Aniversário em criptas

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— Então, não somos malucas. — Wandinha disse para a irmã.

— Não. — Mors se sentou na cama. — E eu estou tentando entender as motivações de Larissa pra não chamar a polícia, mas só consigo pensar se caso ela tivesse chamado, Eugene não estaria no hospital hoje.

Wandinha se levantou e começou a juntar diferentes velas que estavam em um de seus armários.

— O que vai fazer?

— Apelar para os mortos. — continuou colocando os objetos no chão. — Vou invocar Goody mais uma vez.

Mors se levantou e observou a chuva do lado de fora.

— Feliz aniversário, Wandinha. — Mors sorriu quando a irmã a encarou.

— Feliz aniversário, Mors. — ela se virou novamente para pegar velas.

— Vou deixar você à vontade. — quando estava perto da porta, um bilhete a chamou atenção.

"Se quer respostas, me encontre no túmulo de Crackstone à meia noite."

As letras eram cortes de revistas, e Mors pensou se deveria chamar Wandinha ou não.

— Wandinha? — ela levantou o papel, fazendo a irmã ir até ela no mesmo instante.

— Vamos até lá.



— Esse cheiro me lembra a casa do tio Chico. — Mors torceu um pouco o nariz enquanto entrava no túmulo com sua irmã.

— Cheirinho de infância.

As duas caminharam devagar, ainda curiosas para saberem quem tinha as chamado.

— SURPRESA!

Enid, Xavier, Ajax, Tyler e outros amigos de Enid começaram a cantar parabéns para as duas.

Wandinha parecia mais do que decepcionada e Mors apenas ficou um pouco envergonhada.

— Sabia que seus dedos estavam nisso. — Wandinha disse para Mãozinha, quando viu a mão com um chapéu de aniversário no topo.

— O bolo foi ideia minha. — Xavier sorriu e as duas olharam para uma "morte" ao lado de um piano branco.

— O balão rosa foi um toque meu. — Enid sorriu animada.

— Obrigada, pessoal. — Mors riu e cutucou a irmã com o cotovelo.

Enid colocou o bolo em cima do túmulo e Mors reparou em uma das escritas na parede ao redor.

— Vai chover fogo. — ela murmurou com o cenho franzido, se lembrando do gramado da escola em chamas.

Mors ficou receosa, mas colocou a mão por cima da pedra com letras gravadas, e sua coluna dobrou tão forte que ela pôde ouvir alguns ossos estalando.

— Mors?!

Quando a menina de cabelos brancos abriu os olhos, não estava com os colegas.

— Crackstone está vindo. — ela ouviu Goody.

— Você é a águia da minha linhagem.

— Me disseram que pode me ajudar a controlar o meu dom.

— Não há como controlar um rio turbulento. Deve aprender a navegar sem se afogar. Para deter Crackstone vocês devem olhar esse lugar. — Mors encarou um grande portão enferrujado e uma mansão abandonada.

— E o que devo procurar ali?

Quando Mors se virou, Goody havia ido embora e poucos segundos depois ela acordou no túmulo com os colegas.

𝑻𝒐𝒐 𝑵𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍 • 𝑿𝒂𝒗𝒊𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒐𝒓𝒑𝒆Where stories live. Discover now