CAPÍTULO 37-A FUGA

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Edson estava revoltado!

Então agora ele era o alvo das fofocas no canteiro de obras? Parecia que sim!

Pelo jeito, todos os colegas sabiam que ele havia recebido as duas ex-namoradas em casa...sabiam que ele havia ido a um prostíbulo na véspera...isso sem falar no que eles estavam inventando, claro!

Será que Cristiano também estava sabendo daquilo tudo? E se estivesse... que importância tinha ele saber? Por que se preocuparia com a opinião do cunhado sobre ele? Faria alguma diferença em sua vida?

Edson teve o seu momento de revolta contra os colegas...contra a mãe...contra a sua covardia...contra Cristiano! Por que ainda deixava que se referissem a ele como o seu cunhado? Ex-cunhado, ou talvez, nem isso, já que  ele e Harley não  haviam se casado!

Viu o quão patético estava sendo...imaturo e até infantil, perdendo o seu tempo com as besteiras ditas por aquelas pessoas que apenas trabalhavam com ele, nada mais!

Tentou expulsar aqueles pensamentos antes de chegar em casa, porém, mais uma vez não conseguiu, pois Ivete realmente se tornava mais persistente e abusada,  quando percebia que ele estava com a cabeça cheia. Decidiu que assim que chegasse em casa, pediria que Ben lhe desse um passe espiritual, pois já testara a eficácia daquela transmissão de energias! Logo se sentiria melhor, tinha certeza.

Ben demorou a chegar e Edson teve que se virar sozinho para organizar as ideias e poder ter um pouco de paz. Como o amigo já lhe havia alertado, estando vibrando naquela energia tão baixa, certamente espíritos oportunistas estavam rondando por ali e lhe sugando as forças, pois se sentia exausto e com mal-estar...com arrepios pelo corpo...meio febril...um peso na nuca...Tomou um banho demorado, fez as orações que Ben lhe ensinara, comeu alguma coisa e foi sentar-se num sofá confortável, tentando relaxar um pouco para pensar melhor.

De uma coisa ele teve a certeza: seria  impossível retornar para aquele local de trabalho sabendo o que acontecia ali. Ele não se prestaria àquela posição de ser o alvo das fofocas, das especulações dos outros e revoltou-se mais uma vez pela ignorância em ter achado que seria respeitado por aquele bando de homossexuais!

_Por que eles te respeitariam, otário? Você nem é um deles!_alguém lhe sussurrou sutilmente  nos ouvidos e ele concordou.

_Todos fazem parte de  um bando de safados...só querem se divertir as suas custas, imbecil!_era outro espírito sem luz provocando o pedreiro.

Seria bom realmente trocar de canteiro de obras, talvez aquilo mudasse os rumos das fofocas sobre ele...talvez aquilo mudasse os rumos dos seus pensamentos sobre aquela ótica tão contaminada por homens que gostavam de homens...

Teve a certeza de que estava tomando a decisão certa! O melhor seria sair logo daquele emprego e também  da casa de Ben...

_E você ainda foi se refugiar na casa de dois veados..._falou consigo mesmo._Cara, você realmente só podia estar delirando, quando achou que isso daria certo!

Nada de positivo passava pela cabeça de Edson e ele ia deixando que aquelas influências negativas  o dominassem, tornando cada vez mais insustentável aquela situação que ele mesmo criara!

O telefone tocou e ele viu que era Cristiano...atendeu sem querer pensar em nada! Por impulso mesmo! Era melhor acabar com aquilo tudo logo! Cortar relações com os colegas...com Ben...com Cristiano...seria o melhor a se fazer!

_Isso...sai fora logo...amigo de veado também é veado, vacilão!_mais influência negativa atuou sobre o pedreiro que deu abertura.

_Edson?_o cunhado perguntou meio inseguro.

NÃO ME CONTE SOBRE MIM!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayWhere stories live. Discover now