capítulo 1 - devemos internar

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Era segunda feira, dia que Clifford iria voltar a abrir o restaurante da família. Blossom's restaurant é um dos mais famosos restaurante de Riverdale, e devido à morte do seu filho Jason, o restaurante fechou em um período de sete meses.

A família Blossom não estava totalmente recuperada, mas Penélope falava que todos precisavam seguir em frente.

Ela iria voltar ao escritório de advocacia, e Clifford iria abrir o restaurante novamente. Eles estavam precisando disso,  queriam pensar em outras coisas a não ser a morte de seu filho e a profunda depressão de Cheryl.

- Bom dia!- Penélope falou abrindo a porta do quarto de Cheryl, que abriu os olhos e continuo deitada. A garota não tinha expressão alguma. Nunca.- Hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo.- Apesar de sua filha não falar, Penélope conversava com ela do mesmo jeito, sabia que ela ouvia, e tinha esperança que Cheryl a respondesse.

Penélope abriu as cortinhas e Cheryl colocou as mãos nos olhos, em seu pensamento, só queria manda a mãe dela sair dali. Ela queria ficar deitada e não queria sair nunca daquele quarto.

- Você vai junto!- Cheryl a olhou- precisa sair de casa, você sabe que não está bem. Ao menos fique ao lado do caixa.- Suspirou e sentou na ponta da cama.- Lembra quando trabalhava de garçonete?- Sorriu de lado.

Cheryl lembrou automaticamente seu irmão veio em mente. Eles eram próximos demais, e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito. Mesmo tudo. Sentiu cheios olhos encherem de lágrimas e não aguentou. Era sempre assim. Qualquer palavra já fazia ela lembrar de seu irmão.

- Não chora, filha.- Penélope foi até Cheryl, que chorava e parecia que não tinha fim. Na tentativa de um abraço da mãe, a ruiva levantou correndo da cama e se trancou no banheiro. Respirou fundo e passou água no rosto.

- Eu sou detestável.- pensou- Eu deveria ter ido no seu lugar, Jay-Jay.

Cheryl se culpava todos os dias pela morte de Jason. Pensava que a culpa era dela por ter dirigindo e desviado do cachorro na curva. Ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na barriga e na nuca. Se recuperou umas semanas depois. Mas Jason estava sem cinto e foi jogado pra longe na tentativa de frear o carro.

- Sai do banheiro.- Penélope falava quase desesperada batendo um pouco na porta. Cheryl suspirou e passou água no rosto, abriu a porta e sua mãe respirou aliviada.

- Tome um banho e coloque uma roupa, tá bom? Quero você lá embaixo o quanto antes.- a Ruiva ouviu e fechou a porta do banheiro denovo, se despiu e entrou pro chuveiro.

Ela não queria ir pra inauguração do restaurante, não estava pronta pra ver pessoas e sair de casa. Tudo que ela queria era ver seu irmão de novo.

Quando colocou uma roupa, respirou fundo e girou a maçaneta. Cheryl não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.

- Você está tão bonita.- Clifford falou pra sua filha, na esperança de ver um sorriso dela assim que a ruiva desceu lentamente a escada. Como antigamente. Ela ouviu e se sentou no sofá, sentia o cheiro da comida, mas não estava afim de ir na cozinha.

- Vai na inauguração?- Ele perguntou e Cheryl seguiu olhando a tv desligada.- Vou leva isso como um "sim".

Clifford desistiu de tentar falar com ela, aos poucos se irritava então descidiu ir até a cozinha. Ele não conseguia se acostumar com o fato dela não falar nada.

Depois que os Blossom's almoçaram, Cheryl deitou no sofá e apagou até chega a noite. Enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.

- Devemos internar.- Penélope fala com receio. Não queria aquilo.

- Você acha?- Clifford falou depois de pensar sobre.

- Eu não quero isso, mas parece que é a única alternativa. Já se passaram sete meses, psicólogo não adiantou. Eu quero a minha filha devolta.- Seus olhos estavam cheios de lagrimas, queria tudo menos aquelo pra sua filha.-  Ela não fala, não quer comer. Você viu hoje? Não tocou na lasanha, e ela amava lasanha.

- Todos sentimos falta do Jason, mas acho que Cheryl nunca vai superar.- Clifford falou e respirou fundo pra segurar o chora.- Mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ao menos ela dá um sorriso.

- Eu acho que não tão cedo isso vai acontecer..

- Precisamos levar em consideração que ela antes não saia da cama, agora sai do quarto, quase sendo puxada a força..Mas sai.

Depois de conversar eles se abraçaram apertado. Penélope segurou o choro, sentia saudade da velha Cheryl doce e sorridente ao lado do irmão que adorava provocar ela. Clifford tentava ser forte, mas ao ver a esposa chora, não aguento.

Após saírem da cozinha olharam Cheryl no sofá e Penélope sorriu de lado ao ver o rosto angelical da filha. Clifford precisava resolver os assuntos do salão, em menos de duas horas ia inaugurar e ele precisava saber se estava tudo em seu devido lugar.

- Você quer ir comigo? Cheryl não acorda tão cedo. - Perguntou pegando as chaves do carro. Penélope apenas assentiu e eles foram até o restaurante. Cheryl acordou com uma batida forte na porta de casa, mas ignorou seguiu deitada. Colocou a mão no rosto e suspirou. Ela queria levantar, mas seu corpo não deixava.

- Tem alguém em casa?- Ouviu e respirou fundo antes de revirar os olhos e lavantar com toda calma do mundo. Calçou o tênis de qualquer jeito. Abriu a porta e havia uma menina de cabelos negros, com um sorriso amigável. Em suas mãos, estava uma enorme cesta de café da manhã.

- Oi! Tudo bem? Eu me chamo Verônica.- Falou sorridente.

Cheryl continuava com a expressão seria, isso deixou Verônica desconfortável.

- Ham... Eu moro aqui do lado agora.- apontou pra uma casa amarela, mas a ruiva não se deu trabalho de olhar. Só queria fecha a porta na cara da garota.- E meus pais pediram pra trazer essa cesta. Nos mudamos pra esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança.

Cheryl ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Verônica extremamente confusa e irritada do outro lado.

Verônica respirou fundo e tentou deixa pra lá a falta de educação da nova vizinha, segurou firme a cesta e foi em direção à sua casa.

Trust me • Cheronica Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang