|16| Prevaleça sua desconfiança

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Prevaleça sua desconfiança.

Na Escócia era comum crenças a entidades divinas, como as fadas dos bosques que cuidavam de crianças pequenas e esquecidas por seus pais no meio da floresta, ou no sacrifício de um rebanho de cabras para trazer a fortuna à família em meio a pobreza. Contudo, são apenas histórias de moradores em busca de resolver seus problemas da forma mais simples possível.

Entretanto, a cura é algo a ser admirado, o talento de curandeiros para salvar vidas de certo, é reconhecido tanto por Alfas com cargos elevados como bispos. Porém, assim como pessoas dispostas a salvar vidas, existem aqueles que têm a maldade no peito para tirá-la.

E este, o chamam de feiticeiros.

Pouco se sabe sobre a existência deles, são conhecidos por suas habilidades e conhecimentos macabros com a terra, e sabem, exatamente, cada poção, desde do amor – para fazer alguém se apaixonar – a destruição de uma pessoa.

Jimin teve que aprender a cuidar de suas próprias feridas, não importava a riqueza que o rodeava, as roupas que usava e o conforto em que apenas dormia. Eles tinham um curandeiro, pelo menos era o que Jimin achava já que todas as manhãs, um homem vinha em seus aposentos e o fazia tomar chás verdes, algo que ele nunca soube do que se tratava e aceitava para evitar a presença do marido. Acreditou por um tempo que era para curar seus machucados, seu esposo talvez tivesse se arrependido de tê-los feito e gostaria de cuidar para que ficasse bem.

Mas Jimin descartou tal possibilidade com os efeitos da eva em seu corpo, que não ajudava em sua melhora, pelo contrário; parecia que o adoecia cada vez mais, corroendo-o por dentro. E as dores de cabeças, essas eram a pior parte do efeito do chá. Fazia-o ficar tonto, muitas vezes vomitar em agonia por tamanha dor.

Felizmente, desde a chegada no clã Jeon não precisou mais ingerir o gosto amargo em seus lábios e isso fez também com que as dores fossem embora, finalmente o deixando em paz.

Só que naquele momento, um zumbido ainda se mantinha em sua mente e sussurrava como cigarras e vaga-lumes o atormentando, como se quisesse dizer algo, ao mesmo tempo para que ele descobrisse o que seria.

Jimin sentiu o quarto quente, as cobertas em seu corpo e viu Haniel ao seu lado, alguns panos enrolados em volta da cabeça de sua criança. Se levantou com cuidado para não o despertar.

Os sons começaram a se acalmar.

A porta da varanda fazia um pequeno movimento e caminhou até ela, encontrando Jungkook em pé sobre o parapeito agarrado a uma garrafa de vinho. Ele vestia seu armamento e tinha os lumes distantes, muito além das Muralhas que os protegiam.

Talvez não tenha notado sua chegada, mas dissipou tal pensamento pois o viu tomar fôlego como se estivesse se entorpecendo de algum veneno vicioso.

Se fosse dias atrás, teria entrado em pânico por ver um grande homem na escuridão da lua. Mas agora, bem, Jimin estava atrás dele, tão perto que podia ver com deslumbre cada alcance de sua respiração e cada curso de seus ombros a se mover. Se encostou ao parapeito e sentiu o vento frio da Escócia o domar, além dos olhos negros de Jungkook que o cercaram ao tê-lo ao seu lado.

— Como se sente? — A pergunta de Jungkook tinha certa urgência em descobrir uma resposta, mesmo que estivesse calma, soando mansa.

Jimin apertou os dedos dos pés notando só então está descalço e provavelmente, descabelado. Fechou os olhos, constrangido.

Céus, estava tão ansioso para chegar perto do Alfa que se esqueceu até de sua aparência. Não que fosse grande coisa, porém gostaria de sempre encontrar-se o mais apresentável possível.

Refúgio de Ômegas •Jjk+Pjm•Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt