Diamantes da noite pérolas do amanhecer

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    Keenan ficou parado com a espada quase no pescoço de Alba. Nenhuma das suas vítimas tinha feito todo aquele escândalo sem nem mesmo ter sido ferida. Ele pensou rápido, provavelmente alguns guardas teriam ouvido, e isso dificultava sua saída do palácio... ele quase cometeu um ato impensado, mas um guarda arrombou a porta no momento.
— E mais essa agora, - ele pegou Alba pelos cabelos. - Você não é distraída, sabe como se defender, uma pena que isso acabará aqui. — Arrastando ela para próximo a janela visando terminar o que foi fazer lá fez com que a menina se desequilibrasse. — Foi ingênuo da sua parte não ter aceitado, me falaram que era uma menina... — Observou ele preparando a espada para dar o primeiro golpe se o guarda tentasse algo. — Mas vejo que é uma mulher, com gênio de menina.
— Quem? — Ela perguntou angustiada enquanto ele tinha imobilizado-a.
— Eu não costumo revelar os nomes de quem me paga, mas talvez para você eu faça uma exceção... — O sorriso frio de Keenan causou pavor em um dos guardas quando percebeu que o jovem não estava com medo.
— Me solte! — Ela se debateu como um gatinho preso pelo pescoço.
 
    Outros guardas chegaram encurralando Keenan. Ele precisava ser rápido era um momento tenso. O rei que até o momento estava em uma das salas de reuniões resolvendo alguns assuntos sobre as campanhas que faria, ouviu os gritos e decidiu ir até lá, quando o rei chegou no quarto ficou surpreso com a cena olhou para ambos os lados e perguntou.
— O que está acontecendo aqui?! — Balduíno observou Alba e os guardas.
— Olhem quem chegou. — Keenan colocou a espada na linha do pescoço da jovem.
— Solte-me eu já disse! — Gritou a jovem apavorada.
      Em um impulso os guardas tentaram se aproximar e o assassino começou a forçar a lâmina da espada contra a fina camada da pele de Alba.
— Eu vim apenas cumprir as ordens que me foram dadas.
— Mas... o que Alba pode ter feito a você para levá-lo a tentar algo contra ela? — O rei pegunta dando um passo a frente.
— Não foi a mim majestade, mas sim a quem me mandou aqui. — Ele fez Alba se ajoelhar no chão enquanto ela chorava.
— Não faça isso, podemos chegar a um acordo. — O rei levantou a voz em um tom nervoso.
— Acordo? — Perguntou Keenan fincando de leve a lâmina na garganta dela. A jovem sentiu sangue quente escorrendo pelo seu colo e seios... A sua roupa de dormir recebeu os primeiros pingos de sangue.
— Socorro! — Ela sussurou em desespero enquanto os músculos de sua garganta fugiam do corte.
— Eu pagarei o triplo do que seu senhor lhe pagou para solta-la.
       Ao olhar nos olhos dela para deferir o primeiro golpe contra aquela pobre menina assustada. Ele viu no olhar da jovem algo que o fez parar. Viu que ela que agora estava assustada de joelhos igual sua filha quando foi tirada de seus braços. Ele não pode. Algo o impediu não podia fazer aquilo, ele não podia acabar com a vida de uma criatura tão doce que agora estava aos seus pés. Era como se algo prendesse os seus braços e não permitisse nenhum movimento, era como se ele estivesse totalmente petrificado por um sentimento que  aprofundava cada vez mais o seu coração e seus nervos. Ele tinha em mente que  poderia pagar as consequências por não fazer o que aquele homem da  pensão lhe havia  mandado fazer. Havia muito em risco... De repente foi interrompido por uma flecha que lançada da balestra de um guarda no pátio que atravessou seu ombro. Alba gritou e ele a soltou, não tinha como reagir, ele precisava fugir imediatamente ou não conseguiria escapar. A largou no chão e pulou a sacada com a destreza de um gato, mesmo machucado, o rei correu para ajudá-la a levantar-se.
— Está tudo bem Alba, - ele dizia acariciando os cabelos dela enquanto a jovem o abraçava. - está tudo bem!
— Você ouviu, ele queria me matar! — Ela molhava o ombro do rei com as suas lágrimas de desespero.

      Logo chegam ao quarto  Tiberias e Georgina em uma velocidade considerável, eles se esbarram na porta., dois guardas e alguns servos com tochas para iluminar o aposento estavam com eles.
— O que houve, porque os gritos? — perguntou o conde vendo o rei ajudar Alba levantar-se.
— Havia um homem no meu quarto aqui agora... — Ela se abraçou com o rei novamente parecia uma criança assustada lembrando-se de tudo.
— Verifiquem o aposento, você vá avisar os guardas que fazem a ronda para reforçar a segurança. — Ordenou Tiberias. — Me conte o que aconteceu exatamente...
— Ele apareceu no meu quarto sem explicação e veio para cima de mim. — Argumentou ela ao ser ajudada pelo rei a sentara-se na cama.
— Tenho certeza de que era aquele homem,o mesmos que vi na estrada. — Ela dirigiu-se ao rei que segurava sua mão. — Lembra-se que me disse que poderia ser apenas  uma insolação.
      Os guardas voltaram dizendo que não havia ninguém lá muito menos nós arredores do pátio.
— Mas havia alguém lá...eu não estou louca!!! — Alba estava angustiada.
— Tiberias, Alba não está mentindo Veja machucado no pescoço dela e eu o vi.
— Vou chamar o físico para cuidar deste ferimento. — Gerogina deu foi em direção a porta e o conde a acompanhou.    
— Achei que havia dito que você devia vir na frente. — Tiberias sussurou.
— Tiberias... O que está fazendo na companhia da Milady? — Perguntou o rei intrigado.
— E porque sua roupa está em completo desalinho Georgina? — Perguntou Alba em um tom de soluço por causa do choro, apontando para as roupas de Georgina cujo botões da túnica estavam colocados nas casas erradas. além de estar com os cabelos em completo desalinho.
— Hum... Eu estava... — Ela deu um sorriso fraco sem conseguir encarar Alba.
— A propósito, aonde você estava? não deveria estar aqui comigo... dormindo! — Pressionou ela enquanto os dois guardas do rei se entreolharam.
— A propósito Tiberias, não havia me dito que estaria fora na casa de um amigo? — Disse o rei ao sentar-se ao lado de Alba na cama. Alba e ele se entreolharam confusos
      Georgina olhou desesperadamente para Tiberias que olhou para o rei.
— Eu acabava de chegar da casa... Desse amigo — Ele fez uma breve pausa e olhou para Georgina  depois continuou — Quando ouvi os gritos de lady Alba...
— E eu estava no quarto... Da princesa Sibylla... Estava provando um vestido para ela, e ao ouvir seus gritos corri para cá...  — Completou Georgina.
— Más e muito difícil ouvir do portão principal gritos do pátio central, e por quê a princesa iria pedir para que a lady provasse um vestido a está hora da noite...ou porque ela não veio junto com ela então? — Salientou um dos guardas.
     Todos no quarto olharam para ele,  principalmente Tiberia cujo olhar deveria ter queimado a túnica da guarda real.
— Fique quieto ninguém aqui pediu sua opinião.
— Ele tem razão faz sentido...— Resaltou Alba pensativa. Balduíno olhou de canto de olho para ela e Alba escondeu uma gargalhada com as mãos neste momento Balduíno deu graças por usar uma máscara, pois assim ninguém percebeu que ele estava rindo junto a ela daquela situação, os dois estreitaram laços a tal ponto que só de se olharem um já sabia o que o outro iria dizer.
     O rei olhando para Tiberia perguntou novamente tentando disfarçar a voz de riso.
— Certo! Mas isso não explica como vocês chegaram aqui juntos, de que forma explicam isso?
— Nós nos encontramos no corredor e viemos juntos. — Disse Tiberia. Um dos guardas riu, quebrando o tom sério da conversa, todos olharam para ele e Alba começou a rir também.
— Ah, não!  isso é de mais pra mim! — Ele partiu para cima do guarda mas Balduíno atravessou o caminho e o segurou junto de Alba e Georgina. Enquanto o pobre Homem se escondeu atrás do outro guarda.
— Calma Tiberias, não e você que sempre diz que prefere conviver com homens do que matar eles. — Diz o rei.
      Depois que o autocontrole de Tiberia voltou ele disse.
— Bom, mas o assunto principal aqui... Voltemos a ele! O que aconteceu?
— Ele invadiu meu quarto e tentou...me golpear com um espada. — disse Alba abraçando Georgina que tinha esquecido-se de chamar o físico.
— Vamos reforçar a segurança Milady não se preocupe.
      
— Quero meu irmão. Pode mandar um mensageiro...
— Claro Alba, digo Milady terá meus melhores e mais rápidos mensageiros a seu dispor... — Balduino levantou seu olhar para o conde. — Tiberias cuidará para que Balian se hóspede aqui, assim que chegar não e mesmo Tiberia? — Exclamou o rei ao lançar um olhar severo para ele. — Não pense que terminamos o assunto que iniciamos aqui.
— Claro! Majestade. — Respondeu Tiberias ao acompanhar o rei depois de olhar fixamente para Georgina que não o corresponde.
— Meu quarto e o mais seguro do palácio e tem melhor localização, desejo que vá para lá, junto a Lady Georgina.
— Não majestade, eu posso ficar aqui ele já foi e...
— Insisto, os soldados que vigiam meus aposentos são os mais habilidosos, ficarei mais tranquilo se estiver lá.
— Está bem majestade. — Alba e sua amiga foram conduzidas até o quarto do rei, ele foi para um dos quartos de hóspedes, na manhã seguinte reforçaria a segurança.

O Que Há Por Trás Da Máscara /ADAPTADO/Where stories live. Discover now