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Chegando ao horário, deu seu jeito de ir sem ser visto. Na verdade, foi ao local trinta minutos antes do combinado.
A oficina fica logo ao lado do jardim botânico, então era melhor ir antes para não deixar alguém o ver.
Pelo jeito, o cara já estava lá.

- Você veio adiantado é? Interessante.

Apesar de combinarem de ir para o fundo, por ser antes da hora marcada, o garoto parecia estar aproveitando seu tempo naquele local.
Não demorou muito para chamá-lo para ir nos fundos, onde praticamente é um armazém de frascos químicos e ao contrário do outro lado, não tem janelas.
É um lugar perfeito para evitar que alguém use magia, se não for um completo imbécil.

- Vamos fazer um acordo, está bem? - Assim, começa a negociação.

- Se o resultado for você deletar essa foto, eu vou estar de acordo. - Respondeu Reverie, inseguro, sim, mas não gaguejou. É claro que esse é o seu objetivo.

- Tudo bem... - Levantou as mãos, mas ainda sorrindo com confiança. - Apenas se você confirmar que foi você que fez a poção do amor.

- Como?

- Não me reconheceu? - Ao falar isso, o garoto começou a dar risada. - Você é realmente um caso a ter pena, Sterling. As fofocas estão certas... Você estragou meus planos e eu vou arruinar a sua vida.

Ah, "ótimo".
É por isso que esse menino era familiar, ele é o culpado daquele dia.

- Eu estou cumprindo a minha palavra. Afinal... Como você se sentiria ao estudar anos aqui e ser menosprezado por um moleque que mal acabou de chegar? Eu ia colocar o Schoenheit no lugar dele, até mesmo para nosso líder entender que esse garoto é só um novato como qualquer outro.

- Você quer dizer... Humilhar, certo? - Apesar de ser inseguro, Reverie tem seus momentos de expressar os pensamentos. Quase igual a uma criança. - Que nojeira...

- Por que? Ele é um ator, deve estar acostumado a certas coisas. - O tom era puro de indiferença. Até revirava os olhos, como se o garoto a sua frente estivesse a exagerar. - E no fim, você andou fazendo isso no meu lugar. Então, você é mais nojento que eu.

O rapaz o encarou irritado, mas não tinha resposta.
Reverie começou a sentir mais um peso de culpa muito, mas muito maior.
Entendo de certo modo, o porque era melhor ter sido cruel antes, agora genuinamente realmente estava a pensar que se aproveitou da situação de alguma forma.
Mesmo que não fosse sua intenção.
Apesar de sentir aquele maldito sorrir satisfeito, os olhos castanhos se recuperaram com certa raiva.

- Seu plano não tem como funcionar, eu sou um aluno do primeiro ano. - Respondeu de forma seca, honestamente, o mesmo nem se lembra se já falou de tal forma assim na vida. - Não tenho capacidade de fazer tal poção, apenas alguém do terceiro que deduzo que seja seu caso. Além que eu confessei para o professor Crewel o que aconteceu naquela noite.

Mesmo que essa seja a resposta contra a babaquice do outro.
Foi em vão, porque isto não preocupou o mais velho que continuava com um sorriso bem largo.

- Ah, não tem problema. Eu apenas tenho que ir com você. - Contra-argumentou de um jeito como se fosse simples. - Na verdade, é apenas eu te puxar como se tivéssemos brigado e você faz um showzinho todo desesperado. Eu vou simplesmente confessar a "verdadeira" história... Você como muitos do primeiro ano, são tão encantados pelo Schoenheit. Então, você começou a chorar em desespero e eu, um belo e bondoso alguém do terceiro ano, te ajudo fazendo a poção. Toda a cena descrita, é só inverter. Você usou a poção e eu tentei evitar, mas foi tarde demais... O pobre garoto te viu.

Sentimentos por uma Rainha - Episódio 0Where stories live. Discover now