Me permite?

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Já de manhã, Pete estava um caco. Sua noite de sono foi terrível. Depois daquela atitude repentina de Vegas, o moreno se deitou ao seu lado e simplesmente fechou os olhos, como se nada tivesse acontecido e isso deixou Pete com uma mistura de raiva e confusão. Não, ele não precisava subir em seu corpo daquele jeito somente para medir sua temperatura. Muito menos se aproximar tanto de seu rosto, a ponto de sentir o calor da sua respiração. Nada disso tinha necessidade de ter acontecido, mas aconteceu, e Pete não estava entendendo o porquê. Ele apenas deitou sua cabeça sobre a mesa de um dos restaurantes do hotel, esperando seu amigo descer para tomar o café da manhã.

— Você parece um zumbi. — Porsche se aproximou, sentando em frente ao amigo.

— Vai por mim, um zumbi estaria melhor que eu nesse momento. — Pete levantou a cabeça lentamente, olhando para o amigo. — É simplesmente impossível dormir com o Vegas.

— Por que? Aconteceu alguma coisa entre…

— NÃO ! — Disse alto, chamando a atenção de alguns hóspedes que estavam fazendo sua primeira refeição do dia. — Não… Não aconteceu nada. Mas ele se mexe muito. Toda hora eu tinha que tirar uma perna ou um braço dele de cima de mim. As vezes o corpo quase inteiro, já que ele ficava toda hora me abraçando… — Disse mais baixo dessa vez, se inclinando um pouco para frente para o amigo escutar claramente.

— Vai ver que ele está acostumado a dormir agarrado com alguém. — Porsche cerrou levemente os olhos, com dúvida. — O Vegas tem cara de quem não dorme sozinho nunca. Deve ser por isso que ele optou dormir com você.

— Obrigado por dizer que eu sou um tapa buraco só porque ele não tinha ninguém na cama pra comer na noite passada, amigo. — Pete suspirou, fechando os olhos por um segundo.

— Para de graça. Não foi isso que eu quis dizer… — Porsche pegou um guardanapo e o amassou, tacando no amigo como forma de repúdio. — Enfim. Sem mau humor hoje, pois vamos ter um longo dia.

Pete apenas assentiu, com um bico fofo nos lábios, observando o garçom se aproximar para atendê-los.

— Estão prontos para pedir? — Perguntou o homem, com um bloquinho e uma caneta em mãos.

— Eu vou querer o maior e o mais forte café que vocês tiverem, por favor. — Pete disse baixo, movendo lentamente sua cabeça para trás.

— Eu vou querer um chá e dois bolos de castanha. Um pra mim, e um pra ele. — Porsche deu o cardápio na mão do garçom, que assentiu, se retirando da mesa e deixando os amigos sozinhos.

Os dois fizeram suas primeiras refeições do dia em paz, conversando sobre assuntos aleatórios já que Vegas e Kinn tinham saído para resolver algo relacionado a empresa de Vegas, que teve um imprevisto.

[•••]

Algumas horas depois, Pete e Porsche já estavam andando pelas pequenas feiras que haviam ali na província, procurando algumas frutas do local para levarem na volta da viagem, até Kinn aparecer. Pete estranhou o fato de Vegas não estar com ele, mas suas dúvidas foram sanadas rapidamente assim que Kinn explicou o motivo dele não estar ali. Aparentemente alguém tentou acessar o sistema da empresa de Vegas e ele teve que voltar de última hora para casa. Por sorte conseguiu um avião a tempo. Pete não pode esconder que ficou bastante preocupado com essa situação, e ainda mais preocupado de como a cabeça do mais velho deve estar nessa hora.

Pete, Porsche e Kinn continuaram o passeio pela província, e foram atrás da comida típica que Porsche tanto queria, junto com alguns arranjos que eles só encontrariam lá. O dia foi longo e cansativo, e por mais que Pete não admitisse, a falta de Vegas ali estava o deixando extremamente entediado. Talvez a tensão de ter aquele homem por perto, ou as provocações que o irritavam fazia o tempo passar mais rápido, ou ele simplesmente estava segurando vela para um casal de recém noivos e só queria uma companhia.

Hotel Room • VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora