Chapter 1

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Harry estremeceu com o estado de suas mãos. Todo o seu corpo chorava de dor, mas ele se recusou a deixar as lágrimas caírem. Ele não podia deixar que seu tio visse o estado de sua fraqueza, sabendo que Vernon aproveitaria a oportunidade para abusar dele ainda mais, verbal ou fisicamente.

A cada respiração que ele dava, suas costelas gemiam de dor, suas pernas se esticavam cuidadosamente enquanto ele caminhava até a tábua quebrada que continha suas preciosas posições: sua varinha, capa e suprimentos médicos trouxas. Harry pegou a caixa médica, desinfetando cuidadosamente as mãos ensanguentadas, abafando um grito de dor no ombro. Com as mãos trêmulas, Harry os envolveu em bandagens brancas, ficando rapidamente vermelhas com o sangue.

De sua gaiola, Edwiges piou tristemente. Harry olhou para ela, seus olhos Avada brilhando com lágrimas, mas um pequeno sorriso em seu rosto. Ele se levantou, estendendo o mindinho esquerdo, o único dedo que não sofreu ferimentos com o espancamento, para se esfregar em suas penas brancas sem manchar seu pelo imaculado.

"Amanhã, deixaremos este lugar," ele sussurrou para ela com reverência. "Você não merece isso," ele disse, uma lágrima silenciosa caindo de seu olho machucado ao pensar em Edwiges passando por tanta dor todos os dias. Ele levaria mil surras de seu tio, tia e primo antes de permitir que uma única surra fosse submetida a seu familiar.

"Edwiges", disse Harry depois de um momento em que os dois olharam pela janela gradeada que seu tio consertou, "nunca mais voltaremos aqui." Ele prometeu. A meia-lua era a única coisa que iluminava seu quarto, não sendo permitida uma fonte de luz. "Eu não me importo com o que for preciso," ele prometeu a ela, sua voz uma mistura de raiva e desespero, o queixo tremendo sob o peso da fraqueza. "Não serei mais um escravo", disse Harry, Edwiges roçando a cabeça em seu dedo.

Harry sorriu fracamente, outra lágrima caindo de seu olho machucado e queimando seu lábio cortado. Harry lambeu o ferimento, pensando em como ele conseguiu, e piorando da melhor e, inevitavelmente, pior maneira, enquanto puxava a mão dela e se dirigia para a cama.

Sem barulho, Harry deitou na cama, um dedo tocando seus lábios, lembrando do outro que caiu sobre o dele.

O menino era dois anos mais velho que Harry. Ele era mais alto que Harry, um trouxa, e tinha cabelos castanhos mais compridos. Ele se sentou ao lado de Harry no balanço no primeiro dia em que Harry o conheceu. O menino não disse nada a Harry naquele primeiro dia.

Harry ficou desconfortável em sua presença e saiu depois de cinco minutos.

Esse foi o começo do verão. Nenhum de seus amigos o contatou durante o feriado como prometeram, deixando Harry sozinho com o abuso que sua 'família' sujeitou a ele.

No dia seguinte, Harry foi informado pelo menino que seu nome era Alex. Harry respondeu apenas dizendo seu próprio nome. Alex sorriu gentilmente para Harry, levantou-se de seu próprio balanço e caminhou atrás de Harry. Harry pensou que iria embora assim que soubesse seu nome, sendo ainda mais humilhado por fazer algo tão estúpido quanto confiar em alguém. Harry estava errado.

Alex começou a empurrá-lo no balanço. Harry ficou tão surpreso que se encolheu violentamente, quase caindo do assento de plástico, mas Alex o segurou gentilmente, reequilibrando-o, então balançou o balanço gentilmente sem nenhuma palavra trocada entre eles.

Nos primeiros dois meses, Alex e Harry mal se falaram, mas Harry achou bom ter alguém perto dele que não o conhecesse como 'aberração' ou 'o menino que sobreviveu'. Quando Alex viu seus hematomas em seus braços, ele saiu. Harry se sentiu tão sozinho, rejeitado e mais como uma aberração do que nunca por ser consolado por um garoto aleatório.

Save Yourself • Tomarry FanfictionWhere stories live. Discover now