A Espiada de Colin Bridgerton - Bridgertons em Hogwarts Ano 3

Cressida Cowper

PEN

Penelope tinha a manhã livre e havia decidido passar seu tempo na biblioteca de Hogwarts, adiantando alguns deveres e aproveitando o silêncio e paz que o ambiente lhe trazia (e a distância de outras pessoas). Tinha bons amigos dentro de sua casa e tinha os Bridgertons, mas se acabasse na mira de alguém da Sonserina, aquilo arruinaria seu dia.

Ela não era tão confiante de si para receber os comentários maldosos e não se deixar afetar.

Pelo menos na biblioteca ela não era incomodada já que era raro encontrar sonserinos ali (e a bibliotecária tinha olhos de fênix para conversinhas desnecessárias). Era seu lugar seguro em Hogwarts.

- Aí está você, Pen! – Colin surgiu por entre as prateleiras e sentou ao lado ela com um sorriso.

- Colin, o que tá fazendo aqui?

- Te procurando, ué. Falei com tanta gente até te achar. – Ele riu. – Devia ter imaginado que você estaria aqui.

- E por que você estava me procurando?

- Eu preciso de ajuda com uma redação... – Ele admitiu um pouco envergonhado. – E como você ofereceu ajuda quando eu precisasse, pensei que poderia me auxiliar. Não conheço ninguém em Hogwarts que escreve melhor do que você.

Pen sentiu o próprio rosto corar levemente. Não estava acostumada a ganhar elogios de Colin e não conseguiu evitar as batidas mais fortes de seu coração.

Ela também sabia que o elogio era sincero. Ele sempre era honesto e aquele comentário era frequente para ela vindo de várias pessoas. Era mesmo uma ótima escritora, tirando notas altas em suas redações sobre várias matérias, e muitos colegas apostavam que ela seria repórter e trabalharia para o Profeta Diário.

Não tinha certeza sobre essa opção de carreira. Por um lado, adoraria viver escrevendo e compartilhando suas opiniões em assuntos importantes para a comunidade bruxa, mas não teria essa liberdade em uma publicação tão sensacionalista como o Profeta.

- Pen? – A voz de Colin a despertou de seus devaneios.

- Ah, desculpe. Claro que eu te ajudo. Sobre o que você precisa escrever?

- É uma redação sobre a batalha de Hogwarts pra História da Magia.

- Engraçado que um acontecimento tão recente já esteja nas aulas, né? – Ela sorriu. – Afinal o Harry derrotou o Voldemort aqui faz só uns 20 anos.

- 23 anos pra ser exato. O Alvo tá no mesmo ano que você. Acho que talvez ele seja o único sonserino que eu consigo tolerar.

- Ele é legal. – Pen rebateu. – E é meio surreal você estudar a batalha que o pai dele esteve envolvido. Pensa quando ele chegar no último ano e tiver que escrever essa redação...

- Hey, ele vai ter informações direto da fonte, afinal ele é um Potter. – Colin riu.

- Você podia pedir pro Anthony te ajudar e teria informações direto da fonte também. Ele não trabalha com o Harry no ministério?

- Primeiro, o Anthony já se acha insuportavelmente incrível sem que eu potencialize isso pedindo ajuda dele e dos contatos dele no ministério. E segundo, ele não escreve como você.

Penelope abriu um largo sorriso. Como poderia negar qualquer coisa para Colin?

- Certo. Deixe-me ver o que você já fez.

- Escrevi muito pouco e provavelmente tá muito ruim.

- Tenho certeza que não está tão ruim assim. – Devolveu ela correndo os olhos pelos poucos parágrafos que ele escrevera.

Colin aguardou pacientemente enquanto tamborilava os dedos no tampo da mesa. Os olhos de Pen corriam pelas palavras e constatavam que o amigo não tinha exagerado: estava mesmo bem ruim.

- Não está com uma estrutura ideal... – Começou ela.

- Está horrível, Pen. Pode falar.

- Não horrível, só precisa de um pouco de atenção.

Os dois deram risada.

- Pega os livros da matéria e a gente começa.

- Obrigado, Pen.

COLIN

Ele nem vira o tempo passar enquanto trabalhava ao lado de Pen. Aquele era o máximo de tempo que passara sozinho com ela, já que Eloise estava sempre por perto, e percebeu que gostava muito da companhia dela.

Escrever aquela redação estava sendo uma tarefa divertida e prazerosa ao invés de torturante e era graças a Penelope.

- Ora, ora, quem eu vejo por aqui. – Cressida Cowper surgiu de trás de uma estante parando diante de Colin com um sorriso afetado.

- Oi, Cressida. – Ele retribuiu com um meio sorriso apenas para ser educado.

- É raro te ver na biblioteca, Colin. Ainda mais em certas companhias... – A sonserina desviou o olhar malicioso para Penelope.

- Poderia dizer o mesmo de você, Cressida. – Devolveu Pen tentando parecer confiante.

- Eu não estava falando com você, querida.

- O que você quer? – Colin interferiu.

Não gostava nem um pouco de Cressida ou do jeito como ela tratava pessoas que considerava inferior a ela.

- Sabe, eu posso te ajudar com as suas tarefas, Colin. Meus conhecimentos estão mais a sua altura. – Ela piscou para ele.

- Os seus conhecimentos podem até estar a minha altura, mas não a altura da Pen. Até porque ela é bem mais inteligente do que eu. Agora se nos der licença, ela está sendo gentil em me ajudar e gostaria de voltar a me concentrar nisso.

Cressida o observa por alguns segundos sem reação, como se petrificada. Por fim, ela bufa e sai a passos rápidos da biblioteca.

- Não precisava se indispor com ela por minha causa. – Comentou Penelope.

- Meu motivo pra me indispor com ela é que ela é insuportável. E ela não deveria falar daquela forma sobre você, Pen. Você é muito mais inteligente do que todos os Bridgertons somados.

- Que exagero.

- É o que eu penso. – Colin deu de ombros com um sorriso sincero. – Sabe, Daphne acha que a Cressida pode ser a minha admiradora secreta, aquela que tá mandando bilhetinhos.

- Duvido muito. – Ela respondeu enquanto voltava a escrever.

- Ela claramente adora chamar minha atenção. – Argumentou ele.

- É, mas ela não me parece capaz de escrever bilhetes tão poéticos e bem escritos. – Penelope riu. – E se fosse mesmo Cressida, ela ia querer os créditos, não ia ficar de mistério por muito tempo.

- Você tem razão, como sempre. Ela ia querer aparecer e se revelar. Mas essa história tem me intrigado.

- Acho que intrigaria qualquer um. – Ela nem levantou os olhos do livro que estava analisando.

Colin calou-se e observou Penelope com atenção. Uma mecha de seu cabelo estava caída sobre seu rosto, mas ela não parecia se importar enquanto lia atentamente um parágrafo.

Ele sentiu o ímpeto de estender os dedos e colocar aquela mecha rebelde atrás da orelha dela, deixando as pontas de seus dedos sentirem a pele dela. Como seria a sensação?

Ele sacudiu a cabeça. Nunca havia tido pensamentos como aquele em relação a Penelope. Ela era melhor amiga de sua irmã e Colin a conhecia desde pequena. Não podia pensar nela daquela maneira. Devia ser a proximidade e o fato dela fazê-lo rir. Estava confundindo as coisas.