Parque de diversões

3.7K 307 110
                                    

Carolyna POV

Se eu me arrependi de ter me mostrado fraca na frente de Priscila?

Com certeza.

O sorriso convencido que rondou o rosto dela a semana inteira, me deu vontade de mandar ela para o hospital com um nariz quebrado. Mas infelizmente eu preciso dela para que o projeto juntar nossas irmãs de certo. Por falar nisso, hoje é o dia em que vamos colocar o nosso plano em ação. E eu espero que valha a pena ter feito essa trégua com a Priscila. Durante a semana, nós chamamos Marcela para conversar e expusemos a minha ideia para ela. No começo ela ficou um pouco nervosa e duvidou que Amanda podia sentir a mesma coisa que ela. Mas com os meus conselhos e de Priscila ela concordou em continuar. Sendo assim nós combinamos com elas de ir, à noite, até um parque de diversões que estava na cidade, e lá Marcela e Amanda poderiam conversar. Eu e Priscila só faríamos o papel de motoristas, o resto ficava por conta da Caliari mais nova. Depois de terminar de me arrumar, desci e encontrei Priscila, já pronta, deitada no sofá da sala, mexendo no celular. Usava um short jeans claro, uma camiseta branca básica e uma jaqueta preta por cima, nos pés um All Star preto. Eu pigarreei e ela tirou os olhos do celular, me olhando dos pés à cabeça e sorrindo. Eu olhei para minha roupa, uma saia creme e uma blusinha azul, e nos pés um All Star branco. Será que havia alguma coisa errada?

- O que foi? - Perguntei.

- Nada. - Ela respondeu, levantando do sofá. - Vamos?

- Vamos. - Respondi e peguei a chave do meu carro, ao mesmo tempo que ela estendia a mão para o balcão para pegar a sua. - Não, nem pensar. Nós vamos no meu carro.

- Não. Eu vou dirigindo. - Ela teimou.

- Não vai não. - Teimei mais ainda.

- Vou sim. - Pegou a chave do carro e foi
saindo sem me esperar responder.

Bufei e joguei minha chave em cima do balcão e a seguindo até o seu carro.
O caminho até a casa dos Caliari foi feito
em silêncio, cortado apenas pela música que tocava no rádio. Quando nós chegamos, Priscila buzinou e logo Marcela saiu de casa, usava uma camiseta preta e short jeans. Ela entrou no carro e se
sentou no banco de trás. Nós a olhamos e
percebemos que ela tremia um pouco.

- Dá tempo de desistir? - Perguntou.

- Não. - Priscila e eu falamos juntas.

E antes que ela pudesse falar mais alguma
coisa, Sarah pôs o carro em movimento.

- E se for tudo ilusão da cabeça de vocês e ela não quiser nada comigo?

- Marcela - falei - nós vimos o modo como
a Amanda te olha, como ela age ao seu lado,
se aquilo não for um gostar mais do que de
amiga, eu não me chamo Carolyna Borges.

- Borges Caliari. - Sarah me corrigiu,
prestando atenção na estrada, e eu a fuzilei
com o olhar.

- Escuta Marcela, vai dar tudo certo, ok? É
só você falar tudo o que sente, e ela vai te
entender. - Eu falei, preferindo ignorar o
comentário da minha "esposa".

Marcela apenas assentiu com a cabeça
quando nós paramos em frente à casa dos
meus pais. Amanda não demorou a sair, usando um vestido pelo joelho de tom creme como a minha saia e com uma jaqueta jeans por cima. Ela entrou no carro toda animada.

- Boa noite.

- Boa noite, Amanda. - Eu e Priscila respondemos e Marcela mais gemeu do que respondeu.

O caminho até o parque foi feito com
conversas e músicas animadas, apenas
Marcela estava um pouco calada, mas eu
e Priscila tentamos descontrair o máximo
possível para que Amanda não reparasse.
Quando chegamos Priscila foi comprar os
ingressos que davam direito a todos os
brinquedos do parque e logo nós entramos.
Nós aproveitamos alguns dos brinquedos
com as duas. Quando já fazia uma hora que
estávamos no parque decidimos que era a
hora de Marcela agir, e como o combinado,
falamos que íamos comprar um lanche para nós e marcados de encontrá-las dentro de meia hora próximo à roda gigante.




The Few Things - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora