4

28.9K 2.5K 383
                                    

DRACO

novamente, movido pelas palavras do meu irmão, acabei tomando a atitude de adquirir uma escrava.
sinceramente, nunca quis uma.

"precisa mostrar que apoia eles, os humanos mataram muitos vampiros, inclusive nossos pais. não pode deixar que vivam em paz, eles devem sentir a culpa, você deveria ser o primeiro a ter uma escrava."

bufei sem paciência, saindo do cômodo e indo para o meu carro.
pedi para o motorista me levar até o leilão de escravos que aconteceria em minutos na cidade.

cheguei até lá desanimado, iria escolher a que parecesse me dar menos trabalho e levá-la comigo.
mas mal pude acreditar quando meus olhos se focaram na garota que havia no meio do palco, ofuscando todas as outras.

sim, eu a reconheci de imediato.
era a mesma garotinha que estava presente no dia em que meus pais foram assassinados.
a mesma garota que me fez sentir ódio e empatia ao mesmo tempo, por seus pais terem matado os meus e por seus gritos de desespero enquanto eles cometiam tal ato.

não pude tirar meus olhos dela, era como se algo me puxasse até ela.
queria levá-la embora comigo de imediato, não conseguia pensar na hipótese de escolher outra garota ou deixar com que outro vampiro a escolhesse.

mas precisava de uma desculpa.
não iria assumir todo esse sentimento estranho para ela, apenas disse que ela deveria pagar pelos erros dos seus pais.

estava tudo indo bem.
a garota estava no banho enquanto eu esperava meu irmão chegar, ele disse que me faria uma visita rápida.

mas novamente suas palavras se infiltraram na minha mente, ele era o meu único parente vivo, portanto eu sempre acabava escutando o que ele tinha a dizer.

estava feliz por saber que minha escrava era a filha daqueles que assassinaram nossos pais, dizia que agora eu podia vinga-los.

mas seus olhos se escureceram e pude perceber que ele olhava para as escadas.
quando direcionei meu olhar até lá, pude ver que era a garota, mandei ela subir novamente para o quarto.

assim que ela o fez, ele começou a falar de forma ríspida.
não entendia porque ela estava sem hematomas, parecia saudável, estava de banho tomado e até me perguntou porque ainda estava com todos os seus membros.

"é assim que você vinga nossos pais?
não tenho o poder que você tem, pois se eu tivesse já teria deixado eles orgulhosos."

foram suas últimas palavras antes de se virar e ir embora.

fiquei irritado, esse pirralho me tirava do sério.

mas suas palavras ecoaram pela a minha mente, me fazendo pensar que aquilo realmente era verdade, tratava a garota bem demais para uma escrava, eu estava sendo idiota.

quando tirei o ferro quente da lareira uma parte sádica de mim ardia em desejo, mas minha parte racional me fazia querer segurar essa coisinha em meus braços vendo seus olhos lacrimejarem em desespero.
tentei me concentrar quando arranquei sua roupa, pois seu corpo era divino e me deixava desnorteado.

assim como o seu sangue era incrível e me fazia querer afundar cada vez mais minhas presas nela.
tudo nessa garota era perfeito.

eu não gostava dos sentimentos que ela me trazia, ficava com raiva por sentir tantas coisas por uma humana desprezível.

depois disso fui para a cozinha me acalmar, sentir sua pele em contato com a minha me deixava eufórico, com vontade de toca-la cada vez mais.

fui até a janela e fiquei um tempo ali respirando e tentando manter o controle.
quando fui para o meu quarto, senti algo estranho.
como um aperto no peito.

não gostava de ver ela assim, encolhida e no chão.
andei alguns passos para frente, como se meu corpo não me obedecesse, mas me repreendi.
não, ela dormiria ali, era apenas uma escrava, não tenho com o que me importar.

com esse pensamento deitei na minha cama, virando automaticamente para o lado em que estava a garota, fiquei assim por um bom tempo, apenas observando ela dormir.

A escrava do vampiro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora