20° Capítulo

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Brunna: Por que os dois gostam tanto de dormir lá? - Perguntou sobre o fato de os filhos, novamente, terem ido dormir na casa de seus pais.

Ludmilla: Ah, são os avós deles e fazem todas suas vontades, não tem quem não goste - Explicou sorrindo.

As duas estavam sentadas no sofá de frente para a televisão, assistindo a um filme qualquer que passava. Cada uma estava em uma extremidade, pois a proximidade, poderia gerar faíscas, e daí acender o fogo.

Brunna: Como ela tá? - Limpou a garganta e perguntou meio sem jeito.

Ludmilla: Quem? - Ela a olhou.

Brunna: A minha mãe - Era a primeira vez que ela parecia lembrar da existência da Mia.

A mulher ligava todos os dias para a Nora, para ter notícias da filha, pois sabia que assim como há dez anos atrás, ela deveria ter voltado a não gostar dela.

Ludmilla: Ela tá bem - Falou com a voz calma - Sente sua falta - Ela já esperava a resposta rude que viria depois.

Brunna: Nós ficamos próximas? - Ela olhava para a própria mão.

Ludmilla se surpreendeu com a resposta que a esposa deu, já que diferente do que ela esperava, sua resposta foi calma e até mesmo curiosa.

Ludmilla: Sim. Vocês ficaram bastante próximas, na verdade - Naquele momento os olhos castanhos se direcionaram para os da morena - Sempre que se encontravam, você enchia ela de beijos.

Brunna: Por que isso aconteceu? - Se referiu a proximidade.

Ludmilla: Acho que você viu que sua implicância era sem fundamento - Deu de ombros - Na verdade eu não sei muito bem, você nunca me contou o que realmente aconteceu entre você e a sua mãe.

Brunna: E você?

Ludmilla: O que tem eu? - Deitou a cabeça no encosto do sofá, ainda a olhando.

Brunna: Você tá bem? - Pôs as pernas para cima do sofá e ficou de frente para ela.

Ludmilla: Tô - Deu um pequeno sorriso - Fico feliz que se preocupe.

Brunna: Você tem medo de mim? - Mordeu o lábio inferior demonstrando estar apreensiva.

Ludmilla: Medo? Jamais, Bru! - Levantou a cabeça e sentou da mesma forma que ela estava.

Brunna: Eu me refiro ao meu jeito. Você não tem medo que a qualquer dia eu possa vir a magoar você ou as crianças? - Os olhos castanhos demonstravam preocupação.

Ludmilla: Não mais - RevelouAntes eu sentia, diariamente, eu ficava alarmada, com medo de você falar algo para nossos filhos, mas depois eu vi que você não seria capaz de fazer nenhum mal com eles. Nem mesmo psicológico.

Brunna: Você já se apaixonou? - Perguntou depois de alguns minutos de silêncio.

Ludmilla: Por você.

Brunna: Como é estar apaixonada? - Se remexeu no sofá.

Ludmilla: A paixão é diferente do amor, você sabe né? - Ela negou com a cabeça - A paixão é algo que se renova diariamente. É da paixão que vem o fogo avassalador, a necessidade de ficar perto, o olhinho brilhando - Sorriu enquanto explicava, pois era tudo que sentia por ela.

Brunna: Você sentia isso por mim? - Sentia sua respiração falhando.

Ludmilla: Eu ainda sinto - Revelou para a amada - Mesmo não lembrando de mim, eu ainda sinto o mesmo amor por você.

Brunna: E o que é o amor? - Não estava preparada para ouvir todos os sentimentos que ela tinha por ela.

Ludmilla: É quando a gente põe as necessidades daquela pessoa acima das nossas. Amar alguém é querer a felicidade daquela pessoa a qualquer custo, mesmo que para isso tenhamos que abdicar dela - Explicou.

Brunna: Eu acho que é isso que eu sinto pelas crianças - Falou e ficou olhando para o chão pensativa.

Quando voltou a olhar para a mulher, ela pode ver os olhos dela brilhando devido às lágrimas presentes.

Brunna: Você tá chorando? - Se assustou.

Ludmilla: Eu to feliz - Sorriu para ela.

Brunna: Me desculpa por te fazer passar por isso - Ela se referiu ao fato de não lembrar dela.

Ludmilla: Tá tudo bem - Limpou uma lágrima que escorreu - Desde que você esteja bem, eu estou bem.

Brunna: Isso é o amor - Ela constatou e Ludmilla assentiu com a cabeça - Por que você insistiu em mim? Como aguentou o jeito que eu te tratava?

Ludmilla: Eu consegui ver algo diferente nos seus olhos, quando a gente se beijou pela primeira vez. Ali eu vi que aquela pose toda, era uma armadura para se manter forte - Ela sentia vontade de se aproximar dela e acariciar seu rosto, já que ela a observava com a cabeça levemente lateralizada, dando um ar fofo àquela mulher a sua frente.

Brunna: Eu tenho medo - Suspirou sabendo que havia desfeito o muro que criara entre elas, com aquela conversa.

Ludmilla: Do que você tem medo? - Apertou a mão no sofá se controlando para não se levantar imediatamente e abraçá-la.

Brunna: De fazer tudo errado - Ela não olhava nos olhos da esposa - Tenho medo de errar, principalmente com as crianças.

Ludmilla: Você é uma ótima mãe...

Brunna: Eu era uma ótima mãe, agora eu sou uma pessoa que não sabe nem o que é o amor - Deu uma risadinha irônica e sem humor - Essas criança estão perdidas na minha mão.

Ludmilla: Você vai conseguir recuperar a memória - Disse positiva - E se não conseguir, a gente pode construir memórias novas.

Brunna olhou para a mulher em silêncio. Ela estava com vontade de beijar os lábios dela, mas não da maneira que havia acontecido das outras vezes, apenas por tesão, a loira estava com vontade de sentir aquele amor que a Morena falou através dos lábios dela.

A mulher se levantou do sofá e caminhou para perto de Ludmilla, sem tirar os olhos dos dela. Ela apoiou um joelho ao lado dela, pôs uma das mãos no encosto do sofá ao lado da cabeça. Brunna inclinou seu tronco levemente e segurou a nuca da esposa com a mão livre.

Brunna: Me mostra - Ela sussurrou ainda perdida em seus olhos.

Não foi necessário que ela explicasse o que queria, ela entendeu perfeitamente o que deveria mostrar. Ludmilla levou sua mão à lateral do rosto dela e a puxou em sua direção. Elas fecharam os olhos e grudaram os lábios sentindo toda a maciez da outra. A morena inspirou fundo durante o longo selinho para sentir o cheiro característico da amada. Elas separaram as bocas e seguiram com as testas coladas. Ludmilla sabia que precisava de um pouco mais de contato, para ela entender o que ela sentia pela brunna. Ela segurou o rosto dela com as duas mãos e sugou o lábio inferior dela logo soltando lentamente.

Brunna passou a língua nos próprios lábios os umedecendo quando ele a soltou e logo grudou os lábios aos dela novamente já dando passagem para que as línguas se encontrassem. O encontro era lento e profundo, ambas estavam apenas explorando os sentimentos presentes naquele contato mais íntimo.

Ludmilla: O que você sentiu? - Sussurrou para a amada, quando finalizou o beijo com uma pequena mordida nos lábios de sua esposa.














Tchau, até domingo, pq amanhã eu trabalho kkkkkkkkk

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