Capítulo Dezessete

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— É isso! — disse Yoshinori se levantando rapidamente, deixando cair o livro que estava sobre seu peito. Ele tinha caído no sono enquanto lia um livro gigante sobre feitiços.

— O que foi? — perguntou Emi com uma expressão de preocupação no rosto, estava ao lado dele e também lia um livro.

— Quando Ayla estava fazendo sessões com seu pai — ele viu a expressão de Emi mudar quando ele citou o pai dela. — A gente estava conversando aqui e eu me lembro de ter lido um livro que tinha feitiços capaz de anular até o poder de um membro da Ordem. Talvez isso ajude a deter Shin.

— Eu sei que livro é esse — disse Haru. — O problema é que ele era muito perigoso, então...

— O que você fez com ele? — perguntou Emi, ansiosa.

— Haru? — Yoshinori olhava pra ela com uma expressão de desapontamento.

— Desculpa, eu não achei que iríamos precisar, depois do episódio com aquele humano...

Yoshinori amarrou a cara e levantou-se da poltrona e saiu da biblioteca irritado.

— Yoshi, ah... — Haru percebeu que não devia ter falado isso.

— Eu vou atrás dele — disse Emi e saiu para encontrá-lo.

Yoshinori estava sentado na porta da mansão, perto dos arbustos. Emi aproximou-se calmamente e sentou-se ao seu lado.

— Você sabe que ela não tem culpa, não é? — perguntou ela.

— Eu sei disso, não estou bravo por isso.

— Então, por quê? — ela olhou para ele com curiosidade.

— A culpa disso tudo é minha, Ayla morreu porque eu deixei a clareira sem me certificar de que ela estava em segurança. Fora que eu deveria ter percebido o que Shin estava tramando há muito tempo atrás, ele tem razão, nunca enxergamos potencial nele, nunca achei que ele seria capaz disso — ele disse meio cabisbaixo, enquanto lágrimas invadiam seu rosto.

— Você precisa parar de se culpar por tudo — disse Emi com firmeza, com a mão em seu ombro. — Você não pode controlar tudo. Eu não sei como as coisas aconteceram, mas eu tenho certeza de que você estava tentando proteger todo mundo, como você sempre faz.

Ele olhou pra ela com os olhos brilhando, não só havia colocado alguma humanidade naquela garota, como agora ela estava o ajudando.

— Você tem razão — disse ele, suspirando. — Não podemos desistir agora. Mas o que vamos fazer? Não temos nada.

— Você não disse que o Charles era o bruxo mais forte do planeta? Ele vai dar um jeito — disse ela, segurando sua mão. — Mas ele vai precisar de você.

— Eu tenho minhas dúvidas quanto a isso, não sabemos de onde veio aqueles bruxos que ajudaram Shin — disse ele, preocupado.

Os olhares de Yoshinori e Emi se encontraram intensamente, e ele soltou um sorriso que fez seu coração bater mais rápido. Emi retribuiu o sorriso, e se aproximou lentamente, examinando seus lábios e seus olhos. O rosto dos dois ficou tão próximo que Emi podia sentir a respiração quente de Yoshinori em seu rosto. Mas, no último instante, Yoshinori recuou.

— Desculpa, isso não pode acontecer, temos um contrato, eu...

— Não, é, ok — suspirou ela, nervosa. — O contrato, sim, você tem razão.

— Yoshi, acho que encontrei alguma coisa — disse Haru, parada na porta atrás deles.

— Já estamos indo — respondeu ele prontamente.

𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐓𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋 - Em busca da RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora