✘ damn.

é isso, um beijo da anitta

Já faz cinco minutos que estou imóvel, em silêncio.

Meus olhos alternavam entre o rosto apavorado de Jihoon e a expressão de puro espanto de Chan. Um silêncio horrível se instalou entre nós, então resolvi agir e puxei Chan para dentro do quarto, fechando a porta em seguida para garantir que ninguém mais nos visse. Soltei um pigarro alto e bati minhas mãos, tentando sorrir e falhando miseravelmente. Só Deus sabia a careta de desespero que eu estava fazendo naquele momento.

— Oi, Chan! Estava quase te mandando mensagem pra saber onde você se meteu.

Jihoon enterrou o rosto nas mãos, e Chan me encarou, estupefato.

— Você vai realmente fingir naturalidade agora?

— O que mais eu posso fazer? — Supliquei, sentindo vontade de me jogar pela janela daquele quarto de hotel.

— Bom, talvez me explicar porquê você e o CEO estavam se beijando!

— Eu acho que o motivo é meio óbvio, né...

— Soonyoung! — Jihoon trincou a mandíbula — Não é hora de palhaçadas. A situação é séria!

— Mas não tem outra explicação! — Ergui as mãos, começando a me irritar — Estamos namorando!

— Namorando? — Chan gritou, e Jihoon fechou os olhos, apertando a ponte do nariz.

— Qual o problema?

— Todos, Soonyoung! — Chan balançou a cabeça — Meu Deus, agora tudo faz sentido! Você indo embora com ele quase todo dia e sendo convocado pro escritório dele constantemente... Espera, foi por isso que você escolheu nossa equipe pra essa viagem de negócios? — Chan encarou Jihoon diretamente, seus olhos brilhando em fúria — Por causa de Soonyoung?

— Claro que não... — Jihoon murmurou, ele parecia envergonhado.

— Oh, meu Deus, foi por causa dele mesmo! — Chan riu, desacreditado — E nós achando que você finalmente reconheceu nosso potencial depois de anos sofrendo na mão de todo mundo naquela empresa. No final você só queria passar um tempo com seu namoradinho.

— Olha o tom comigo, garoto. — Jihoon franziu o cenho — Eu ainda sou seu chefe.

— Não vem jogar essa carta pra cima de mim, não. — Chan cruzou os braços, rangendo os dentes — Certeza que você nos colocou numa sala melhor por causa de Soonyoung também, não aguentaria ver o namoradinho em situação precária, não é?

— Chan, calma aí. — Tentei me intervir, tocando em seu ombro, mas ele me deu um tapa, se afastando de mim.

— Calma aí, o caralho! — Ele gritou, parecia prestes a chorar — Você não sabe, Soonyoung, o quanto foi difícil trabalhar naquela empresa! Ninguém gostava da gente, era como se não existíssemos! E o pior era que não podíamos fazer nada, pois, precisávamos daquele emprego. Agora, quando tudo parecia caminhar para o melhor, eu descubro que não foi por causa do nosso esforço, mas, sim, porque o CEO tá de namorico com um dos meus colegas! Você não entende o quanto isso é frustrante?

— Chan, eu não sabia da condição de vocês... — Jihoon tentou se defender, mas Chan o interrompeu bruscamente.

— Exatamente, que tipo de chefe você é? — Ele fungou — Não dá a mínima para seus funcionários, a não ser quando eles têm algo para lhe dar em troca, que é o caso do Soonyoung, né?

— Chan! — Gritei, me sentindo mal ao ouvi-lo falar de mim daquela maneira. Odiei o tom de sua voz, suas palavras pesavam em meu coração.

— Você é um babaca, Soonyoung. — Ele soluçou, e uma lágrima escorreu de seus olhos — Foi engraçado me ver correndo atrás de você, sabendo que eu não tinha chance nenhuma? Foi legal brincar com meus sentimentos?