.

Os dedos brincaram com os cabelos na nuca.

— Eu poderia fazer trabalho beneficente — ela murmurou.

Ele a examinou detidamente.

— Até os bebês chegarem? Ela sorriu encabulada.

— Sim. E depois que eles forem para a escola. Gosto do meu trabalho.

— E você é ótima profissional.

— Nem sempre pensou assim.

— Não fale do passado. — Ela beijou-o suavemente.

— Desculpe.

— Não, não é tão fácil se fazer perdoar — ele murmurou.

— Que tal assim? — ela disse, beijando-o com paixão.

Ele retribuiu o beijo com igual intensidade até ambos ficarem abalados. Ergueu a cabeça.

— Meu amor, esses beijos são perigosos. Vamos nos casar na igreja e você usará véu e vestido de noiva branco. Só depois teremos a noite de núpcias.

Ela enrubesceu.

— A maioria das pessoas acredita que já tivemos uma. Pelo menos foi o que Christopher me contou.

Ele arqueou a sobrancelha.

— Ele a visitou de novo? — Ela deu um sorriso.

— Por poucos minutos. E antes que tire conclusões precipitadas, ele é apaixonado por alguém que trabalha no hospital. E não sou eu — acrescentou, antes que ele pudesse falar. — Somos amigos. Sempre fomos.

A paciente (Adaptada) ayaOnde histórias criam vida. Descubra agora