Filtro dos Sonhos - Parte Dois

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É como dizem, cada um com seus problemas e não somente o Deus dos Sete Mares, mas como também Morfeus. Tinha conseguido uma carona com um casal que iria para a cidade de Nix passar o Natal, a catedral da cidade era o ponto turistico do lugar além dos pequenos chalés. Fingia interesse no assunto, mas sua mente viajava nas lembranças das broncas e exigências feitas por Éris, o que já era irritante não poder se locomover por portais.

Além disso, também vinha o orgulho. A Deusa da Discórdia gostava de brincar com suas vítimas e isso seria um bom jogo de pega pega, porém, a raiva falava mais alto quando os celestiais se envolveram e salvaram sua "vítima".A antiga rivalidade fala mais alto, os Oniros como eram chamados os filhos de Nix, eram orgulhosos pela linhagem poderosa do primordial Caos, mas não quer dizer que ele fosse o único ser com tamanho poder e isso os enfurecia.

Metatron, como especulam ser o anjo mais próximo de Deus, também criou de sua linhagem Os Serafins. Tamanha ofensa criar seres que logo representam o dia e a noite, principalmente a noite por ser algo de extremo mau gosto, dizer que há mais de um primordial representando a noite, é rebaixar Nix.

Isso é o que acham os Oniris, ninguém nunca sequer mencionou algo assim.

— Isso é um problema grande. — Moros falou.

Os filhos de Nix estavam reunidos no salão do Palácio de Nêmesis.

— O Tanatos falou pra não remexer mais nessa merda. — Momo, o Deus do Sarcasmo disse, indignado. — Poseidon já era perigoso sozinho, agora a Lua consegue invadir sonhos?

— Sempre pode. — Éris suspirou. — Nesse tempo que passou, parece que se fortaleceu. Que merda, a gente estava com Poseidon em nossas mãos, se não fosse aquele maldito cervo.

— E agora, porra?

— Que medo é esse? Ela só tem duas fases da Lua. — Nêmesis estava entediada. — Vamos montar uma estratégia, até lá, fiquem alertas em sonhos e no mundo real.

— Porque não a matamos?

— É muito idiota... — Lissa, a Deusa da Fúria reclamou. — Ela tem a proteção física de Poseidon, e o próprio tem a proteção mental de Lua. Os dois se completam e se protegem, se alguém for burro de ir tentar vão, e vejam o que irão conseguir além de morrerem.

— Lissa tocou o ponto certo. — Nêmesis falou. — O idiota tentou invadir os sonhos de Poseidon. Agora, Hespérides, Hipnos e Filotes se juntaram ao outro lado junto com Tanatos. E nem me falem do Geras, esse não toma uma posição nem se o mundo estiver desabando.

— Traidores, miseráveis. — Oizus, o Deus da Miséria murmurou.

— Tem mais dois cervos por aí. — Éris falou. — Se acharmos eles primeiro temos a vantagem.

— Sim, idiota. – Ápate revirou os olhos. — Mas o poder é fiel a Lua, pra nós é inútil...

— Você não entendeu, o poder destruído não vai servir pra nada. — Éris respondeu. — Aí teremos uma vantagem.

— Façam o que quiserem. — Morfeu saía de lá cansado daquela conversa.

— Esse imbecil vai fazer besteira. — Oizus suspirou.

O Deus dos Sonhos caminhava com as mãos nos bolsos com a expressão fechada, os sonhos eram seu território e de maneira alguma aceitaria esse tipo de insolência, ainda mais por alguém que considerava inferior. Atravessando um portal com o destino ao Submundo, especificamente o Palácio dos Pesadelos, encarando por um breve momento a arquitetura de marfim quebrado e as estátuas sobre o jardim seco, a energia pesada era alucinante, pois Morfeu tinha a impressão de ouvir gritos, choros e lamentos cada vez que se aproximava do lugar até adentrá-lo.

Entre o Mar e a NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora