Capítulo 3 - Estou aqui para ser domado

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  Xiao acordou com algo vibrando incessantemente abaixo de si. Rolando de lado e tateando ao seu redor, ele finalmente conseguiu localizar seu celular e o desligar para que pudesse voltar ao sono dos mortos no qual estava até então.

Após alguns minutos de rolar de um lado para o outro e testar todas as posições imagináveis sem conseguir voltar a dormir ele finalmente se deu por vencido, decidindo abrir os olhos. E então ele descobriu que até a mínima luz que estava passando pelas cortinas o incomodava de forma descomunal.

  Por que diabos eu bebi tanto noite passada? Ele não pôde deixar de se repreender. Nunca mais farei isso de novo.

  No mesmo instante, sua campainha começou a tocar e ele amaldiçoou internamente essa alma bendita que vinha o perturbar tão cedo pela manhã, apenas para olhar em seu celular e descobrir que já passavam das 10:00.

  Levantando para atender – porque aquele toque irritante parecia fazer a própria banda Olodum tocar em sua cabeça – ele foi até a porta onde Wisley, o porteiro responsável nos fins de semana, segurava uma sacola o oferecendo um sorriso gentil.

  — Bom dia! — Ele o disse. E Xiao agradeceu pelo tom baixo no qual havia falado.

  — Bom dia, Wil. O que é isso? — Ele apontou para a sacola em suas mãos.

  — Não sei, senhor. Chegou agora a pouco, está endereçada para o seu nome.

  Pegando a sacola quando este o ofereceu, Xiao notou que havia realmente seu nome escrito nela em uma caligrafia elegante a qual ele não conseguia reconhecer.

  — Obrigado. — Ele disse olhando o conteúdo de relance, sua curiosidade levando a melhor sobre si.

  — Por nada, senhor. Tenha um bom dia. — E com uma reverência curta, ele saiu.

  Xiao então fechou a porta e se encaminhou para a bancada da cozinha, sentando-se num dos bancos e abrindo a sacola para ver o que havia dentro. Ele esperava qualquer coisa, menos o que havia encontrado.

  Dentro, havia um copo médio de café, aparentemente preto, também havia croissant, pãezinhos recheados no vapor, panquecas de cebolinha e uma pequena tigela contendo sopa de arroz. Além da comida, havia uma caixa de remédio para dor de cabeça junto com um bilhete naquela mesma caligrafia elegante.

  "Suponho que você esteja de ressaca. Espero que isso ajude. Atte, Wang Yibo."

  Xiao leu e releu para ter certeza de que não estava vendo errado. E só então flashes da noite passada voltaram para si, fazendo-o se estapear e se arrepender no minuto seguinte quando uma dor lancinante atingiu suas têmporas.

  Tentando acalmar seus batimentos cardíacos acelerados, ele começou a reorganizar mentalmente todos os acontecimentos.

  1: Ele havia, descaradamente, dado em cima de Yibo.
  2: O homem o disse não porque ele estava bêbado.
  3: Ele o levou para comer.
  4: O trouxe para casa.
  5: Ele havia feito Yibo o pegar no colo e levar para a cama.

  Inferno! Xiao amaldiçoou, ele não tinha certeza se já havia estado mais envergonhado na vida do que estava agora. O que ele deve estar pensando de mim?

  Então seus olhos voltaram para o café da manhã que havia recebido. Claramente, Yibo ainda não havia corrido, então isso de alguma forma significava que ele não tinha estragado tudo.

  Xiao decidiu por se alimentar antes de tomar o remédio e voltar para a cama, levando consigo o bilhete e o colocando em sua mesa. Só então ele se deu conta de um outro bilhete deixado sobre a superfície.

50 Tons de YiZhanOnde histórias criam vida. Descubra agora