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Brasil, São Paulo

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Brasil, São Paulo

Eu e Antony continuamos conversando como se nada tivesse acontecido, ouvi meu celular vibrar na minha bolsa então pedi desculpas para o jogador e atendi assim que vi o nome que marcava na ligação.

― O que você quer? – Atendi a ligação do meu irmão mais novo, Antony riu sem fazer barulho enquanto esperava o mais novo dizer o que precisava.

― Quando você vai vim nos ver? Quero conhecer esse teu namoradinho. – Henrique disse com a voz um pouco mais fina do que o normal, creio que seja puberdade.

Deixei o celular em cima da mesa e perguntei ao Antony quando nos iríamos poder visitar a minha cidade natal, onde minha família materna mora.

― Semana que vem. – Respondi o meu irmão, que deu um grito para a minha mãe avisando e logo desligou na minha cara.

Pedi desculpa para o Antony novamente pela interrupção de Henrique e voltamos a conversar como se nada tivesse acontecido. Eu confesso estar um pouco nervosa para ver a família do Antony novamente, acho que nunca vou me acostumar com essa sensação da mentira compulsiva.

Antony também estava nervoso, consegui ver nos olhos dele o desespero para marcar uma data para ver minha mãe, meus irmãos, minhas tias, meus tios. Eu não gostava nem um pouco da ideia de levar essa mentira toda para a minha família mas não vou conseguir sustentar dois anos de pura mentira sem envolver ninguém.

― Seu irmão é gente boa? Ele quer ser o que? – Antony perguntou, acredito que ele esteja mais preocupado em se dar bem com o meu irmão do que com qualquer outra coisa.

― Ele é bonzinho, só vai bancar de bonzão no começo. Ele é o único homem no meio de várias mulheres. Ele quer ser jogador de futebol, vocês vão se dar bem. – Falei para tranquilizar o mesmo, Antony deu um sorrisinho ao ouvir minha resposta.

― Não sei como ele aguenta ser o único homem. – Antony disse baixinho e eu encarei o mesmo e ri.

― O Lorenzo vai ficar com você hoje? – Perguntei, já que é guarda compartilhada.

― Sim, nós vamos buscar ele assim que sairmos daqui. – Ele deu um gole na água que estava no copo, balancei a cabeça confirmando que havia entendido a resposta do mais velho e ficamos em silêncio novamente.

― Amanhã eu tenho jogo, você vai? – Encarei o Antony quando ele me disse isso, obviamente eu disse não.

― Qual é Lua, é rápido. Vamos ficar no máximo dois dias fora de São Paulo. – Ele cerrou os olhinhos e me olhou com cara de dó, dei um sorrisinho e balancei a cabeça dizendo que eu iria. ― Então você pode dormir comigo hoje, mas na minha casa.

Balancei a cabeça e ficamos conversando sobre como as coisas iriam ser, Antony me contou como era a sensação de estar no meio do campo com aquela gente toda vendo, e também como era a responsabilidade de dar a própria saúde física para ganhar algum título ou marcar algum gol pelo time.

Fiquei hipnotizada ouvindo ele dizer, não consegui absorver nada do que ele estava falando, só prestei atenção em como os olhos dele estavam brilhando em falar de sua profissão.

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