Capítulo II

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Deitada confortavelmente em sua cama, com um pijama curto de seda e meias aconchegantes nos pés, Jisoo estava de bruços conversando com suas amigas através da tela de seu notebook. Utilizavam um programa da época para realizarem a vídeo chamada.

Se encontrava da cabeceira para a beirada da cama. A porta de seu quarto estava aberta, de modo que ela pudesse visualizar quem passava em frente ao seu quarto lá fora no corredor.

A cortina entreaberta permitia que o vento noturno penetrasse nos quatro cantos do cômodo, causando-lhe arrepios na pele. Tentou puxar o edredom dobrado sobre os travesseiros, mas sua posição dificultava um pouco.

O céu, podendo ser observado pela janela, quase não possuía estrelas. Ao invés disso, uma bela e instigante lua de sangue despontava-se no alto. Era um evento celeste recorrente em Harrisburg.

Embora sentisse saudades dos tempos vividos em Seattle, sua terra natal, Jisoo se desapontava com suas desvantagens em relação à capital pensilvaniana. O céu de Seattle era poluído demais para proporcioná-la uma visão tão panorâmica daquele céu peculiar.

Ela só não tinha certeza se os arrepios provocados eram por conta do vento gélido ou do mau presságio derivado da lua de sangue.

— Alô! Terra chamando! Jisoo, você está aí? — A suave voz de Rosé a despertou dos devaneios perdidos lá fora.

— Oi — balançou a cabeça. — Estou sim.

— Está pensando em quê, hein? — A carinha sugestiva de Rosé podia ser vista por aquela tela minúscula.

— Você quis dizer em quem, não Roseanne? — Lisa também atiçou.

— Ah, vocês duas! — Jisoo se zangou. — Não estou pensando em ninguém.

— Será mesmo? Nem no novato bonitão? — Rosé continuou a insistir.

— Pra começo de conversa, eu não gostei nada dele! — Jisoo alegou.

— Ora, por quê? — A loira se indignou.

— Sei lá! Ele me passa uma sensação estranha. Me sinto desconfortável quando compartilhamos o mesmo espaço.

— Isso é tensão, não amiga? — Lisa sugeriu.

— Não... É uma espécie de receio — revelou, angustiada. — Pior que nem eu sei explicar direito.

— E olha que ele nem ficou cinco minutos naquela aula — Rosé argumentou.

— Você está assim porque chegou a ouvir o que estão falando dele? — Lisa supôs.

— O que estão falando dele? — Seus olhos se estreitaram.

— Ah, um tanto de baboseiras... Desde um serial killer até um canibal e dissecador de corpos.

— E vocês acreditam nisso? — Jisoo necessitava saber.

— Por que acreditaríamos? Só porque o cara é órfão e está de passagem numa casa de herança? Tudo bem que ele é estranho, mas até agora eu não vi nenhuma justificativa plausível para poder o julgar.

— Como assim, de passagem?

— Lembra quando dissemos que o Taehyung era descendente de italianos? — Rosé citou e Jisoo assentiu. — Pois é. É provável que ele tenha vindo de outra cidade e que esteja aqui há pouco tempo.

— Eu ouvi dizer que ele mora numa mansão antiga — comentou, sem mencionar Jungkook. — Sabem onde ela está localizada?

— Nós não sabemos não — Lisa fez uma careta de espanto, desejando rir.

Maria Magdalena | (Vsoo)Where stories live. Discover now