34- Sim

60 8 1
                                    

- Como aquele inútil conseguiu ser baleado?

Bean segura a cabeça entre as mãos, cotovelos apoiados na mesa. Está tentando se lembrar oq foi mesmo que viu em Gear, até agora o homem estava lhe saindo muito pior que a encomenda...Seu telefone toca lhe tirando de seus pensamentos. Ele sorri amplamente ao pegar o aparelho.

- Me diz que você está morrendo de saudades de mim.

(-...)

Mesmo Kanya não dizendo nada, ele escuta o som abafado da risada dela. Ela tem uma risada bonita. Uma pele macia, um rosto bonito. Tem tudo que ele gosta  em uma mulher.
O único problema é que faz já uns dias que ela vem se recusando a ir em um encontro de verdade.

A princípio Bean acha que ela é tímida, mas conforme vão se conhecendo melhor, mesmo pela internet e ligações, ele descobre que ela não é assim. Ela é divertida, é sempre espontânea, fala sobre tudo, brinca, parece ser uma pessoa zero timidez.

Mas na hora que ele fala em sair, sempre existe uma desculpa. Ele está começando a achar isso um pouco estranho. Ou ela não quer nada sério com ele, ou simplesmente está brincando sobre os dois. Por que não tem justificativa em ela fugir assim dele.

- Chefe
Um dos subordinados entra no escritório, Bean faz um sinal pra ele esperar um pouquinho.

- Kanya eu já te ligo princesa, vou só resolver algo aqui...Diga -Se volta para o subordinado após desligar o telefone.

- O rapaz que foi baleado está fora de perigo, parece estar inconsciente ainda, mais é que levou uma pancada na cabeça. Os rapazes já localizaram os outros envolvidos, o que atirou esta morto. Já reuni os nossos homens lá em baixo.

- Ótimo...- Bean abre a gaveta e pega sua própria arma. Geralmente não gosta de usar ela. Também nunca anda armado, só usa esse recurso em ocasiões especiais.

Isso com Gear, ele poderia ter cuidado sozinho do assunto, mas pediu a Gear mais para testá-lo. E ele falhou no teste miseravelmente.

Teria uma boa conversa com Gear assim que ele abrisse os olhos. Esse rapaz precisava urgentemente colocar a cabeça em ordem e resolver seus assuntos pessoais para poder desempenhar bem seu papel no acordo que eles tinham um com ou outro.
Caso contrário Bean teria que fazer algo que não estava com vontade de fazer.
Mas com certeza faria, por que uma coisa que nunca fez desde que se entende por gente, foi voltar atrás com sua palavra.

- Vamos, hora de livrar esse mundo de alguns ratos...

************

Como Bean estava demorando a ligar de volta, Kanya achou que ele estava muito ocupado, então foi fazer suas próprias coisas.

Estava de folga hoje por que seu maravilhoso chefe tinha tirado um dia e deu a ela essa folga também. ela estava muito feliz.
As coisas no trabalho estavam ótimas, não poderia ter conseguido um emprego melhor.

Finalmente tinha dinheiro para as contas e pelos cálculos iria conseguir  guardar um pouco também, queria muito finalizar o processo de mudança para finalmente ser quem ela sentia dês de pequena que era, uma mulher. Sentada na frente do espelho ela sorriu com esse pensamento.

"Finalmente tudo está dando certo pra mim"

Agora a única coisa que ainda lhe preocupava era Bean... Estava completamente apaixonada por ele, mas sabe que ele quer mais do que alguns beijos, então está evitando um encontro, não quer perde-lo de jeito nenhum.

Mas como tudo está dando tão certo ultimamente, acha que pode dar certo isso de ficarem conversando por telefone por enquanto. Se ela reunir o dinheiro, se Bean for paciente, se eles não se encontrarem cara a cara por enquanto. Se...

Kanya vê o próprio rosto molhado no reflexo do espelho, ela sorri mesmo em meio às lágrimas. É bom sonhar, mas raramente os sonhos se tornam realidade. Bean provavelmente logo vai se cansar de esperar por ela. Existem tantas mulheres no mundo, mais interessantes, mulheres de verdade.

"Eu sou mulher de verdade "

Ela diz pra si mesma em pensamentos, pega uma caixa de lenços e limpa o rosto.
Logo após faz uma maquiagem bonita.
Hoje como é seu dia de descanso quer aproveitar bem, vai a uma palestra. Sim Prem era um nerd. Gostava de estudar, queria ser professor. Kanya podia mudar tudo, menos essa essência de alguém que ama uma profissão.

- ual onde vai assim tão linda.

Yiwaa entra no quarto da amiga, abraça ela por trás e dá um beijo no topo de sua cabeça.
Kanya sorri vendo o reflexo delas duas juntas. Estava flertando com um homem lindo, tinha um bom emprego,  e sua melhor amiga era um anjo.

- Vou onde me sinto bem.
- Nerd...-Yiwaa diz enquanto aperta de leve a bochecha da amiga.
-  Estou muito feliz Yiwaa.
- Que bom minha amiga, meu sonho é te ver realmente bem, vivendo do jeito como você merece. Todo mundo tem o direito de ser feliz. Você principalmente por ser uma pessoa tão linda e fofa, bondosa, carinhosa, aaah se vc gostasse de mulher a gente podia se casar.

As duas acabam rindo, sua amizade é mais forte que laços de sangue.

- Você precisa deixar seu namorado pra gente se casar.
- Naaao... -Yiwaa se afasta da amiga, rindo ainda- acabei de me lembrar que também gosto de homens.
Se senta na cama da amiga e as duas começam a conversar sobre as coisas normais que falam sempre, enquanto Kanya termina de se arrumar.

***********

Kanya esta indo para o ponto de ônibus, está contente um sorriso bonito no rosto.

A palestra foi muito boa, talvez consiga voltar a estudar dentro de alguns meses, se a sociedade enchergasse ela como uma mulher poderia lecionar, já pensou em mudar de país pra isso, já que ali na Tailândia não era permitido mudar o nome de nascimento, sexualidade no documento, essas coisas.
E a discriminação aqui também era bem grande, algumas vezes tinha apanhado na rua logo que começou a mudar. Sofrer assim não lhe fez mudar de ideia, pelo contrário lhe deu mais força.

Mas a ideia de ter que ir pra fora pra ser professora só não lhe agrada por que teria que deixar pessoas que ama para trás. Pensando nas pessoas que ama um rosto surgiu na mente e de repente.

- Bean...
- Olá princesa,  finalmente posso olhar nos seus olhos novamente.

Bean sorria amplamente, um sorriso maravilhoso de um homem alto em um terno bonito que do nada apareceu ali no ponto de ônibus. Kanya sentiu o corpo tremer de leve com o susto que levou.

- Como? ...
- Tenho meus meios de saber onde você está, e também soube que está de folga hoje, não podemos desperdiçar essa oportunidade.

O sorriso de canto dele estava derretendo ela por dentro. Maaas...

- Bean eu acho que não devemos....
- Shiiiiiu, ele tocou de leve com o polegar nos lábios dela.

Uma onda elétrica pareceu percorrer o corpo inteiro de Kanya na mesma hora, as pernas estavam fracas.

Aquele homem era inteiro gostoso des do corpo definido ao rosto forte e bonito, o modo de olhar de falar.
Para Kanya não existia um pedaço em Bean que não fosse pura tentação.
Ele ainda acariciava os lábios dela com o dedo, sua imaginação foi a mil pensando em como seria sexy se ela simplesmente lambesse e chupasse seu dedo ali mesmo.

" Aaaah estou enlouquecendo "

Ali no meio da rua o que poderia fazer?
Com relutância recolheu a mão.

- Quero lhe mostrar onde eu moro. Vamos comigo pra minha casa?

"Não, não, não, NÃOOOO!

-Sim...

Nem ela acredita que está ignorando a própria consciência.

Nos pertencemos ( NUMBER 2 )Where stories live. Discover now