Stephanie Young, ano de 1550, séc XVI. Condenada a ser uma criatura sanguinária imortal de sangue frio. Tudo que tinha era uma sede incontrolável de mudar o destino de sua eternidade, antes que sua mente pudesse envelhecer mais rápido que sua carne...
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A imagem da princesa sobre a luz da lua quase cheia era avassaladora. Embora Stephanie não tenha apreciado a presença da humana ali, seus instintos deliciaram-se com o aroma doce que o sangue da princesa exalava. Suas presas saltaram, e logo se pôs à frente de Jessica, para que a ruiva não se envolvesse naquilo. A vampira sentia um querer estranho vindo daquela humana, e se não tivesse memorizado bem a imagem da mesma, poderia arriscar dizer ser outra pessoa.
— Saudações. — A voz da princesa se fez presente, mas a mesma não arriscou se mover. — Vim até ti para fins formais. Preciso propor algo a ti.
— Irá propor-me colocar coleiras em tua amada? — Questionou, soltando uma breve risada nasalada. — Sabes que não deverias tu estar aqui, não é? Estou em fase de adaptação a novos hábitos.
A princesa ergueu minimamente o queixo na direção da vampira, sem demonstrar medo. Stephanie semicerrou os olhos e girou a cabeça minimamente para o lado, sem desgrudar seus olhos da mulher. Percebera as vestimentas diferentes da princesa e como sua postura se tornara irredutível, digna de um belo reinado. A vampira pôs-se de pé, com um dos pés à frente, pronta para qualquer iniciativa vinda da outra. Afinal, não sabia quais eram as pretensões da outra para consigo.
— Devo dizer-te que este assunto está a sete palmos do chão. Tu me atacaste, minha amada protegeu-me. — Os olhos da princesa vagaram até a ruiva, atrás da Young. — Assim como estás fazendo com esta bela moça em seu encalço.
Stephanie olhou para Jessica e riu, trincando os dentes. Estava tentando ao máximo controlar sua vontade de sangue, mas estava muito difícil diante de duas humanas. Se já era difícil manter o controle diante apenas de uma única, tendo duas ali... O preço havia sido mesmo alto pela vida da fada que perambulava em algum lugar daquela ligação. Inspirou profundamente e fechou os olhos com força, a fim de fazer suas presas retornarem para o interior de suas gengivas.
Mas, é claro, não havia conseguido.
— Poderias ser breve? Não é tão simples quanto parece não atacar nestas circunstâncias em que me encontro. — Abriu os olhos lentamente.
A princesa engoliu em seco e uniu suas duas mãos em seu colo, como se para acalmar o ritmo de seu coração.
— Veja, venho até ti com intenções que talvez possam interessar-te. — Começou a humana. — Tenho buscado respostas para algumas questões particulares, para fins maiores. Em meio a minha descoberta e pensamentos circundantes desta, encontrei o caminho que devo seguir para a conclusão da tarefa que a mim fora imposta. — Fez uma pausa. — Devo morrer, este é meu propósito.
Stephanie franziu o cenho, não entendia o porquê daquela jovem ter mudado de ideia tão rapidamente. Para quem estava desesperada pela vida quando a havia atacado no bosque, era de certa forma peculiar que naquele momento estivesse desejando sua morte e viesse até si para concretizar seu desejo. Não era a melhor pessoa para evitar pensamentos suicidas em outrem, mas pretendia ao menos tentar compreender os motivos pelos quais a jovem vinha até si com uma história tão absurdamente tola.