Boas-vindas

10.3K 371 400
                                    

Priscila POV

Terminei de me arrumar e me olhei no
espelho. Vestia uma calça jeans escura colada no corpo e uma camiseta branca, nos pés um coturno preto de salto baixo. A maquiagem que usava era leve, mas com os olhos bem marcados. Mas do que suficiente para um jantar na casa dos Borges. A família Borges é sócia da minha na nossa
rede de hotéis, a Luxury, a maior de todo
o Brasil. Meu avô e o senhor Borges se
conheceram na faculdade e abriram juntos
um pequeno hotel que logo se expandiu em
uma grande rede de hotéis de luxo. Meu pai, Evandro, Thomas e Eduardo filho do senhor Borges, foram criados juntos e hoje administravam os negócios. Assim como meu pai e tio Eduardo, eu e meus irmãos fomos criados com as filhas dos Borges e nos dávamos muito bem. Quer dizer, com exceção de mim e Carolyna, a mais velha
das Borges. Ela tem a minha idade, 29 anos,
e desde pequena nós brigavamos muito. Ela
era uma patricinha, que não conseguia levar nada a sério, e só se importava que o dinheiro do pai caísse na sua conta. Bom, isso até nós nos formarmos no ensino
médio. Hoje em dia ela continua galinha, e
linda, não posso negar. Mas também é uma
excelente fotógrafa. O jantar de hoje será
para comemorar a sua volta ao Rio após 6
anos morando em Nova York, onde ela havia se formado. Ao que parece ela e uma amiga iriam abrir um estúdio por aqui.
Minha mãe, abadia, entrou no meu quarto:

-Está pronta filha?- Ela perguntou.

-Estou sim, mãe.

-Nossa! Está tão linda, isso tudo é pra
Carolyna?- Ela deu risada.

-Claro!- falei irônica- Ver Carolyna é a
prioridade da minha noite.

-Então vamos logo, para você ver a sua amiga.

Vesti rapidamente uma jaqueta de couro
preto, porque a noite estava fria e segui
minha mãe descendo as escadas. A casa dos Borges ficava 10 minutos da carro da nossa, portanto não demoramos muito pra
chegar. Amanda, a filha mais nova de Eduardo e Fernanda veio abrir a porta. Nós a cumprimentamos e entramos na casa, o cheiro de burritos invadindo nossos narizes, tia Fernanda era ótima na culinária mexicana e ela e minha mãe faziam questão de cozinhar em datas importantes. Ela e Carolyna estavam na cozinha terminando de preparar o jantar e seguimos pra lá.

- Carol, que saudade - minha mãe foi a
primeira a cumprimetá-la

- Tia Adriana - Carolyna a abraçou- Também estava com saudades.

Após minha mãe, Carolyna cumprimentou e abraçou meu pai, meu irmão Gabriel de 24 anos, e minha irmã Marcela que tinha a mesma idade que Amanda, 18 anos. Ela então olhou pra mim:

- Oi Priscila.

-Oi Carolyna.

Nós ficamos meio sem graça, porque ela havia abraçado todo mundo, mas não queria me abraçar e eu sabia disso. Neste momento tio Eduardo entrou na cozinha, nos tirando deste momento constrangedor.

- Boa noite.

- Boa noite - nós respondemos.

- O jantar está pronto, já podemos sentar - Tia Fernanda falou.

No caminho para a mesa, meu pai, eu e tio
Eduardo inicianos uma conversa sobre a
abertura de uma filial do hotel na cidade de
Gramado, no Rio Grande do Sul.

- Por Favor, vocês três, sem assuntos de
negócio hoje - Tia Fernanda nos repreendeu.

Eu participava bastante dessas conversas por trabalhar na empresa e estar me preparando para assumir o lugar do meu pai quando ele se aposentasse. Me formei em administração à dois anos e assumi a gerência geral dos hotéis, meu cargo só ficava abaixo do de meu pai e de Eduardo.
Nos sentamos na mesa, e o tio Eduardo falou:

The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora