Capítulo 2

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Depois de horas tendo seus cabelos sendo lavados, cortados e pintados, juntamente com outros cuidados como manicure, pedicure, roupas novas e até um pouco de maquiagem, Taehyung pôde finalmente se olhar no espelho. O homem que o encarava de volta era uma versão totalmente refinada do garoto do interior da Coreia do Sul. Não que antes fosse desleixado, muito pelo contrário, o Kim sempre se preocupou com a aparência, mas não tinham muitas alternativas de modelos de estilo em uma fazenda. Os homens de sua convivência eram um bando de caipiras que vestiam roupas horrendas de flanela e fibras usadas para fazer sacos de arroz. Um terno de alta costura? Antes de chegar em Seul só havia visto no senhor Bae, dono da fazenda onde vivia e pai de sua atual esposa. Foi despertado dos seus pensamentos ao sentir uma mão tocar seus ombros, Jimin o encarava no espelho com um sorriso orgulhoso.

— Feliz com o que vê? — perguntou o Park.

— Surpreso seria a palavra correta.

— Surpreso? Você não sabia que era tão bonito? — provocou em um tom levemente debochado.

— Não, isso eu sempre soube. Só estou surpreso em como consegui ficar ainda mais.

Jimin gargalhou.

— Gosto da sua ousadia, mas os tabloides irão gostar ainda mais.

— Não era você que tinha me dito para ter cuidado com ela?

— Eu disse para ter cuidado com quem você usa. Homens de negócios podem se sentir ofendidos ou até ameaçados, mas o público ama um bom Dom Juan . — piscou.

Taehyung sorriu. Tinha muito o que aprender com o outro.

★★★

Após a conversa no camarim, Taehyung ganhou um tour pelos estúdios e a cada área que passava, era apresentado a pessoas diferentes. Algumas sorriam simpáticas, outras eram apenas diplomáticas e tinha também as mal educadas, que apenas lhe encaravam com superioridade. Essas Taehyung odiou, mas sabia que era delas que precisaria se aproximar se quisesse crescer naquele lugar. Por isso, lá estava ele, almoçando em um lugar caríssimo que serviam mini porções que não podiam ser consideradas nem entradas e gastando mais um pouco do dinheiro da esposa. Mas o que podia fazer? Negócios eram negócios.

— Vante, certo? — perguntou o ator que interpretaria seu irmão no filme e que Taehyung não havia feito questão de gravar o nome. Assentiu. — É seu primeiro filme?

— Sim. Mas podem ficar tranquilos, darei meu melhor.

— Tenho certeza que sim, senão nosso diretor não teria o escolhido, estou errado?

A frente de Taehyung, o garoto que ele havia reconhecido como o que estava cheirando pó na audição soltou um riso debochado, fazendo todos da mesa o encararem. O sangue de Taehyung borbulhou.

— E você, que papel fará? Não lembro de ter visto o seu rosto nas fichas dos personagens — perguntou o Kim. O garoto bebeu um gole do whiskey, evitando o olhar.

Foi a vez do ator principal rir.

— Isso porque você pegou o papel dele.

— Oh? Sinto muito! — dessa vez não fez questão de esconder o tom de deboche. Mais uma rodada de risadas. Já estava ficando com dor de cabeça.

— Não precisa esquentar a cabeça com isso, nosso amigo aqui é filho de um dos maiores patrocinadores do estúdio, tenho certeza que o papai vai encontrar um papel melhor para ele. — outro dos garotos falou.

— E ele não fala? — perguntou Taehyung, encarando o outro que continuava calado e com a cabeça baixa.

— Me esqueçam! — falou o garoto se levantando da mesa e saindo em direção ao caixa.

Babylon | taekookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora