Yang Jeongin era a perfeita definição de uma pessoa sem preocupações.
A única coisa da qual dava a mínima importância, eram as partidas de jogos que estava sempre disposto a perder uma ou duas noites de sono pra zerar. Ele tinha tudo de que precisav...
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Jeongin já tinha lido em algum lugar que o fato de uma mentira ser uma mentira, independente da proporção ou motivo por trás dela, era irredutível e imutável. Seja algo muito absurdo como mentir sobre um caso policial, ou mentir sobre algo que você sabia envolvendo um amigo, e não quis contar para evitar machucá-lo.
Uma mentira sempre vai ter dois lados. O que conta, e o que escuta. E em alguns casos, o que esconde, e o que não faz ideia do que está acontecendo. Geralmente esse segundo é conhecido por um nome um pouco mais amigável, omitir.
Jeongin sempre acreditou que, era preciso pensar duas, três, dez vezes antes de se ter certeza de que você deve contar uma mentira. Nunca foi alguém mentiroso. Só mentiu em casos totalmente extremos em sua vida. E se tinha uma coisa que ele não gostava, eram de pessoas mentirosas. Ele tinha problemas com confiança, mesmo que não tivesse nenhum trauma relacionado à isso. Ele só não conseguia confiar facilmente em alguém, simplesmente não era algo que achava que deveria mudar, estava bem assim. Quando confiava em alguém, isso expressava a importância que essa pessoa tinha aos olhos do Yang.
Foi nisso que pensou, um pouco antes de sair da casa de Seungmin, e logo depois também.
Tentou a todo custo se convencer de que estava errado ou vendo algo ou não tinha, mas as evidências estavam ali, e muita coisa fazia sentido agora. Se julgava extremamente ingênuo, mas a essa altura do campeonato, não iria culpar a si mesmo. Não. Não tinha culpa alguma. Não era ele quem estava mentindo todo esse tempo, para falar a verdade Jeongin sempre foi totalmente sincero sobre seus sentimentos. Até demais.
E subitamente, o constrangimento pelas coisas que até então já havia compartilhado mas não com quem imaginava começaram a surgir. E assim que chegou em casa, Jeongin se trancou em seu quarto e chorou. Mais do que deveria.
( . . . )
Surpreendemente, todos os garotos estavam sentados à mesa no refeitório juntos naquele dia. Bom, quase todos.
— Jeongin não vai comer hoje? — Changbin foi o primeiro dos veteranos a expressar a falta do garoto, logo que se sentaram.
Felix e Hyunjin trocaram um olhar rápido, com Jisung respirando fundo e balançando a cabeça.
— Ele não veio hoje. — Hyunjin se dispôs a responder.
Um tinlintar de talheres foi escutado da ponta da mesa, e automaticamente sem sutileza alguma, todos eles se viraram para lá. Seungmin parecia afetado o suficiente pra ter derrubado o garfo e a faca que usava para almoçar. As bolsas levemente escuras debaixo dos olhos evidenciaram uma noite mal dormida, e o ar perto do garoto parecia mais escasso. Logo, ele pareceu notar o que tinha feito, e se virou para todos.
— Desculpe. — Murmurou envergonhado, se levantando da mesa enquanto levava sua bandeja.
Bang Chan fez menção em levantar e o seguir, mas Felix colocou o braço a frente do mais velho, o impedindo.
