64 ➶ serendipidade

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Não havia conversado com Jaden desde o nosso último ocorrido, não pela falta de oportunidade, pra ser sincera, ele tinha me enviado diversas mensagens nesse meio tempo, e no trabalho eu ainda estava desviando de qualquer interação

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Não havia conversado com Jaden desde o nosso último ocorrido, não pela falta de oportunidade, pra ser sincera, ele tinha me enviado diversas mensagens nesse meio tempo, e no trabalho eu ainda estava desviando de qualquer interação.
Depois do beijo, as coisas foram desenrolando como se nada tivesse acontecido, mas a estranheza cresceu em mim quando o calor do momento cessou.
Não era um tipo de arrependimento, porém não estava no meu melhor momento, e imagino que meu interior gritava por uma barricada a qual precisava me escorar, precisava de afeto, de algo que me fizesse esquecer, apenas por alguns minutos.
E acho que no meu ato, meu ato errado, o fiz ter esperança de algo que não queria alimentar, e por erro meu, lhe dei um banquete de expectativas.

Larray me arrastava com uma mochila de roupas de banho, cangas e protetor solar pra dentro, em mais um daqueles eventos, vamos desenterrar Zoe da pior.
Dessa vez, por incrível que pareça, alugou uma lancha, e eu deveria estar grata, mas nessa altura do campeonato, estou mesmo é de saco cheio, minha situação é muito melhor que a de qualquer um, depois de um possivel-termino, em uma semana.
Entretanto, não pude recusar, depois de meu amigo tagarelar que gastou MUITO pelo aluguel de um dia, e ele não cagava dinheiro, infelizmente, estou indo com o maior sorriso no rosto. Puramente falso.
Desci até a cabine, enquanto Larray conversava sobre nosso, “destino misterioso”, com o capitão. Que chique.
Fui até o banheiro colocar meu biquíni azul royal, ignorando todas aquelas mensagens do trabalho, na hora que abri a mochila
Era Melanie com todo aquele assunto, de novo. Vou começar a explicar os últimos dias.:
Ela me mandou mensagem, se lamentando pelo ocorrido, muito amigavel.
Não respondi.
Ela mandou um sticker estranho.
Não respondi novamente.
E por fim, ganhei um eu te avisei, hoje.
Acho que está ficando difícil pra ela perceber que realmente não ligo, então a bloqueio, apenas pra curtir meu tempo só, e lhe deixar um aviso silencioso, agradeço por ter pedido alguns dias de férias.
Sigo pelas escadas até a portinha pro primeiro andar, mas quando viro a maçaneta, ela não se move nem um centímetro, continuo a tentar por alguns minutos, depois de um tempo uso até a força, mas nada acontece.
Quando grito, escuto Larray do outro lado, bem alto, bem de longe, desculpa amiga, e em seguida a lancha se move sobre meus pés, saindo do cais, mas a voz do meu amigo não está mais presente.

Não sei quanto tempo fico sentada no estofado marrom, mandando diversas mensagens ofensivas para meu querido amigo, trinta minutos? uma hora?
São quase quatro da tarde quando estou quase adormecendo, quase, ao escutar o gemido da portinha, o extinto do meu corpo é saltar e correr pra lá no mesmo instante.
PUTA
QUE
PARIU.
NEM
FODENDO.
Fico petrificada por um tempo que sou incapaz de notar, tudo passa como um slowmotion. Eu recuando, enquanto ele permanece parado perto da escada bem do outro lado.
Vinnie tem uma expressão triste em seu rosto, como se estivesse decepcionado com minha reação, ou pior, como se esperasse algo diferente vindo de mim. Ele só me fita, do outro lado do cômodo, com um laptop em mãos, vestindo uma daquelas suas bermudas, com uma bandana branca segurando seus cabelos loiros.
Tão lindo, e TÃO babaca.
Penso em pegar uma das maçãs na fruteira aqui perto, e joga-la bem em sua cara, ou naquele maldito tanquinho definido. Ele parece perceber meu olhos raivosos seguir a fruta, até recua.
— Zoe-
—— Vai se fuder! —  grito, virando as costas até a cama, o deixando sozinho, com sua própria companhia de merda.
Boa, Larray! Penso comigo mesma.
Que ótimo amigo tenho, o tempo todo fazendo de tudo pra eu esquecer meus problemas, até traze-lo de bandeja para mim, que porra de complô é esse?
Estou jogada na cama, minha cabeça afundada no edredom, ainda sim, posso senti-lo, sua presença no batente da porta, me observando.
—— Zoe, por favor.
—— Além de babaca, você também virou um sequestrador? — falo ríspida e ele não responde —— Ah! Ótimo!
Seu tom de voz é baixo, porém de uma forma que jamais escutei saindo de sua boca, tão necessitado.
—— Zoe, por favor. Só me escute.
Fico calada, sem palavras, sua fala criando um triplex na minha mente, pra ser mais exata, o seu tom.
Não posso!
E aquela raiva fora do comum vem como um supetão. Digo com meu dentes cerrados, fazendo de tudo pra ser o mais rude possivel, minha voz sendo abafada contra o edredom:
—— Você acha que ainda tem direito de fala? — levanto, rapidamente, e reparo a dificuldade que é manter meus olhos no seu —— Não acha que é tarde demais pra explicações?
Uma semana porra!
—— Eu tentei...
É, ele tentou, a semana toda, mas de qualquer forma, não queria escutar, não quis escutar de segunda a sexta, e não quero escutar agora.
Apenas fico de braços cruzados, sentindo aquela tristeza chata vir quando meu rosto fica quente.
Odeio aquela parte da raiva, que faz a gente chorar sem parar, como se fosse a parte fraca de querer socar alguém.
Ele se aproxima novamente, e eu me afasto.
Vinnie coloca o notebook em cima da cama, no mesmo momento que sento na ponta, o mais longe possível dele.
—— Não me escute então — diz, ainda com aquela voz triste — Mas ao menos veja isso.
Então dá play e sai pela porta.
É, um vídeo, seu começo é trêmulo, não posso ver muita coisa, parece ser gravado em uma lanchonete, então tudo parece muito confuso, uma pessoa encapuzada, Vinnie passa a andar ao seu encontro, posso ver a base da cabeça de outra pessoa, de cabelos negros.
Quando aquela voz, aquelas vozes, são captadas e a câmera capta totalmente a face dele. Estremeço como se tivesse visto o fantasma em estado corpóreo.

crush tatto, vinnie hacker Место, где живут истории. Откройте их для себя