Capítulo 19 - Nós temos um ao outro

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  Yibo estava nervoso.

  Não. Nervoso seria um eufemismo dado o estado em que se encontrava.

  Ele esteve nervoso quando se formou e a realidade de que assumiria uma empresa no valor dos milhões  finalmente caiu sobre ele. Ele esteve nervoso quando foi anunciado perante homens barbudos de terno e gravata e olhos julgadores que iria assumir o cargo de seu pai na empresa. Agora, verdade seja dita, ele estava a ponto de ter um ataque.

  Três meses de relacionamento – oficialmente – e ele finalmente iria conhecer os pais de seu namorado pessoalmente. Toda a ideia por si só fazia seu estômago revirar ansiosamente ao ponto de fazê-lo perder o apetite.

  Não era que ele não tivesse confiança no que haviam construído até aqui, ou em si mesmo. Mas agora ele sabia sobre o que seu precioso baobei havia passado e, por mais que soubesse da aceitação de seu pai atualmente, não pôde deixar de se sentir inquieto sobre a possibilidade do que quer que viesse a acontecer.

  Quem não demonstrava a menor preocupação com relação a isso era o homem atualmente sentado ao seu lado, no banco do passageiro.

  Ontem havia sido o aniversário dele, como tal, seus pais ligaram para o parabenizar. Eles queriam vir vê-lo, mas como Xiao trabalhava, supuseram que não seria adequado ou o atrapalharia, então desistiram. Ao mencionar seus planos para o filho, ele sentiu que deveria ir vê-los, afinal, já faziam mais de seis meses que os tinha visitado.

  Sendo assim, Xiao prometeu que iria hoje, no domingo, talvez passaria um ou dois dias com eles se não houvesse algo urgente no trabalho. Ele obviamente não havia incluído Yibo nos planos porque até aquele momento imaginava que este estivesse viajando.

  Quando acordaram esta manhã ele conversou consigo, o olhou com olhos suplicantes de cachorrinho e pediu-lhe que o acompanhasse, pois queria apresentá-lo oficialmente aos seus pais como seu namorado. Tudo isso, claro, se ele estivesse confortável com a ideia – como se Yibo fosse capaz de negá-lo qualquer coisa quando ele o olhava assim.

  Em resumo era isso: Xiao estava indo para a casa de seus pais e o levando junto. De surpresa.

  Este que, claro, havia percebido seu estado de nervos e, como o bom namorado que é, gargalhou em sua cara.

  Yibo passou cerca de dois minutos inteiros de braços cruzados apenas vendo o homem se dobrar de rir em sua frente quando mencionou seu medo de ser expulso a pontapés. E quando o outro finalmente se acalmou o suficiente para falar, o tranquilizou com as seguintes palavras:

  — Não se preocupe em ser expulso a pontapés, amor. Meu pai tem uma espingarda.

  Ele pôde sentir a alma lentamente deixando seu corpo.

  Xiao era seu primeiro namorado, tendo nunca passado por isso antes não sabia o que esperar, como se comportar ou o que dizer. Ele tinha 34 anos e era a primeira vez que conhecia os sogros, o que tornava a coisa toda ainda pior.

  — Relaxe Bo-ge, eu posso ver os nós de seus dedos brancos daqui. — Xiao falou, dedos acariciando sua mão sobre o volante.

  — Disse aquele que mais cedo afirmou que eu levaria um tiro na bunda. — Resmungou.

  Ele gargalhou ao ouvir isso. O som delicioso de sua risada inundando todo o carro.

  — Pense pelo lado bom, pelo menos seria na bunda. — Disse, piscando um olho sedutoramente.

  — Claro, até porque se fosse em outro lugar quem iria ficar sem seria você.

  A mão que estava em seu braço desceu para sua perna, aproximando-se de sua coxa e apertando suavemente.

50 Tons de YiZhanWhere stories live. Discover now