Capítulo 15 Brenda Oliveira

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Me encontrava entediada e com fome, estava deitada em um sofá quase dormindo pra falar a verdade, quando minha mãe veio para perto de mim, dei espaço para ela no sofá, precisamos conversar, mas nenhuma das duas sabia como começar aquilo, as duas estavam presas em suas lembranças e pensamentos. 

Mamãe foi forte para correr até aqui, sinal que a quimioterapia está funcionando, mas sei que ela está cansada, ela não dormiu desde a hora que a gente chegou, isso já faz quase quatro horas, todas nós estamos cansadas e esgotadas mentalmente, fui um dia bem caótico para nós, afinal não esperávamos por isso.

— Como você está, mãe ?

— Estou cansada, mas bem . Não achei que ela voltaria 

— Ainda não consigo entender como isso veio acontecer 

—  Quando a gente estiver segura o suficiente, irei te contar desde o início de tudo e de como voltei Anastácia, ok ?

— Ok, então, como meu pai é? 

— Não lembro muito bem dele, já fazem anos, a última vez que o vi foi quando descobri que estava grávida de você 

— Me fala o que você lembra dele 

— Ele tem a cor de seus olhos, é alto, forte, bonito, um pouco mais velho que eu, ele não daqui, é de outro estado, a gente até  ficou junto por um tempo, mas aí veio uma briga e acabei indo embora ainda grávida de você, ele sabia, mas pedi para que não me procurasse mais 

— Você ainda o ama? 

— Amo, amo muito, mas dá para ficarmos juntos 

— Mas porque ? 

— Porque, amar é deixar ir, mesmo que você já não faça mais parte da sua vida 

— Você era feliz? 

— Eu sou feliz, você é meu bem mais precioso 

— Eu te amo 

— Eu também te amo querida 

— Você acha que ele vai gostar de me conhecer?

— Claro que vai, ele é o seu pai 

— Eu sei, mas deu uma insegurança agora, e se ele não gostar, e se fixar decepcionado comigo 

— Ele não é assim, ele é bom e gentil 

— Mas o tempo muda as pessoas, como pode ter tanta certeza disso ?

— Eu apenas sei, um dia você irá entender 

— Quando ?

— Quando encontrar alguém que se apaixonará perdidamente

— Sou tão azarada mãe, que vai ser difícil encontrar esse alguém 

— Talvez você já tenha o encontrado e nem tenha percebido 

— Teria sim mãe 

— Se você  diz, quem sou para dizer retrucar 

— Você é minha mãe, você pode

— Posso, mas não irei fazer isso 

— Mãe você acha que eles já foram embora ? 

— Não sei, vou ver com Anastácia 

— Está bem 

Deitei novamente no sofá, esperando as horas passarem e tentando não pensar, pensar machuca demais, te deixa perdida, mas será que irei ver ele de novo? 

Ontem foi incrível, apesar dele ter sido um grande babaca, ele me proporcionou algo interessante e novo para mim.

Não o conheço, mas sinto algo por ele e isso chega a ser loucura.

Doce libertinoOnde histórias criam vida. Descubra agora