Capítulo Sete

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Após ter seu feitiço anulado, ele virou-se para ver quem estava ali. Era Haru, um demônio de aparência adorável, porém sua expressão era de pura raiva e descontentamento.

— O que foi? — indagou ele, sentindo-se indignado pelo fato de que ela havia cancelado sua magia de projeção.

— Você não usa magia para me ajudar, mas para brincar com os humanos você usa né — rosnou ela.

— Eu estava apenas tentando distrai-la. Ela teve um novo acesso de pânico e pensei que seria melhor evitar uma nova tentativa de suicídio — ele encarava Haru, os dois muito sérios.  Emi estava assustada.

— E tinha que ser logo aqui? — gritou ela. 

Yoshinori passou por uma transformação assustadora, seu corpo antes humano agora era um monstro corcunda e alto. Suas pernas se estenderam em um comprimento desproporcional, e seu queixo agora era quadrado. Todo o seu corpo era negro, exceto pelos olhos vermelhos brilhantes, que pareciam penetrar a alma de Emi. Ela nunca havia visto Yoshinori nessa forma antes, apenas sua face deformada, e a diferença a deixou verdadeiramente assustada.

— Não grite comigo! — disse ele, em um tom grave e sinistro. 

— Desculpa — disse ela, se encolhendo.

— Eu estou aqui ainda — comentou Emi, que recebeu um olhar de Yoshinori em sua forma demoníaca que fez seu corpo estremecer inteiro.

— Yoshi, a Alicia Barker está aí. — disse Haru, em um tom baixo.

— Alicia? — disse ele, voltando à sua forma humana. — O que ela está fazendo aqui?

— Ela veio à mando do Ministério. Está aqui para inspecionar a casa, eu vim checar o porão porque imaginei que alguém estaria aqui fazendo o que não deve — disse ela em um tom ríspido.

— Que droga. Vou levar a Emi embora, me dá cobertura — ele abaixou a cabeça, parecendo envergonhado. — Me desculpe, Haru. Você sabe que eu não lido bem com gritos.

— Eu sei disso, o erro foi meu — disse ela, dando um sorriso gentil a ele.

Ele conjurou um feitiço e ele e Emi apareceram no apartamento dela. Haru ficara no porão para impedir que alguém os visse.

— Eu preciso ir dar uma força a Haru, devo isso a ela — disse ele a Emi. — Você só terá novas sessões talvez na próxima semana. Não faça besteira.

— Tudo bem, não tem problema — disse ela, embora não fosse fácil superar tudo aquilo, ela estava mais tranquila sabendo que não seria mais torturada naquele dia.

Ele sumiu através de um portal escuro que surgiu na parede, Emi deitou-se em sua cama e ficou imaginando coisas até cair no sono. Haru o esperava no porão quando ele apareceu.

— Você voltou — disse ela, com um ar de surpresa.

— Vamos — disse ele, dirigindo-se a saída do porão.

Os dois se adiantaram para encontrar Alicia Barker, descendente de Michael Barker e integrante do Ministério. Ao entrar na mansão, foram recebidos por um hall de entrada largo e assustador, com um lustre pendurado no teto que parecia ser feito de ossos. As paredes eram adornadas com pinturas macabras que retratavam os três criadores. Eles foram até a sala de estar.

— Antes tarde do que nunca — disparou Alicia, sentada em uma cadeira feita de madeira escura e couro, como todos os móveis presentes no ambiente. Estava próxima a uma lareira de pedra, onde as chamas dançavam em uma luz azulada e ameaçadora sobre seu rosto. Griffith e Norm estavam presentes, sentados próximo a ela. Os dois não pareciam felizes em estar ali.

𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐓𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 - Em busca da RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora