Capítulo 45 - Os Bonns

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Estou destruída.

Não consegui pregar os olhos nem por 1 minutos para dormir.

Voar definitivamente é a pior coisa pra mim e eu já decidi que não volto pra Rússia nem por um cacete.

Pousamos no Brasil e fomos direto para uma cidade do interior, onde parece que mora a família dos Bonns.

Ao chegamos na casa - que não era enorme, mas era bem linda e moderna -, estávamos prestes a bater na porta quando ouvimos vozes.

- Aquele pato duplicado enrolou todo mundo e ainda causou problemas para outras pessoas que não tinham nada a ver, caralho! Estou pouco me fodendo se ele é filho deles, vou estripar esse maldito e dar os restos para os meus queridos patos comerem!! - Diz uma voz masculina irritadissima.

- Nicolas, calma... - Diz uma voz feminina.

- Mamãe, não tem como ficarmos calmos, ele sequestrou a sequestrou, não temos ideia de onde estão e ainda roubou fluidos feitos pelo Thony! Deus... Esses fluidos são perigosíssimos nas mãos erradas!! - Outra voz feminina diz e eu engulo em seco.

- Isso é culpa sua, eu mandei implantar um rastreador na pata novata como os que você e e sua mãe tem, mas você com seu papo escroto de liberdade fodeu com tudo! Veja só o que essa porra de liberdade causa no final, espero que esteja gostando do resultado! - Continua a voz masculina irritada.

Ítalo não nos dá a chance de ouvir mais, bate na porta com força e as vozes cessam.

Que papo estranho é esse sobre patos e patas? Seria algum código?

Alguns segundos depois a porta se abre.

Eu me pergunto como não tem nenhum sistema de segurança avançado aqui... Mas pelo que sei ... Nicolas era um assassino perigoso, duvido que tentariam invadir a casa dele.

A cara da mulher que abre a porta e nos recebe vai de surpresa ao terror em instantes quando ela vê Ítalo.

Ítalo, por sua vez, fica tenso imediatamente sobre o olhar da mulher loira de olhos azuis.

- Hm... Boa tarde. Sinto muito incomodar mas sou a esposa do Lorenzo, o homem que teve um Soro injetado nele, feito pelo Dr. Bonn. - Resolvo intervir, uma vez que ninguém diz nada.

Seu olhar vira pra mim e sinto a compaixão dela.

- Claro, que indelicadeza a minha... Sou Clarisse Bonn, esposa do Anthony.

- Eu me chamo Ítalo e essa é Amara, minha... Namorada.

A mulher arregala ainda mais seus olhos enquanto observa Amara da cabeça aos pés.

Com certeza está espantada com tamanha beleza, eu tive a mesma reação... Mas foi bem interessante Ítalo a apresentar como sua namorada, pois pelo que me lembre, ela era uma prisioneira...

- Ítalo e... Ela é sua namorada? - Pergunta estupefata.

Tá legal... Isso vai dar muita merda... Espero que Ítalo não a reconheça, o que não será fácil se ela continuar agindo assim, como se o conhecesse.

Ela provavelmente está espantada porque é a Mãe da Evelyn, ela sabe que escolheu o outro gêmeo bom para sua filha e mandou esse pra bem longe, talvez esteja com medo de que ele a veja, mas com certeza eles devem ter tirado ela daqui, já que sabiam que viriamos.

- Isso mesmo. - Diz ainda calmo.

Ela estreita os olhos para ele e depois se afasta da porta liberando caminho para a gente entrar.

- Por favor, entrem. - Ela diz.

Passamos pela porta e somos recompensados com uma bela sala de estar onde encontramos um homem moreno, muito lindo, de olhos azuis intensos, outro homem de aparência parecida que vestia um jaleco branco e mais uma mulher de pele marrom dourada e cabelos dourados lisos. Seus olhos são intensamente marrons e ela olha para nos com preocupação explícita.

Imagino que deva ser a Lissara, já que a que nos recebeu é a Clarisse.

Quanto aos homens, o de jaleco inconfundivelmente é o Dr. Anthony Bonn e e o outro que senta despojada e relaxadamente no sofá deve ser Nicolas.... O assassino...

- Por favor, sentem-se. - Diz Clarisse e percebo uma troca de olhar entre os 4 da mesma família, enquanto que eu encaro Amara e Ítalo para constatar que eles também notaram isso.

- Bom... Sou o Dr. Anthony Bonn, sejam muito bem-vindos à humilde residência dos Bonns. Primeiramente, peço que fiquem confortáveis e depois gostaria de saber se querem uma água, num suco ou qualquer outra coisa. Sei que fizeram uma longa viagem.

- Estos bem, obrigado. Viemos de jato particular e não nos faltou nada. - Diz Ítalo educadamente. - Obrigado pela preocupação e hospitalidade. - Acrescenta.

Eu aceno que sim com a cabeça, junto com Amara.

- Bom... Então gostaria de apresentar, esses são meus pais: Lissara Bonn... - Diz apontando para a mulher que presumi ser Lissara e a mesma nos lança um sorriso acolhedor. - É Nicolas Bonn. - Diz apontando para o homem que também deduzi certo ser Nicolas.

Acenamos que sim.

- Minha mulher vocês já conhecem. Gostaria de pedir desculpas por todo esse transtorno, de maneira alguma eu saio por aí compartilhando meus soros, até porque sou um cientista renomado e de grande responsabilidade e muitos deles estão em desenvolvimento não podem ser usados em humanos.

- Mas... Então quem deu esse Soro para Milena injetar em meu marido? - Pergunto e a cabeça de todos vira em minha direção.

Depois Anthony e Nicolas trocam olhares

- Não temos certeza de nada ainda... Pra isso precisaremos ver qual Soro ingeriram nele e também... - Ele olha para Ítalo. - Precisamos de uma amostra do seu sangue também.

- Por que do meu sangue? Eu não tive Soro nenhum injetado em mim. - Ele pergunta erguendo a sobrancelha.

- Precisamos confirmar se o Soro não tem efeito contagioso de alguma forma...

- Então também vão precisar da amostra da Samyra e da Amara? - Questiona.

- Certamente. - Diz Anthony.

Eu só quero poder ajudar Lorenzo logo.

- Quanto tempo para termos uma cura?

Anthony coça a cabeça.

- Depende muito dos resultados. Pode ser que eu já tenha um alexetério, como o caso do fluido da memória.

Ele tem um termos bem intelectuais...

- Mas tem alguns que você não tem? - Ítalo pergunta.

- Sim... Tem alguns que eu não tenho, como o de inibir sentimentos bons. - É direto e curto.

Meu corpo inteiro gela com essa informação, pois temos quase certeza que esse é o que a Milena injetou nele.

Sinto vontade de chorar.

- Está tudo bem, não fiquem preocupados, vamos resolver isso o mais rápido que pudermos e enquanto isso, podem se hospedar em nossa casa, é o mínimo que podemos fazer. - Diz Lissara.

Clarisse assente e vejo Nicolas olhar pra ela com um olhar que claramente diz "tá de sacanagem?".

- Não queremos incomodar, alugaremos um local próximo e vocês podem manter contato conosco.

- Mas não será incômodo nenhum... - Insiste Lissara.

- Será sim, porra! - Diz Nicolas.

Esse parece ter pavio curto e eu não quero ver um assassino irritado.

Lissara lhe dirige um olhar mortal e eu me coloco de pé e digo:

- Vamos logo com isso então... Meu marido precisa de ajuda. - Digo.

Anthony assente e nos guia até seu laboratório, onde esse sim, tem uma porta de alta segurança tecnológica que me deixa chocada.

Como alguém roubou algo dele? Pois se não foi ele quem deu o fluido para a Milena, quem mais poderia ter sido?





Meu Namorado é um AssassinoWhere stories live. Discover now