COLIN
Era dia do primeiro jogo de quadribol da temporada e o campeonato já começava com um clássico: Grifinória contra Sonserina. A rivalidade histórica entre as duas casas seguia firme e um mar de verde e vermelho ocupava as arquibancadas para torcer.
Sonserina havia ganhado a Taça de Quadribol no ano anterior e estava confiante em uma vitória na estreia. O time da Grifinória também estava determinado a vencer, então o jogo seria emocionante.
Colin seguia para o campo ao lado das irmãs Daphne e Eloise (Francesca decidira ficar na sala comunal e terminar seus deveres). Penelope completava o grupo, mesmo sendo da Lufa-Lufa, e estava até com um cachecol da Grifinória, emprestado pelo próprio Colin.
Pen não era particularmente fã de quadribol, mas assistia a cada jogo para ter a oportunidade de ficar ao lado dele. Aprendera as regras, informações sobre o esporte em geral e outras coisas para ter o que comentar durante as partidas.
- Todos os sonserinos ainda estão insuportáveis pelo campeonato do ano passado. – Colin revirou os olhos quando um grupo de verde particularmente animado passou por eles.
- Eles ganharam a taça, têm o direito de celebrar. – Rebateu Daphne. – Você só está implicando porque é a Sonserina.
- Tenho culpa se todos os sonserinos são insuportáveis?
- Tem muitos grifinórios insuportáveis também, sabia? Você é um deles, Colin.
Ele fechou a cara para a irmã.
- Por que toda essa defesa da Sonserina, Daph? – Perguntou Eloise que até então só observava o diálogo.
- Só acho ridícula essa implicância entre as duas casas. Tanto nós quanto eles.
- Acho besteira também. – Concordou Penelope.
- Até você, Pen? – Colin olhou para a amiga em choque. – Não deixe a Daphne te influenciar. Venha para o lado onde odiamos a Sonserina.
- Tudo isso é dor de cotovelo, Bridgerton? – Uma voz grave soou atrás do grupo e Simon, aluno da Sonserina e amigo de Anthony, alcançou-os.
- Ah, cala a boca, Basset.
- Colin! – Daphne brigou com o irmão. – E você também, Simon. Sem arrumar confusão.
- Só fiz uma pergunta. – Ele deu de ombros. – Seu irmão que me mandou calar a boca.
- E você bem que podia obedecer. – Devolveu ela. – Vai lá com a sua turma, vai.
Simon deu uma risada debochada e curvou-se diante de Daphne, como se fazendo uma reverência.
- Pois não, madame. Seu desejo é uma ordem.
Ela bufou e apressou o passo em direção às arquibancadas. Colin, Eloise e Penelope correram para alcança-la enquanto tentavam entender a intriga entre aqueles dois.
- Está reconsiderando minha percepção de que sonserinos são insuportáveis? – Perguntou Colin com um sorriso vitorioso.
- Não. Aquele sonserino é insuportável, mas não significa que todos sejam.
Os três trocaram olhares e Daphne revirou os olhos. Ninguém falou mais nada até estarem devidamente acomodados nas arquibancadas, com Colin e Penelope sentando à frente e Eloise atrás com Daphne.
- Quem você acha que ganha, Pen? Honestamente. – Perguntou ele.
- Aposto na Grifinória.
- Mesmo com a Sonserina tão confiante? Por mais que eu odeie admitir, cá entre nós eles têm um ótimo time.
- Mas eles estão confiantes demais e esse pode ser o erro deles. Vão considerar a vitória como certa, descuidar e acabar perdendo o jogo. – Completou Penelope orgulhosa de sua análise.
- É um bom ponto. Acho que concordo. – Colin enfiou a mão no bolso das vestes e tirou uma caixinha colorida. – Trouxe feijõezinhos de todos os sabores. Quer um?
- Não, obrigada. Sempre dou azar e pego algum ruim.
- Eu escolho pra você, então. Fecha os olhos.
Penelope encarou Colin por um momento, mas ele apenas fez sinal para que ela confiasse nele. Claro que confiava.
- Abre a boca.
Ela obedeceu e sentiu os dedos suaves dele colocarem um feijãozinho em seus lábios. Pen esperou sentir algum gosto terrível, mas o saber de cerveja amanteigada tomou conta de sua boca.
- E então? – Perguntou Colin quando ela abriu os olhos.
- Cerveja amanteigada. Muito bom. – Penelope abriu um sorriso. – A partir de hoje só como feijõezinhos se você escolher pra mim.
- Combinado.
O apito inicial soou e a partida teve início.
*****
Na manhã seguinte, após a vitória épica da Grifinória sobre a Sonserina, confirmando a previsão de Penelope, a mesa da casa estava animada. Os alunos exibiam as cores com orgulho, para completo desgosto dos sonserinos do outro lado do salão.
Os Bridgertons tomavam café da manhã e Colin estava absorto na leitura de uma matéria do Profeta Diário sobre uma batida de aurores da qual Anthony fizera parte na noite anterior. Tudo correra bem, segundo o jornal, para alívio de todos.
- Colin. – Eloise o chamou no meio de uma risada e apontou para o alto.
Uma coruja solitária voava na direção dele com um envelope muito familiar. O estômago de Colin revirou quando o novo bilhete de sua admiradora caiu em sua frente e todos os olhares do Salão Principal recaíram sobre ele.
Não daria o gosto àqueles curiosos. Pegou o envelope, enfiou-o no bolso e se levantou.
- Não vai ler? – Perguntou El.
- Não aqui. – Ele pegou duas torradas e saiu caminhando a passos rápidos.
Ao chegar na segurança de sua cama, no dormitório masculino da torre da Grifinória, ele abriu o envelope quase com receio.
Querido Colin,
Foi um jogo e tanto ontem, não? Notei sua animação a cada ponto conquistado pela Grifinória e me alegrei com a sua felicidade diante da vitória. Mesmo no meio da multidão, você se destaca.
Com amor,
Sua admiradora secreta
Colin bufou de frustração. Aquela admiradora escrevia palavras tão bonitas e parecia vê-lo por quem ele realmente era, não como só "mais um Bridgerton". Por que não se revelava e permitia que ele a conhecesse? Assim os dois poderiam ter uma chance.
Ele se jogou na cama e deixou seu pensamento vagar.
*****
Desculpa pelo sumiço, gente. Tive muito trabalho e também tive que dar uma atenção pra minha saúde. Mas espero que gostem desse capítulo e já aviso que no próximo teremos a nossa *querida* Cressida dando o ar da graça (contém ironia).
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A Espiada de Colin Bridgerton - Bridgertons em Hogwarts Ano 3
RomanceFoi aqui que pediram o ano do Colin? Em seu último ano de Hogwarts, Colin começa a receber bilhetes misteriosos de uma admiradora secreta. Quem seria ela? E será que Colin olharia para ela com outros olhos que não o olhar inocente de um amigo?