PRETTY EYES. | 𝙈𝙖𝙨𝙤𝙣 𝙏𝙝𝙖𝙢𝙚𝙨

0.1

Mason Thames.

— Cara você não faz ideia de como é bom estar na mesma escola que você agora. - Miguel diz me abraçando com batidinhas nas minhas costas.

— Não precisa de toda essa melação. - digo e me sento em um dos bancos do pátio central. - afinal, o que achou da escola?

— Ah sei lá, parece igual a todas as outras escolas. - o mesmo suspira.

— A diferença é que agora você tem a mim.

— Vai pelo menos me apresentar o que falta?

— Não tem um nerd disponível para isso não? - olho em volta a procura de alguém para fazer companhia para Miguel.

— Por que você não pode fazer isso?

— Isso é trabalho para os nerds que manjam de computadores. - vejo finalmente alguém que poderia nos ajudar - Tyler!

— Mason? - o garoto estava surpreso por estar falando comigo.

— Apresenta a escola para o meu amigo aqui. - digo dando batidinhas nas costas de Miguel.

— Claro. - Tyler nem pensou antes de aceitar.

Aceno para Miguel que agora está mais distante, pelo menos seria um problema a menos para eu me preocupar agora.

Hanna Hepner.

Meu rosto está enterrada nos livros enquanto eu ouvia Becca falar do seu encontro de ontem a noite, confesso que minha cabeça está latejando por isso.

— Já terminou? - digo levantando meu rosto e ajeitando a postura.

— Já, e agora o que eu devo fazer?

— Sinceramente? dá um pé na bunda daquele idiota, garotos te usam como descartáveis, então não ache que deve confiar nele. - me levanto organizando minhas coisas, e parece que becca não gostou muito do meu conselho.

— Pode uma vez na vida me dar um conselho onde os garotos não são uns filhos da puta?

— Não.

[...]

Aula de literatura, tem coisa melhor?

Meus olhos estão centrados na lousa e minha mão já estava cansada de tanto escrever, e por mais que eu adoro refutar meu professor de literatura, ele mal deixa eu falar.

— Perdi alguma coisa? - Thames diz entrando apressado, atrasado novamente.

— Sim, um romance questionável sobre a sabedoria e preconceitos familiares compostos pelos machistas na intenção de derrubar qualquer vínculo das mulheres com o trabalho pesado. - digo sem olhar para o garoto.

— Ata. - Então ele sai da sala.

— Senhor Thames! - O professor chama a atenção do garoto, mas ele estava distante demais para se importar.

— Professor, porque temos que fazer anotações de um livro que nem lemos ainda? - o questiono e o mesmo me olha tenso.

— Está questionando a minha forma de ensino? - Ele responde olhando para mim, e nesse momento parece que todos estão olhando para mim.

— Não senhor, eu só...

— Já chega! Senhorita Hepner vá já para a orientação!

— Mas senhor..

— Vá! você está me irritando.

Pego minhas coisas e vou até a orientação, Mason estava lá anotando coisas em seu caderno, a porta da orientadora estava fechada então me sento do lado de fora junto com Mason.

Me sento na cadeira a três bancos de espaço, então ele olha para mim franzindo o cenho.

— A miss perfeitinha na sala da orientação? oh não! - ele zomba e eu reviro os olhos.

— Você já deve estar familiarizado com aqui, não é?

— Só sei que você não é de aparecer por aqui. - Então ele me encara. - O que fez de tão errado?

— Nem eu sei...

— Eu imagino que você deve ter dado uma de espertinha na aula do Senhor Morgan, e ele se irritou e te mandou para cá, estou certo?

— Não está errado.

— Eu não sou de errar, ruivinha. - Mason ajeita a postura e sorri ladino. - Quer dar o fora daqui?

— Ham?

— É surda? - ele chama a minha atenção, tão delicado.

— Como vai nos tirar daqui?

— Você quer ou não?

— Sim, vamos sair logo daqui. - digo e ele vai até a porta para ter certeza que ninguém está pelos corredores.

Em circunstâncias normais eu nem daria ouvidos para Thames, mas eu não estou podendo vacilar, então o melhor é vazar logo daqui antes que eu precise lidar com a orientadora.

Então ele faz um gesto com a mão me chamando, me levanto e vou até ele, Mason corre sempre observando para ver se não tinha ninguém por perto e quando chegou no fim do corredor, ele se localizou perto dos banheiros, e eu acompanhei todo o trajeto logo atrás.

— Não precisa me agradecer. - ele diz e se encosta na parede. - mas vai estar me devendo essa.

— Não, eu não vou. - digo caminhando até o corredor principal.

— Se eu fosse você, esperaria no banheiro até o sinal da próxima aula tocar. - sua voz ecoa um pouco mais alto, já que eu estava distante.

Dou meia volta e faço o que disse, mesmo não dizendo uma palavra sequer.

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