68° Capítulo

690 86 9
                                    

Brunna: Amor, amor - Sussurrou enquanto balançava o ombro da esposa adormecida ao seu lado.

Ludmilla: O que foi? - Resmungou.

Brunna: Acho que a bolsa estourou - Foi necessário apenas isso, para que a mulher pulasse da cama.

Ludmilla: Vamos para o hospital imediatamente!

Enquanto trocavam de roupa, Brunna ligou para a Mia pedindo para ela ir até sua casa e pegar os filhos, já que não poderia levá-los junto.

Léo: Tá tudo bem, mamãe? - Eles estavam no andar de baixo apenas esperando a Mia.

Brunna: Tá sim, filho - Pressionou os dentes para inibir o grito que veio junto com a contração.

Léo: Tem certeza? - Ela assentiu com a cabeça.

Brunna: Cadê a minha mãe que não chega logo? - Sussurrou para a esposa com uma expressão de dor.

Ludmilla: Aguenta firme, amor - Ela ficou surpresa com a tranquilidade que ela estava.

Mia e Jorge chegaram na casa.

Mia: Vão logo, depois que avisarmos a todos, vamos lá para o hospital - Avisou dando um beijo em seu rosto.

Brunna: Vamos logo, Ludmilla! - Pressionou a barriga ao sentir outra contração.

Elas foram imediatamente para o hospital e a obstetra as atendeu na mesma hora.

Médica: À dilatação tá pequena ainda, precisamos esperar mais um tempinho - A médica informou após checar a dilatação.

Brunna: Vai demorar muito? - Respirava fundo para ver se parava de doer um pouco.

Médica: Vamos torcer que não - Sorriu para a mulher - Segure a mão dela, isso da segurança - Disse para a Ludmilla e ela fez.

No momento da contração ela apertou sua mão tão forte, que ela sentiu seus olhos lacrimejando.

Ludmilla: Calma, amor, vai dar tudo certo - A cariciou o cabelo dela com a mão livre.

Médica: Converse com ela para distraí-la das dores. Dentro de minutos eu volto para checar a dilatação novamente - A média informou e saiu do quarto.

Brunna: Eu não sei se vou conseguir - Inspirou profundamente e deu um grito contido ao sentir a contração.

Ludmilla: É lógico que você vai - Por mais que seus dedos já estivessem dormentes, ela nunca deixaria de dar o apoio para ela - Na vez do Léo e da Nina, você falou a mesma coisa, e agora eles tão aí.

Brunna: Meu corpo não é o mesmo daquela época - Fechou os olhos com força.

Ludmilla: Seu corpo é ainda mais forte - Beijou a testa dela - Você já teve dois filhos, já sofreu um grande acidente... acho que você consegue lidar com mais um parto, né?

Brunna: Eu espero que sim - Pôs a mão na barriga - Isso dói demais!

Ludmilla: Se eu pudesse transferiria toda essa sua dor para mim - A olhava com compaixão.

Brunna: Mas não pode - Gritou com a contração - Você acha que Benjamin vai ser um bom nome para o nosso bebê?

Ludmilla: Eu tenho certeza que sim - Sorriu - Você vai ver que ele vai ter cara de Benjamin.

Brunna: Ninguém tem cara de nome - A expressão de dor seguia em seu rosto - A gente só se acostuma.

Ludmilla: Eu não consigo te imaginar com outro nome.

Brunna: Carolina.

Ludmilla: Você é uma exceção - A fala fez a esposa dar uma pequena risada.

Brunna: Não me faz rir, sua filha da mãe! Parece que o bebê vai sair a qualquer momento - Pôs a mão na barriga - Você viu os outros partos?

Ludmilla: É lógico que sim, meu amor - Entrelaçou os dedos aos dela, talvez a dor na hora da apertada não fosse tanta - Eu fui o primeiro a segurar a Nina inclusive.

Brunna: Por que não fui eu? - Questionou.

Ludmilla: Você tava exausta. O parto levou bastante tempo - Revelou - Mas eu fiquei o tempo todo do seu lado. Hoje não vai ser diferente.

Brunna: Você confia nessa obstetra?

Ludmilla: Totalmente. Foi ela quem fez o parto da Nina e do Léo - Ela apertou sua mão novamente devido a contração - Fique tranquila!

A médica foi lá mais algumas vezes checar a dilatação, até que chegou a hora em que a Brunna estava pronta.

Médica: Podem preparar a sala, já tá quase na hora - Ela falou para a equipe de enfermeiros.

Brunna: Eu não sei se to preparada - Olhou assustada para Ludmilla.

Ludmilla: Vai dar tudo certo, meu bem - Beijou a testa dela - Relaxa, vai ficar tudo bem com você e com o nosso filhinho.

Quando tudo já estava pronto, eles a levaram até a sala. Posicionaram ela na maca e então todos foram para suas posições.

Médica: Quando vier a próxima contração, você empurra com força, ok? - A obstetra falou para a mulher e ela assentiu com a cabeça.

Sua respiração estava acelerada. Quando sentiu a contração, fez força apertando a mão da esposa e soltando um grito de dor.

Médica: Muito bem, continue assim - A incentivou.

Ela fez isso mais algumas vezes, até que parou.

Médica: Brunna, você tem que continuar. Eu já posso ver a cabeça do seu bebê. Vamos,

A Mulher estava com o olhar direcionado a esposa, mas não era o olhar de sempre. Ela tinha os olhos opacos e distantes. Parecia que estava em outro mundo.

Ludmilla: Amor, Você consegue, nosso bebê já tá vindo - Ela estava assustada com o que podia acontecer.

Brunna: Eu... - Falou com a voz fraca, mas não conseguiu continuar.

Ludmilla: Brunna, você precisa ser forte. - Ela deu um mínimo sorriso para a esposa e então desmaiou. - O que tá acontecendo? - Perguntou assustada.

Médica: Não temos tempo! Preparem tudo para a cesariana! - A obstetra gritou para a equipe - A senhora autoriza a cesariana?

Ludmilla: Claro - Estava em choque com o que acontecera.

O coração de sua esposa havia acelerado e em questão de segundos ela desmaiou. Parecia um pesadelo.

Ludmilla: Tá tudo bem com ela?

Médica: Espero que sim - Disse.

Tudo já estava preparado e então se iniciou a cesariana. Um tempo depois, enquanto observava a esposa com lágrimas nos olhos, preocupada com seu estado, a Morena pôde ouvir o fino choro ecoando por toda a sala. Seu terceiro filho já estava no mundo.

Quase Tudo Perdido...Onde histórias criam vida. Descubra agora