Recomeço

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— Alguém se voluntaria a explicar o que está acontecendo? — Lua encarava a todos naquela sala, estava confusa e sequer baixava a guarda.

— Acabou de acordar de um coma profundo. — Sol explicou. — É normal que se sinta confusa. Vai achar estranho, mas esse não é o laboratório de Beelzebub.

— Coma? Tem razão, é estranho. Parece que eu... Hm... — Ela sentiu uma pontada de dor de cabeça. — Colocou aqueles bichinhos em mim não, né?

— Eu faria isso? — O Sacerdote da Gula brincou.

— Se ele fizesse estava morto. — Poseidon respondeu.

— Nem você consegue me matar, Tirano dos Oceanos. — O moreno rebateu.

— Quer pagar pra ver? Não queira isso. — O loiro o encarou com um olhar sério. — Muito bem. – Voltou sua atenção para Lua, impaciente. — Está no meu Palácio, faça as perguntas que tiver de fazer e se estiver no meu alcance, elas serão respondidas.

— Onde estão meus pais humanos?

O silêncio brotou, as enfermeiras encaravam uma as outras pra saber como iriam contar aquilo, Beelzebub assentiu com a cabeça para o Celestial do Dia, achando justo que ele deveria contar tudo.

— Primeiro, me responda uma coisa... — O Serafim loiro pediu. — O quanto se lembra antes da sua queda?

— Tantas coisas aconteceram naquela batalha que ainda estou demorando pra processar... — Lua respondeu. — Mas, eu acordo e te vejo do lado dele. — Balançou a cabeça, se referindo a Poseidon. — Por quê?

— Tome muito cuidado com as palavras, ou pode acabar voltando pro inferno mais cedo que pensa...

— Qual é a sua, Sushi? — A ex Divindade perguntou com uma sobrancelha levantada. — Me mata e depois me traz de volta... — Tentava entender. — Está com medo de não ter feito o trabalho direito? Não me surpreende, sempre foi inseguro...

Poseidon arregalou os olhos ao ouvir aquilo. Impulsivamente avançou contra Lua tentando acertar com o tridente, mas ela conseguiu bloquear por sorte com sua magia que se quebrou no ar.

— Suas brincadeiras já passaram dos limites. — O loiro apertava o cabo do tridente, armado em guarda como se estivesse se preparando pra lutar.

— Eu tenho cara de quem está brincando? — Os olhos azuis dela brilhavam intensamente...

— Não é hora pra isso. — A Divindade do Dia se colocou na frente dos dois. — Lua. — Respirou fundo, buscando as palavras certas. Tocando o ombro da gêmea. — Sete anos se passaram... Você ficou sete anos em coma.

— Me leva pra Terra agora. — A gêmea pediu, de olhos arregalados. — Eu preciso ver meus pais...

— Chama aqueles humanos de pais?

— Já que está com muita vontade de responder, muito bem. — Lua levou as mãos à cintura. – Sua esposa sabe que tentou ressuscitar outra mulher? Já sei, trocou a Anfitrite por outra... Quem dessa vez levou na sua conversa e galanteios? Deméter? — O rodeava enquanto o interrogava com ironia. — Ou talvez, Medusa?

— Meu casamento não é da sua conta. — O Tirano dos Oceanos rebateu. — Estamos bem o suficiente e não preciso de alguém como você mencionando sobre ele.

— Tudo bem, então para de se meter no que não lhe interessa, que eu farei o mesmo — A de cabelos brancos o encarou. — Só não espere agradecimento, porque se eu tenho que agradecer a alguém aqui é o Sol. — Respondeu. — Suas orações me ajudaram a lutar contra o Cérberus, e é claro ao Beel. — Fez uma reverência ao Senhor das Moscas que apenas achava graça da situação, segurou a mão do gêmeo loiro, saindo de lá com ele.

Entre o Mar e a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora