13

704 40 22
                                    

SINA DEINERT

No dia seguinte acordei com meu humor radiante. Eu estava feliz, não sei por qual motivo exatamente. Talvez fosse por ser o dia em que eu correria e isso me deixava feliz.

Ou pelo fato de você ter beijado o Noah na noite anterior.

Não. Com certeza, não. Isso não era motivo para eu ficar assim. Além do mais, ele me seduziu, aquilo foi um erro. Ele não deveria ter feito isso.

Levantei e caminhei para o banheiro. Me olhei no espelho e gostei do que vi, uma Sina completamente diferente da que tinha chegado na casa do irmão. Mandei um beijo no ar para mim mesma e entrei no box.

Enquanto me ensaboava, pensei em Noah. Essa ação já estava se tornando parte da minha rotina, pensar nele. Aquele... italiano gostoso.

Beijar ele sempre é a mesma coisa. Sinto como se meu corpo entrasse em combustão e seus lábios fossem a gasolina precisa para atear mais fogo ainda. Duvidava de mim mesma quando estava com ele e o mesmo me seduzia daquela forma, quem fazia isso era eu.

Ao tocar sua boca, uma sensação maravilhosa me preenchia. Noah tinha um certo poder sobre mim, mas eu não queria demostrar, isso só acarretaria mais erros. Como beija-lo novamente, por céus, isso já está se tornando uma sina.

Saio dos pensamentos sobre Noah e vou para a recordação da Morgan. Hoje eu iria ganhar dela e a faria comer minha poeira, seria um prazer deixá-la com cara de idiota assim que me visse passar lindamente pelo seu carro e ganhar a corrida.

Com isso desligo o chuveiro e corro até meu closet com a toalha enrolada no corpo. Procuro por uma roupa confortável, até porque quando chegar lá vou ter que vestir aquele macacão horroroso. Apesar de eu ficar linda nele.

Desço para tomar café e não encontro ninguém. Essa casa parece mais uma mansão fantasma, ninguém aparece. E quando fazem, é apenas Úrsula e suas perguntas inconvenientes.

Um certo dia, do qual não lembro a data, ela me perguntou se eu tinha namorado. Não que essa seja a pergunta inconveniente, eu respondi que não e então ela perguntou se eu era lésbica. Fiquei sem reações, quem diabos faz uma pergunta dessa para alguém?

Se eu for ou não, que diferença para ela faz?

Chegando na cozinha, só quem encontrei foi Lucy, a cozinheira que meu irmão contratou após a minha vinda para cá.

- Bom dia, Lu! - falo simpática e ela sorri de volta.

- Vai querer que eu prepare seu café ou irá fazer a senhora mesmo? - ela perguntou e eu fiz uma careta.

- Senhora não, né Lucy! - arqueei a sobrancelha. - Assim você me deixa velha. - falo e nós duas rimos.

- Vou querer apenas uma maçã! - digo e pego uma das que estavam na fruteira, dando uma boa mordida logo em seguida. - Tchau!

- Tenha um bom dia, senhorita! - ela fala enquanto eu saía.

[···]

Chegando na pista, as arquibancadas estavam lotadas e todos gritavam animados. Fui para a garagem onde meu carro já esperava. Mas antes, deveria passar pelo vestiário para colocar o meu uniforme.

Entrei em uma das cabines, vesti o macacão, amarrei meus cabelos em um elástico preto e no armário agarrei o capacete. Antes de sair, Bruna entrou em minha frente. Era só o que me faltava.

- Pronta para perder Deinert? - diz desdenhosa e eu respirei fundo procurando paciência.

- Não sei, você está? - respondi seca e ela soltou uma risada irônica.

𝗔 𝗦𝗲𝘅𝘆 𝗣𝗶𝗹𝗼𝘁𝗼 𝗗𝗲𝗶𝗻𝗲𝗿𝘁 || ᴺᴼᴬᴿᵀOnde histórias criam vida. Descubra agora