Era uma vez na Romênia

Capítulo 35

2º post de hoje, meu povo!!!!

POV EMMA

Hoje é um daqueles dias que eu a queria aqui, é um daqueles dias que o coração aperta de saudade, carência. Me encolhi deitada no sofá, enquanto tentava prestar atenção em um filme que eu havia escolhido, com a Jennifer Aniston, mas o esforço era totalmente em vão.

Naomi veio falar comigo assim que eu cheguei das gravações, querendo me convencer a ir para a Sticker, uma balada que tem no centro da cidade e que a galera falava em ir desde o ano passado, e que essa noite iria promover uma festa com um DJ que Naomi parecia conhecer e agitou todo mundo a ir, menos eu.

- Tem certeza, Emma? – Ela falou parada na minha porta.

- Tenho, Naomi. Vou colocar um pijama quentinho e assistir um filme – tentei sorrir.

- Hoje tá sendo um daqueles dias chatinhos né? Aquele dia que a saudade dela bate.

- É – confirmei e dei de ombros – e eu estou sabendo que ela vai, então... acho melhor eu ficar em casa.

Naomi olhou para mim e esfregou meu braço.

- Eu queria que vocês se acertassem.

- Sinceramente, Naomi, eu já desisti, acho que cada dia que passa a gente se distancia mais e vai chegar uma hora que essa distância vai ser grande demais.

- Akai ito – ela falou para mim e sorriu, um sorriso genuíno.

- O que?

- Quando eu era pequenininha, lá em Londres, quando ia para a casa da minha avó, eu amava ajuda-la a fazer mochi, o docinho japonês, sabe? – Confirmei com a cabeça, prestando atenção em sua história – Ela fazia para a gente comer no chá da tarde, e enquanto a gente fazia, ela me contava algumas lendas japonesas, chinesas, asiáticas no geral. A minha preferida era a Akai ito.

- E o que seria?

- Todos nós estamos ligados a uma pessoa – ela pegou minha mão e segurou entre as dela – quando a gente nasce, os deuses amarram um linha vermelha no seu dedo mínimo – ela tocou no meu dedo mindinho e eu olhei para sua mão, as unhas compridas e pontudas estavam pintadas de preto – e a outra ponta eles amarram no dedo mínimo da sua alma gêmea, essa linha ela é indestrutível, não importa a distância, o quanto embole no meio do caminho, ou que alguém tente cortar, ela não se rompe – ela beijou minha mão e a apertou – até um dia essa linha vai começar a encurtar, encurtar, encurtar... até que essas duas pessoas se encontrem – Ela olhou nos meus olhos e sorri um pouco tímida – o seu Akai ito... o seu fio vermelho está ligado a Jenna, ele só está um pouquinho embolado.

Olhei para TV enquanto Jennifer Aniston julgava meninas em um concurso de beleza, lembrando da minha conversa com Naomi mais cedo. Toquei no meu dedo mínimo, respirando fundo.

- Um pouquinho embolado? – Ri sem humor.

O meu celular soou alto ao meu lado no sofá. Peguei o aparelho e vi o nome da Jessie na tela. Sim, ainda nos falamos, não com frequência e coisas bem superficiais, vira e mexe ela manda mensagem eu respondo alguma coisa e pronto.

- Alô? – Atendi, mesmo ela nunca tendo me ligado.

- Olá sumida, nunca mais apareceu no café.

- É – ri – as gravações estão um pouco corridas.

- Hum... então, quais os planos para esse sábado a noite?

- Bom... terminar um filme e dormir.

- Nossa, não sabia que tinha ligado para a minha avó – ela falou rindo e eu balancei a cabeça negativamente – eu estou indo para uma festa com uns amigos meus, um DJ que a gente curte vai tocar em uma balada, anima de ir?