Toalha

1.5K 225 449
                                    

Beomgyu passou o resto do dia com a atenção de uma mosca. Toda pergunta que recebia, precisava pedir para repetirem, tudo o que tentava fazer sempre cometia algum erro besta; especialmente quando sentia o olhar cortante de sua tia de longe. Mal conseguia engolir que havia realmente batido de frente com ela.

Sua cabeça estava tão cheia com o que viria dali para frente, que nem mesmo pensou em como havia usado Taehyun naquele momento. O garoto encarava Beomgyu e tentou perguntar algumas vezes, mas bastava o olhar distante em seu rosto para fazê-lo desistir. Entendia que ele provavelmente estava em uma situação bem delicada.

Beomgyu não parava de pensar no que faria. Não podia somente voltar para a casa de sua tia como se não tivesse acabado de lacrar ela há alguns minutos, e também não podia se aproveitar da boa vontade de Yeonjun e seu primo de deixarem-no passar tanto tempo por lá. Se acabasse precisando voltar para casa, estaria acabado pois sua casa era há mais de uma hora da faculdade. Simplesmente não tinha a menor ideia do que iria fazer.

— Meus braços doem... — resmungou baixinho ao adentrar a sala dos professores. — Minha cabeça dói, tudo doí — continuou lastimando ao cambalear até a cafeteira.

— Pelo menos já acabou nosso turno.

Ao fim da manhã, as atividades de pai e filho finalmente haviam chegado ao fim. Nenhum problema grande aconteceu após o ocorrido com Beomgyu, por mais que fosse possível notar a competitividade extrema de alguns pais em competições feitas para crianças — e isso incluía Yeonjun, que quase fez um barraco quando seu time perdeu no cabo de guerra. Depois de um dia de muito sofrimento e algazarra no sol, os dois assistentes e a professora estavam finalmente livres.

— Então agora tenho faculdade... E depois... — Beomgyu quis chorar. — Acho que vou ir para um bar e beber até apagar.

— Credo! — exclamou Taehyun, pegando seu café. — Sua tia... O caso é tão ruim assim?

— É. Ela surtou quando descobriu sobre o relacionamento do meu primo, e comigo não vai ser diferente. Amanhã minha mãe já vai saber que sou gay e depois de amanhã temos o meu enterro — dramatizou, jogando-se sobre o sofá. — Era tão difícil assim gostar de mulher, Choi Beomgyu?

— Do que você tá falando, panaca? — Deixou um peteleco sobre a testa do colega. — Tenha orgulho de ser quem você é. Sua família que está errada.

— Mas se eu fosse hetero, poderia pelo menos dormir na cama de rico da minha tia sem precisar sofrer um crime de ódio — retrucou, irritado. — Ah... Não acredito que vou ter que socorrer ao Soobin de novo...

Taehyun desviou o olhar, prendendo-se nos seus pensamentos. Queria ajudar. Não tinha um apartamento próprio, então não podia ir oferecendo moradia a Beomgyu, mas Kai não era exatamente uma pessoa que estava sempre em casa; não eram raras as noites em que loiro passava a noite na casa da namorada. Talvez...

Tirou o celular do bolso rapidamente, e com dificuldade por estar usando apenas uma mão, abriu a conversa de Kai.

Ei, não quer ir dormir na casa da Chae hoje?

Poucos segundos depois, seu celular apitou.

[Garibaldo]: Por que?
[Garibaldo]: Parentes vão visitar?
[Garibaldo]: Ou... Vai fazer treme treme na cama?

Nenhum dos dois, intrometido
O Beomgyu tá precisando de um lugar para ficar pelo menos essa noite...

[Garibaldo]: HAHAHAHAJSHSKA
[Garibaldo]: treme treme então
[Garibaldo]: Durmo no corredor mas não estrago o momento de vocês, vai fundo!!!!!!

Vai se fuder
Mas obrigado te devo essa

Satisfeito, voltou o celular para o bolso e aproximou-se mais de Beomgyu. Ainda estavam em uma situação bem delicada, então nem mesmo conseguiu olhar em seus olhos ao propor:

Kid's Play 2 - TaegyuWhere stories live. Discover now