três

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Os dois jovens andavam sem rumo na rua, já era de madrugada, o medo da menina ser assaltada ali era enorme. Mas voltar para casa agora não era uma opção, Louis era legal, divertido, e engraçado, ele fazia ela rir rapidamente.

— O que é ali? — ela aponta para um lugar que vinha um som muito alto.

— Provavelmente 'tá tendo show do Oriente, eles tocam ali em algumas sextas-feiras, conhece? — Louis explica logo perguntando.

— Eu adoro! Quer ir lá ouvir?

— Só se você quiser — ele olha para ela, que sorri em resposta.

A entrada era dez reais, e Louis não tinha nada, somente algumas moedas de vinte e cinco e dez centavos largadas no bolso, ele esqueceu a carteira em casa.
Mas Helena, sem nenhum problema, entregou ao rapaz uma nota de 20, liberando a entrada dos dois jovens ao local.

Alguns outros jovens que aparentavam ter a mesma idade dos dois estavam dançando por ali, adultos também. A menina logo puxou Louis, e os dois começaram a dançar.

Beberam algumas bebidas, mas não muitas, pois Louis queria que a garota tivesse uma boa impressão do mesmo, já Helena bebeu no máximo uns cinco drinks, já que não queria tanto desentendimento com seu pai.

— Você é bem bonita — diz Louis, se sentando no lado dela no bar.

— A gente mal se conhece — ela o olha de lado, voltando a beber seu drink de morango.

— Mas eu não preciso te conhecer 'pra dizer que você é bonita, isso qualquer pessoa que te olha, pode achar. — ele explica

— Obrigada, você também é. Mas vem cá, me conta mais de você. — ela se aproxima de Louis.

— Quer saber mais de mim, é?

— Claro, a gente 'tá de junto a noite inteira, e eu só sei seu nome e sobrenome.

— Bom, eu nunca fiz faculdade, mas trabalho com computação. Sou MC nos tempos vagos também. Moro sozinho, meus pais 'tão fodasse 'pra mim e 'pra minha vida. Só sou eu, e eu.

— Caralho... Então, se você quiser tipo, continuar, com... Sabe, a gente... Eu posso te ajudar se quiser.

— Não! Nem se preocupa com isso, essa minha vida eu 'tô ótimo. Mas e você? — ele pergunta

— Eu faço faculdade de direito, mas por escolha do meu pai. Eu sou apaixonada por biologia marínha e psicologia. Eu estudo todos os dias, as vinte quatro horas inteiras, e só saio os finais de semana, com aqueles três patetas que você viu.

— Eu sei que é difícil, mas se eu fosse igual a você, tipo, de inteligência, caralho, eu ia ser a pessoa mais feliz do mundo. — ela ri com a resposta do garoto — E sinto muito pelo seu pai, deve ser difícil, ter um pai desses.

— Digo o mesmo, não que tipo, ele é igual o meu, mas por não ser presente sabe? Foi mal, não quero te magoar.

— Relaxa, eu sou de boa com esse assunto. Eu também 'to fodasse 'pra eles.

— Você gosta de música? — ela pergunta.

— Me amarro, eu toco violão, tenho um lá em casa. Nas horas vagas eu pratico.

— Que demais! Você toca mais que tipo de música? — ela pergunta novamente se interessando no assunto.

— O que você quiser — ele sorri — mas gosto de tocar MPB, mesmo não sabendo cantar.

— Que horas são? — ela pergunta.

— Quase quatro da manhã — ele responde

— Puta merda, eu tenho que ir. Se eu chegar depois das sete, eu caio morta do chão, e minha casa é um pouco longe. — ela se levanta depois de dar o último gole na sau bebida

— Ei! Eu te acompanho, 'tá muito tarde 'pra você andar aí sozinha — Louis corre atrás da menina, que já estava fora do local.

— Não se preocupe, você deve ter mais o que fazer.

— Aí que você se engana. Você mora aonde? — ele pergunta.

— Na Marina.

— Caralho? Vista de frente 'pro mar. — ele chega ao lado dela, apoiando seu braço esquerdo em seus ombros, não deixando a menina ficar do lado da rua.

— Sim, uber não vai chegar a tempo, e 'tá muito tarde 'pra uber.

— Essa era a hora de eu falar que eu te levaria no meu carro, mas eu vim sem, que merda! — ele resmunga a fazendo rir fraco.

— Sem problemas, vou de metrô, ou de ônibus, acho melhor metrô.

Os dois passaram um tempo andando até passar pelo calçadão em frente a praia da barca, que ficava ao lado do farol. O sol já estava nascendo, era uma vista linda, Helena não perdeu a chance de tirar um foto.

A garota parou, e ficou uns cinco minutos ali, vendo o sol nascer, junto com as ondas do mar balançando, e sentindo a maresia em rosto.

— Bonito, não é? — Louis olhava para garota, que estava com seu olhar fixos a paisagem.

— Demais, nossa — ela olha para ele, fazendo seus olhares juntarem, sentindo um arrepio em seu corpo — Mas é melhor eu ir, o terminal já é ali.

— Eu posso ir com você, acho melhor até.

— Não, pode ficar tranquilo, eu já 'tô indo — ela se vira, mas depois de dois passos, volta atrás — Me empresta seu celular? — ela pergunta

— Claro.

Com o celular de Louis na mão, Helena adiciona o seu número, e sorri entregando para o mesmo.
Se despede com um beijo na bochecha do garoto, e vai em direção ao terminal, para ir para casa.


Se despede com um beijo na bochecha do garoto, e vai em direção ao terminal, para ir para casa

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o vagabundo e a dama - louis partridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora