Capítulo Dezoito

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— Aonde você quer chegar, Shin? — perguntou Yoshinori, impaciente.

— Bom — ele sorriu, Norm entregou algo a ele.

Ele segurava um objeto brilhante, parecia uma estaca de rubi, era vermelha e soltava pequenas partículas pretas. Ele virou-se de costas para Yoshinori.

— Eu sonhei com esse dia por séculos — disse ele.

— Yoshinori! — gritou Haru, tentando puxá-lo.

Shin se virou, empunhando a estaca com fúria enquanto avançava em direção a Yoshinori. Seus movimentos eram rápidos e precisos, e a estaca encontrou seu alvo com um baque surdo. Uma luz forte e ofuscante se espalhou pelo ar, enquanto Shin gargalhava triunfante. 

Finalmente, ele havia eliminado o irmão a quem tanto odiava. Haru gritou em desespero, assistindo à cena com horror. A luz começou a desaparecer gradualmente, revelando Yoshinori ainda de pé, segurando a estaca com uma expressão de raiva no rosto. Shin empalideceu, sem entender como aquilo havia acontecido. Em um instante, Yoshinori se lançou contra ele com força, empalando seu corpo com a própria estaca.

Shin caiu no chão, sentindo a dor intensa se espalhar pelo seu corpo. A luz desapareceu completamente, deixando para trás apenas a escuridão. Ele olhou para Yoshinori, agora com a expressão vitoriosa em seu rosto, e percebeu que havia subestimado seu irmão. 

Com um último suspiro, Shin aceitou a sua derrota e se entregou à escuridão que o cercava. Yoshinori caiu de joelhos no chão, com lágrimas em seu rosto, a estaca se desfez com a morte de Shin. Charles aproveitou a confusão e conseguiu imobilizar Slade.

— Yoshi, você está bem? — perguntou Haru.

— Emi — disse ele, sem forças para falar.

Quando Shin atacou Yoshinori com a estaca, Emi estava observando tudo com horror. Em um instante, ela percebeu que precisava fazer algo para impedir que ele fosse ferido. Sem pensar duas vezes, correu em direção aos dois irmãos, se atirando na frente de Yoshinori no exato momento em que a estaca atingiu o seu corpo. 

O impacto foi brutal. A estaca, imbuída de um poder mágico terrível, rasgou a carne e os ossos de Emi, destroçando seu corpo instantaneamente. Um grito de dor e agonia escapou de seus lábios, enquanto ela tentava manter-se de pé. Porém, o poder mágico da estaca era forte demais, e seu corpo começou a desintegrar-se em uma nuvem de partículas brilhantes. Norm estava em pânico com a forma que Shin fora derrotado.

Yoshinori levantou-se em uma fúria assassina, seu coração consumido pelo poder mágico da estaca. Movia-se como um falcão, veloz e mortal, indo atrás de suas presas. Em um piscar de olhos, arrancou a cabeça de Iblis, Zarek e Lirael, num golpe certeiro e letal. 

Sua aura destrutiva continuou a crescer, enquanto ele se aproximava de Norm, as mãos ainda manchadas pelo sangue de seus irmãos. Haru, desesperada, tentava impedir que ele matasse mais alguém, mas sua voz parecia ecoar em vão. Yoshinori estava completamente tomado pela raiva e pelo rancor, sem nenhum controle sobre suas emoções.

Ao alcançar Norm, segurou-o pelo pescoço e o encarou profundamente nos olhos, sua expressão carregada de ódio e desespero. O poder mágico da estaca parecia emanar dele, contaminando sua mente e seu corpo com uma força que ele mal conseguia compreender.

— Você vai se arrepender — disse ele, transformando em sua forma demoníaca, fitando os olhos desesperados de Norm.

— Yoshinori — disse uma voz surgiu atrás de Yoshinori, segurando-o pelo ombro.

Ele recebeu aquele toque como um choque elétrico, imediatamente largando Norm e virando-se em direção à voz. E para sua surpresa, era Emi. A pessoa que ele acreditava estar morta olhava para ele sorrindo, com lágrimas nos olhos. Yoshinori ficou sem entender o que estava acontecendo. Como poderia ser possível? Ele viu com seus próprios olhos a estaca atravessar o corpo de Emi, destroçando-a em pedaços.

Seus pensamentos se confundiam, enquanto ele olhava para Emi com um misto de incredulidade e alívio. Ele a abraçou intensamente.

— Como? — perguntou ele, voltando a sua forma humana.

— Eu não sei — disse Emi, abraçando Yoshinori de volta.

— O contrato, Yoshi. Ela encontrou a redenção — disse Haru, orgulhosa. — Ela se sacrificou pra salvar você.

— Eu não acredito — disse ele, sorrindo para ela. — Você conseguiu!

Norm tentou correr, mas Griffith e Azriel o seguraram. Aurora lançou um feitiço para imobilizá-lo. Sophia e Jackson acordaram atordoados, mas ao mesmo tempo sorrindo aliviados ao ver que eles tinham conseguido.

— Agora você pode voltar a sua vida normal — disse Haru, olhando para Emi. — Não vai ter que conviver nessa loucura com uma família de demônios.

Haru sorriu, mas Emi e Yoshinori ainda não haviam se soltado.

— Emi — disse ele, olhando para ela. — Eu não sei o que eu faria se eu tivesse perdido você.

Haru fez um sinal para Griffith e Azriel, que entraram para dentro da Mansão. Charles e os bruxos levaram Slade e Norm para o porão.

— Eu também não, por isso não pude ver você morrer — disse ela, trocando olhares com ele.

— Eu... Eu te amo! — disse Yoshinori.

Os olhos de Emi brilharam, ela suspirou profundamente, olhando para ele. Não esperava isso dele.

— Eu também te amo! — ela disse envolvendo seus braços ao redor do pescoço dele.

O coração de Yoshinori batia forte em seu peito, ele sentia-se grato por ter Emi de volta. Então, ele aproximou-se levemente e olhou nos olhos de Emi. Em um gesto sincero e carinhoso, ele inclinou-se para frente e a beijou. 

O beijo foi suave e delicado. Eles se afastaram lentamente, ainda olhando nos olhos um do outro, sentindo a presença um do outro e o amor que compartilhavam. Para eles, o beijo significou mais do que palavras poderiam expressar. Era uma afirmação do amor que eles sentiam um agradecimento pelo fato de ela estar ali, viva e bem. Eles permaneceram abraçados, juntos sob a luz da lua.

— Sentirei sua falta — disse Yoshinori.

— Como assim?

— Seu lugar não é comigo, Emi — ele disse, se afastando. — Você sabe o que eu sou.

— Eu não me importo!

— Adeus, Emi — disse ele sorrindo.

Uma forte luz branca invadiu sua visão, seu rosto começou a desvanecer diante seus olhos. Ela apagou completamente.

* * *

— Ai eu chamei ele e falei que se ele queria assim, tudo bem — disse Julie.

— Que loucura, por que será que ele fez isso? — disse Emi, olhando para a amiga.

— Não sei, viu — a amiga falou, parecendo apressada. — Vou embora, vou deixar o dinheiro aqui, estou atrasada.

— Não se preocupe, eu pago — disse Emi, sorrindo e pegando sua bolsa e tirando o cartão de crédito para pagar pela conta.

Ela foi em direção ao balcão de atendimento e esperou na fila. Quando aproximou-se do atendente e entregou o cartão em suas mãos, os dois se olharam por alguns segundos, ambos segurando o cartão, uma sensação familiar invadia seu corpo, mas ela não sabia o que era aquilo, ela suspirou e ele pegou o cartão.

— Aqui está — disse ele olhando em seus olhos, entregando o cartão. — Obrigado pela preferência.

Ela agradeceu, deu as costas e...

Uma sombra célere surgiu a frente deles e com um corte afiado, a cabeça de Emi rolou no chão. Yoshinori sobressaltou e encarou a figura.

— Regras são regras.

— Você? — perguntou Yoshinori, espantado.




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𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐓𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 - Em busca da RedençãoWhere stories live. Discover now